segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A RESSURREIÇÃO DE MAROÑAS E PALERMO


Nos anos 90, dava pena visitar o tradicional hipódromo de Maroñas, no paupérrimo bairro de Ituzaingó, na capital uruguaia. Caia aos pedaços, seus profissionais, mal vestidos, os cavalos, magros. A decadência saltava aos olhos. Logo, face às dívidas trabalhistas e fiscais existentes, parou de funcionar. Foi tomado pelo governo, por conta desses débitos. E fechado ficou por longos anos, até que finalmente foi posto em licitação pública. Um consórcio, formado por argentinos, americanos e espanhóis, levou a melhor na disputa e imediatamente iniciou a tarefa de reconstrução do hipódromo, dotando-o de todo o conforto, melhorando em muito as suas instalações. Só então, foi reaberto. Contando com o apoio da Codere, que abriu, num majestoso prédio central de Montevidéu, uma belíssima casa de apostas, dotada de caça-níqueis, roleta virtual, bingo e jogo nas corridas de cavalos de todo o mundo, fazendo o mesmo em outra área nobre, o Montevideo Shopping Center, Maroñas deslanchou. Hoje, além de ponto turístico obrigatório, abriga centenas de profissionais, muitos deles brasileiros e, a cada dia, cresce o número de cavalos que abrilhantam seus programas de sábado e domingo. Tudo graças às maquininhas. Já Palermo, no bairro nobre de Buenos Aires, não pertencia a nenhum Jockey Club. Propriedade do município, teve seu uso privatizado há alguns anos. Custou a deslanchar. Acumulava prejuízos até que seus interessados conseguiram, junto ao governo, licença para instalar no hipódromo as famosas "maquininhas". Foi a conta. Com o lucro que elas propiciam, Palermo reviveu. Hoje, é um hipódromo primoroso. O público voltou à frequentá-lo, o movimento de apostas não pára de crescer, os prêmios estão sendo aumentados 3, 4 vezes ao ano. Atualmente, ter um cavalo correndo na capital, além do prazer que o esporte produz, é também um ótimo investimento, um grande negócio. Basta ganhar uma carreira comum e o prêmio já paga cerca de um ano e meio de trato. E se der um pouco de sorte e o cavalo ganhar um clássico, aí surgem as propostas em dólar, por valores astronômicos para nós. Não há exagero. O turfe lá vai de vento em popa. Já aqui... Será que esses exemplos não servem de inspiração aos próceres do turfe brasileiro?

Nenhum comentário: