Como noticiamos, no mesmo dia 23, Bagé inaugurou sua nova cancha reta, que integra o complexo do Parque dos Gaúchos, nos arredores da cidade. Em que pese o mau tempo, grande público prestigiou o evento promovido pela prefeitura local, que homenageava a dois políticos riograndenses. O bageense Alceu Collares emprestou seu nome à penca principal, em 500m, cuja fácil vencedora foi a égua de 4 anos, Ocidental, uma filha de Punk, pertencente ao reteiro Roni Rolof, marcando 27s 13, na pista embarrada. Três segundos mais fez El Maneco, para ganhar a outra penca do dia, o GP Clóvis Ilgenfritz. Acabou-se o espaço e para encerrar registramos que o movimento de apostas foi de 86.420 reais.
sábado, 29 de setembro de 2007
HOJE É SÓ BAGÉ
Como noticiamos, no mesmo dia 23, Bagé inaugurou sua nova cancha reta, que integra o complexo do Parque dos Gaúchos, nos arredores da cidade. Em que pese o mau tempo, grande público prestigiou o evento promovido pela prefeitura local, que homenageava a dois políticos riograndenses. O bageense Alceu Collares emprestou seu nome à penca principal, em 500m, cuja fácil vencedora foi a égua de 4 anos, Ocidental, uma filha de Punk, pertencente ao reteiro Roni Rolof, marcando 27s 13, na pista embarrada. Três segundos mais fez El Maneco, para ganhar a outra penca do dia, o GP Clóvis Ilgenfritz. Acabou-se o espaço e para encerrar registramos que o movimento de apostas foi de 86.420 reais.
GAÚCHOS VENCEM CLÁSSICO EM MAROÑAS
Com três segundos lugares em suas primeiras apresentações no Uruguai, Alcorano ganhou a seguir uma prova de potros perdedores em 1.500m, no ótimo registro de 88s 52. E, com esse cartel, partiu para a sua primeira tentativa na esfera maior. Era o clássico Criadores Nacionales, prova de grupo disputado no domingo passado, em Maroñas. Confirmando sua notável evolução, o filho de Public Purse, em nossa conhecida Hit Oil, mostrou o caminho a seus rivais, mesmo não tendo uma boa largada. Sob o comando do gaúcho Everton Rodrigues Fernandes, Alcorano superou o contratempo inicial e, 100m após, já assumia a vanguarda. E, repetindo o que ocorreu em sua apresentação anterior, não se deixou sequer ameaçar até o último dos 1.800m da competição. No início, foi seguido por Querubin GG, que precedia ao favorito da prova, Charrúa Boy, Relento e os demais. O potro de Ulisses Carneiro, criado no Haras Bagé do Sul para Luis Fernando Cirne Lima, manteve um ritmo parelho até o final. Nem mesmo o avanço na reta final de Charrúa Boy, chegou a causar preocupação a seu jóquei que apenas "espanava" seu pilotado. Chegou dois corpos à frente do favorito. Pasolini foi terceiro, seguido de Querubin GG e Relento. Com essa vitória, Alcorano se colocou no nível superior da geração. Segundo seu treinador, Ivo "Coco" Pereira, se Alcorano seguir na forma em que se encontra, deverá subir para os 2200m do GP Jockey Club, a disputar-se em outubro. "Não creio que a distância possa atrapalhá-lo. É um animal parelho e temos muitas esperanças em suas patas." A vitória de Alcorano no Criadores Nacionales pode ser definida como uma vitória do RS. Afinal, ele nasceu e foi criado em Bagé; seu criador, seu proprietário, seu jóquei e seu treinador, todos são gaúchos. A propósito: Alcorano só correu uma vez no Brasil e foi na Penca de Bagé, que venceu empatado com Piquetera, de Luis Fernando Cirne Lima. Logo após a penca, ambos foram enviados ao Uruguai e lá, como se vê, se deram muito bem.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
BIG CHENDO, NOVA FESTA BRASILEIRA NO URUGUAI
O potro gaúcho Big Chendo era a força no GP Turfe Gaúcho, mas decepcionou, perdendo a eliminatória da qual fez parte. Depois, correu e ganhou uma bela carreira no Cristal. Seus proprietários, então, resolveram levá-lo a correr em Maroñas. Mesmo com apenas 40 dias no Uruguai, não sentiu e, por isso, foi inscrito para estreiar no GP Criterium de Potrillos por seu treinador, o também gaúcho e igualmente recém chegado a Maroñas, José Duarte. Big Chendo que é de propriedade do presidente do Jockey Club do RS, Deoclides Gudolle, em sociedade com Newton Kalil, mostrou que é um animal de muito futuro. O filho de Crimson Tide e Hortagena venceu com muita autoridade, chegando ao disco com 1 corpo e ¼ à frente do também brasileiro Gomek (Public Purse). Assumiu com essa vitória, a liderança da idade no vizinho país do Prata. Assim, o Rio Grande do Sul deu os dois líderes entre os potros do Uruguai já que Bright Halo venceu o Criterium das fêmeas.
ZARDANA VAI EMBORA. E NÓS?
ZARDANA VAI EMBORA. E NÓS?
A potranca gaúcha chamada Zardana, uma filha do irlandês Crimson Tide, na argentina Dear Filly, esta uma descendente do americano Southern Halo, correu três vezes na Gávea e ganhou todas, com muita facilidade, demonstrando ser pelo menos um projeto de craque. Com isso, a crioula do Haras Campestre (Itaqui) que vestia as sedas do Haras Arroio Butiá, despertou a cobiça do turfe norte-americano. E os dólares chegaram em profusão. Não deu para resistir e Zardana estará sendo embarcada para os States, aos cuidados do vitorioso treinador Ron McAnally. Seu novo proprietário chama-se Arnold Zetcher, um milionário da Califórnia. Como se vê, apesar de tudo, a criação nacional é um sucesso no exterior. Contudo, só a exportação é rentável no turfe brasileiro. E não pode ser assim. A atividade no país precisa reagir, voltar a crescer, melhorar substancialmente as premiações para, pelo menos, dar mais esperança aos abnegados que nele labutam, principalmente os proprietários, as vítimas maiores da crise que se abate sobre nós. A solução passa pelo Congresso. Se aprovaram o Timemania, para ajudar o futebol, por que discriminar o turfe que até gera mais empregos do que o futebol? Sabemos que esse apoio só acontecerá se houver um esforço conjunto para motivar Brasília. Não vamos parar de bater nesta tecla: Mexam-se senhores dirigentes!
FESTA PAULISTA
Hoje é dia do G.P. São Paulo, a prova máxima do turfe paulista. Se fosse há uns 15 anos, estaríamos dizendo "a maior prova do turfe brasileiro". Mas a crise se abateu sobre a entidade paulista, que foi perdendo terreno, ano após ano e por isso hoje o bastão de entidade maior do Brasil está na posse do Jockey Club Brasileiro, no Rio. Isso, contudo, não empana o brilho do evento de hoje. Pelo contrário, espera-se uma grande presença de público, mercê da intensa campanha feita pela Rede Bandeirantes, a grande homenageada da reunião. Na parte técnica, há muita expectativa em torno da apresentação do cavalo L’amico Steve (Spend a Buck), provável favorito do Grande Prêmio São Paulo. L’amico Steve tem uma história curiosa que faz lembrar Seabiscuit, aquele que foi imortalizado por um grande filme que inclusive concorreu ao Oscar de melhor película. Seabiscuit corria pouco e era inscrito seguidamente no início de sua vasta campanha. Aí, foi vendido e não parou mais de ganhar, tendo, inclusive, sido eleito "Cavalo do Ano", tornou-se um mito na história do turfe americano. Pois, L’amico Steve tem uma história semelhante. Depois de várias apresentações sem êxito, ainda perdedor, foi leiloado em novembro do ano passado. Adquiriu-o o feliz proprietário gaúcho, Hélio Meira Gonçalves, titular do Stud Star Gold, que o transferiu para o treinador Valter Lopes, também gaúcho. Então, o filho de Spend a Buck se transformou. Custou apenas R$ 7.000,00 em 10 parcelas sem juros e hoje deve valer no mínimo R$ 2.000.000,00 no mercado internacional (leia-se EUA e sheiks árabes). Vem de sete vitórias a fio, todas em 2.400m na grama, ou seja, na distância e raia em que disputará o São Paulo, logo mais. Mas não pensem que sua tarefa será fácil. O potro de 3 anos terá pela frente 17 adversários de respeito, entre os quais se destacam as parelhas Quick Road/Top Hat, do Stud JCM e Naperon/Fuco, do Stud Raça, além de Happy Boy, Cold Caiçado e os "cariocas" Fatal Polino, Pantaleon, Desejado Máximo, Eco Chalenger e Dear Est. O páreo está marcado para as 17 horas. Nossa torcida será para a gauchada de L’amico Steve(nascido em Bagé, no Haras Old Friends). Que vença o melhor!
A COROA AMERICANA
As atenções do turfe mundial, estão voltadas para a cidade de Baltimore, onde, hoje, será corrida a segunda prova da Tríplice Coroa norte-americana, um evento anual de grande repercussão nas mídias do mundo, com a triste exceção do Brasil. Como se recorda, há 3 semanas, até a rainha da Inglaterra assistiu à vitória de Street Sense (Street Cry) na primeira prova da Tríplice, o Kentucky Derby. Agora a festa mudou-se para o estado de Maryland, cuja maior cidade é a sede do hipódromo de Pimlico, onde hoje acontecerá o Preakness Stakes, em 1.900m . Ali, teremos a revanche que Street Sense concederá a seus escudeiros de Churchill Downs, Hard Spun (Danzig) e Curlin (Smart Strike). Embora não tenha passado de um modesto sexto lugar no Derby, Circular Quay (Thunder Gulch) mostrou muitos progressos nos treinos e seus responsáveis afirmam que agora a escrita será outra, esperam até ganhar.
Essas são as forças do Preakness, mas se o favorito, Street Sense confirmar, ficará apto para ser tríplice coroado, caso vença também os difíceis 2.400m do Belmont Stakes, no início de junho, em Nova Iorque. Receberá então um polpudo bônus de 4 milhões de dólares, além do prêmio do Belmont. Entretanto, convém lembrar: faz muitos anos que ninguém realiza a façanha.
Essas são as forças do Preakness, mas se o favorito, Street Sense confirmar, ficará apto para ser tríplice coroado, caso vença também os difíceis 2.400m do Belmont Stakes, no início de junho, em Nova Iorque. Receberá então um polpudo bônus de 4 milhões de dólares, além do prêmio do Belmont. Entretanto, convém lembrar: faz muitos anos que ninguém realiza a façanha.
PENCA DE JÚLIO DE CASTILHOS
Voltando à nossa realidade, neste fim de semana vai acontecer a 24ª edição do G.P. Henrique Wairich, com dotação de R$30.000,00 ao vencedor, na cancha reta do Jockey Club Castilhense. Há muita movimentação na cidade e em função disso, dizem que o sucesso é favas contadas. Tomara!
ELEIÇÕES
Na próxima quarta-feira, a Associação dos Criadores do Cavalo de Corridas do RGS elegerá sua nova diretoria para o próximo biênio. Apenas uma chapa foi registrada, o que significa que o atual presidente, Clândio Petrucci será reeleito por aclamação, agora tendo como vice-presidente o criador Fábio Wairich, ficando a Segunda vice-presidência com Ricardo Matas, titular do Haras Salamandra.
ZARDANA VAI EMBORA. E NÓS?
A potranca gaúcha chamada Zardana, uma filha do irlandês Crimson Tide, na argentina Dear Filly, esta uma descendente do americano Southern Halo, correu três vezes na Gávea e ganhou todas, com muita facilidade, demonstrando ser pelo menos um projeto de craque. Com isso, a crioula do Haras Campestre (Itaqui) que vestia as sedas do Haras Arroio Butiá, despertou a cobiça do turfe norte-americano. E os dólares chegaram em profusão. Não deu para resistir e Zardana estará sendo embarcada para os States, aos cuidados do vitorioso treinador Ron McAnally. Seu novo proprietário chama-se Arnold Zetcher, um milionário da Califórnia. Como se vê, apesar de tudo, a criação nacional é um sucesso no exterior. Contudo, só a exportação é rentável no turfe brasileiro. E não pode ser assim. A atividade no país precisa reagir, voltar a crescer, melhorar substancialmente as premiações para, pelo menos, dar mais esperança aos abnegados que nele labutam, principalmente os proprietários, as vítimas maiores da crise que se abate sobre nós. A solução passa pelo Congresso. Se aprovaram o Timemania, para ajudar o futebol, por que discriminar o turfe que até gera mais empregos do que o futebol? Sabemos que esse apoio só acontecerá se houver um esforço conjunto para motivar Brasília. Não vamos parar de bater nesta tecla: Mexam-se senhores dirigentes!
ÊXITO BRASILEIRO NA ÁFRICA DO SUL
Para ratificar o que falamos a respeito da excelência do cavalo brasileiro, nos chega a informação de que a potranca de dois anos, Rat Burana, filha do norte-americano Dodge e Carmina Burana (Southern Halo) criada no Paraná, pelo Haras Anderson, assumiu a liderança da geração na África do Sul. A potranca que foi vendida ainda inédita num leilão realizado em São Paulo, ano passado, para o Wilgerbosdrift Stud, levantou agora, dia 27, o importante Allan Robertson Fillies Championship, prova de grupo I, aos cuidados do mais destacado treinador local, Mike De Cock. Rat Burana mantém-se invicta e essa vitória deu-se às expensas da sul africana Kiss for Kate que ficou-lhe a um corpo e meio, no disco final, para o espetacular registro de 67s 67/100 empregado pela brasileira para cobrir os 1.200 metros da competição. Segundo seu treinador, ela agora vai gozar de merecido descanso para retornar às pistas somente na primavera.
A CRISE DO TURFE NO BRASIL – PARTE III
Perdoem se insistimos no tema. Mas é que somos apenas uma voz em meio à tempestade que nos abate. O espaço é pouco e muitos são os problemas que precisam ser resolvidos com urgência. E não estamos vendo as ações por parte dos que deveriam estar na linha de frente da batalha pelo reerguimento do turfe no Brasil. Afinal, além de ser uma atividade de lazer, um esporte praticado em todo o mundo, as organizações hípicas representam uma grande fonte de ocupação de mão de obra e divisas para a nação. Cada cavalo de esporte dá emprego direto à pelo menos 3 pessoas. E são muitos milhares de animais envolvidos na atividade. Reprodutoras, garanhões, potros ao pé, potros em crescimento, cavalos em training, mantêm ainda uma infinidade de empregos indiretos, tais como, zootecnistas, agrônomos, fornecedores de forragens, ferreiros, laboratórios especializados, indústria farmacêutica, etc. São pessoas que precisam ser consideradas por todos. A começar pelos políticos, até porque essa gente também vota... Nos últimos 10 anos, ficando só no cavalo Puro Sangue Inglês, os números dos nascimentos da raça vêm decaindo progressivamente, em função das dificuldades notórias que os hipódromos vivenciam. Uns mais, outros menos, mas todos remunerando muito mal aos proprietários de cavalos. E esses, igualmente, são cada vez em menor número, como consequência óbvia. E como jóqueis, treinadores, cavalariços, gerentes e até veterinários são remunerados com base nos prêmios obtidos pelos animais aos seus cuidados, fica clara a defasagem do setor. Ao mesmo tempo em que isso ia acontecendo, houve o abandono da mídia que, hoje, dele se lembra de raro em raro e quase sempre focando aspectos negativos. Ainda outro dia, numa novela da Globo, de grande audiência junto ao povão, uma personagem falou, referindo-se a outro que disse que ia ao prado: "Lá vai ele botar dinheiro fora nas patas dos cavalos". Então, que fique bem claro: só teremos uma mídia decente se o turfe voltar a ser uma atividade de repercussão. Por favor, senhores presidentes dos jockeys clubes, das associações de criadores, dos profissionais de turfe e mesmo pessoas físicas importantes ligadas ao setor: reúnam-se o mais rápido possível, formem um grupo de pressão, partam para Brasília e busquem influenciar políticos e governantes para a causa do turfe. Façam eles ver que o turfe no Brasil tem tudo para ser uma atividade importante para a nação, mas precisa de apoio oficial para voltar a crescer. Se o Governo faz o Timemania para ajudar o futebol, por que não ajudar o turfe? A solução está aí ao nosso lado, no Uruguai e na Argentina. É só seguir o exemplo.
JÓQUEIS BRASILEIROS BRILHAM NO MUNDO
Não são apenas os cavalos nacionais que fazem sucesso no exterior, como já vimos neste espaço. Também os pilotos brasileiros brilham lá fora. Vejam o exemplo de Jorge Ricardo. Depois de ser campeão no Rio de Janeiro, por 16 anos consecutivos (um recorde insuperável), Ricardinho resolveu enfrentar o desafio de transferir-se para o turfe argentino. Mandou-se para Buenos Aires, em meados do ano passado e logo passou a brilhar, ganhando mais de cem carreiras, em pouco mais de meio ano. Mas foi agora, neste 2007, que sua estrela luziu com a costumeira intensidade. Ricardo, com sua garra, dedicação e honestidade à toda prova, lidera por "vários corpos" a estatística de pilotos na capital portenha e o Stud Rubio B, que o tem sob contrato, deve estar mais do que satisfeito: é o líder entre os proprietários, mesmo enfrentando os studs-haras peso-pesado de lá. É uma liderança inédita pelo menos na história recente de Palermo e San Isidro. Aliás, o titular deste Stud Rubio B é o concessionário das "maquininhas" que povoam o hipódromo de Palermo e que estão fazendo com que o velho campo de corridas "del bajo Belgrano" seja a potência de hoje. Mas não é só J. Ricardo que brilha no exterior. Em Miami, mais precisamente no hipódromo de Calder, quem manda é o jóquei Manuel Nunes, um jovem nordestino que saiu de São Paulo para a aventura da Flórida. Deu-se muito bem. É o líder da estatística de lá. Em Macau, os pilotos brasileiros também exercem seu domínio. É forte o turfe no ex-potentado português, hoje integrado à República da China. Fausto Durso e Luís Duarte, brasileiros lá radicados recentemente, já são os dois principais pilotos locais e disputam palmo a palmo a estatística que lhes corresponde. Vejam que são inúmeros os exemplos da qualidade do turfe do Brasil. Infelizmente, porém, essa qualidade não desfruta do amparo das autoridades de nosso país. Antes pelo contrário. Está na hora desse quadro mudar. E para isso, é preciso agir, senhores dirigentes dos Jockeys, das associações de classe e turfistas em geral. Mãos à obra, que o tempo urge.
LÁ FORA É DIFERENTE
A imagem do turfe não é boa para a maioria da população brasileira. Ele está sempre e unicamente associado ao jogo. Uma novela da Globo, de grande audiência, insiste em propalar essa imagem. Por duas vezes a personagem de Ioná Magalhães é levada a dizer: "Lá vai ele para o Jockey. Tomara que não ponha todo o dinheiro do aluguel nas patas dos cavalos. Na segunda vez, ela temia que seu marido perdesse nos cavalos, o dinheiro da mudança que iriam fazer. E, finalmente, o casal foi às carreiras, para desfrutar uma agradável tarde na Gávea. Lá, o marido, personagem de Hugo Carvana, encontra um conhecido e leva-o a um canto segredando-lhe: Não diga nada à ela sobre nossos freqüentes encontros aqui, nem de nossas idas ao pôquer e aos cassinos clandestinos." Quer dizer, a mistura de Jockey e cassino clandestino foi colocada num mesmo saco. É assim que o turfe é retratado. Jogo. Nada mais. Não vêm que o turfe é uma atividade econômica de grande relevância. Diferente de outros países, aqui no Brasil ele foi sempre discriminado pelas autoridades e nos últimos tempos, também pela mídia. Mas a atividade abriga muitos milhares de pessoas que nela atuam e dela vivem. A cadeia econômica parte dos haras, passa pelos hipódromos, laboratórios, médicos veterinários, treinadores, jóqueis, cavalariços, funcionários dos hipódromos, enfim, um mundo de gente culminando com os agentes de apostas e de venda de animais. Exportamos cada vez mais nossos cavalos de corrida para os grandes centros, Estados Unidos à frente, por somas antes inimaginadas no Brasil. Carreamos preciosas divisas. Na Europa, EUA, Canadá, Hong Kong e vários países árabes, o turfe é respeitado como algo importante para o lazer e a economia das nações. Vejam o caso do potro Barbaro. Ele ganhou o Kentucky Derby há pouco mais de um ano e, na etapa seguinte da tríplice coroa, foi vítima de grave acidente, fraturando uma pata. O país inteiro se comoveu com o drama do cavalo, acompanhou a desesperada tentativa que os mais importantes veterinários americanos fizeram para salvá-lo. A mídia acompanhou durante meses a batalha. No fim, não houve jeito. Barbaro estava sofrendo muito. Foi sacrificado, sob comoção nacional. O povo, entristecido, lamenta até hoje a perda daquele cavalo que eles consideravam seu herói. Nos EUA fez-se vários filmes sobre a beleza do turfe, sendo o de Seabiscuit o de maior repercussão. Chegou a concorrer ao Oscar de melhor filme. Aqui no Brasil... Bem, melhor deixar pra lá.
SURPRESA NA TRÍPLICE COROA AMERICANA
O Belmont Stakes é a última etapa da Tríplice Coroa dos Estados Unidos e ocorreu no sábado passado, em Elmont, rica região suburbana de Nova York. Apenas sete competidores confirmaram a presença e entre eles apareceu, meio de surpresa, a égua Rag to Riches, treinada por Todd Pletcher. Uma boa égua, a filha de A.P. Indy, que vinha de 5 vitórias consecutivas e por isso foi eleita como 2ª favorita para ganhar os 2.400 metros do Belmont. Curlin era o virtual vencedor. Vinha de levantar o Preakness Stakes, em Pimlico, Baltimore e mais do que favorito, era pule de devolução. Mas as carreiras são ganhas na pista e lá o que aconteceu? O grandalhão Curlin, muito bem dirigido por Robby Albarado, atropelou forte na hora da definição, mas a égua veio junto com ele, por fora, e a reta foi um autêntico mano a mano entre os dois, sempre com uma pequena vantagem para a filha de A.P. Indy, que no final prevaleceu por apenas pouco mais de cabeça. Surpresa. Afinal, desde 1905, quando a égua Tanya levantou o Belmont, nenhuma outra representante do sexo feminino conseguira a façanha. Pois agora, aconteceu. Rag to Riches é o nome da fera. Curlin, o favoritaço, correu muito mas teve que amargar uma inesperada derrota e contentar-se com a dupla. No mais, um dia lindo, hipódromo repleto com mais de 46 mil pessoas presentes, entre eles muitas celebridades. Foi um belo espetáculo esportivo. Cheio de emoção e distribuiu 1 milhão de dólares. Resta informar que Rag to Riches custou caro. Comprada em leilão pela soma de 1,9 milhões de dólares, já recuperou 1,3 milhões (sua soma ganha atual) e vale muitíssimo mais. É, talvez, a melhor égua do mundo. A ESPN transmitiu a prova para o Brasil, num show de reportagem inimaginável em nosso país.
GAÚCHOS BRILHAM NO URUGUAI
Hipódromo de Maroñas, domingo passado. Foi um domingo francamente favorável ao RS. Clássico do dia: o importante Gran Premio Criterium de Potrancas (G II), em 1.400m. Ganhadora: Bright Halo, uma filha de Spring Halo e Bright Blue, nascida e criada em Uruguaiana, no Haras Cruz de Pedra, do veterinário Antonio Carlos Mondino Silva, o "Tonho", que também é o dono da potranca juntamente com seu filho Diego. Bright Halo manteve sua invencibilidade nesta que foi a sua segunda apresentação. Ganhara uma prova de perdedoras em seu "debut" por apenas ½ corpo. E agora, mais aguerrida, retornou surpreendendo a cátedra com uma atropelada fulminante e um rateio de 20 por 1. A segunda prova mais importante do dia, do ponto de vista técnico, foi para animais de três anos, ganhadores de duas e três carreiras, em 2.000 m. Nela, o gaúcho de Bagé, Capitano Corelli, criado no Haras Fronteira para Luis Fernando Cirne Lima, atuou pela terceira vez em Maroñas. E manteve sua invencibilidade. Treinado pelo gaúcho Ivo Pereira e conduzido pelo também gaúcho Everton Rodrigues Fernandes, o filho de Wild Event e Hit Oil não teve a facilidade esperada, mas impôs-se praticamente de ponta a ponta, chegando ao disco com ¾ de corpo à frente do uruguaio Pace. Cirne Lima que, assim como Tonho Silva, foi a Montevidéu para assistir às carreiras, não perdeu a viagem e viu também a brilhante estréia de sua Piquetera (Public Purse e Amazon’s Rage) igualmente criada para ele no Haras Fronteira. Mostrando grandes qualidades, Piquetera venceu por 9 corpos e chegou ao disco inteira, a puro galope. Foi muito comentada a marca excepcional registrada pela potranca de Cirne Lima que percorreu os 1.300 m da prova em 76s 52. A dupla gaúcha Ivo Pereira e Everton Rodrigues foi também a responsável por mais essa vitória. Como também o foi de outro produto da criação Cirne Lima, Alcorano, que estreiou com ótima atuação, finalizando em segundo para o uruguaio El Copetón. E para fechar, registramos outro sucesso gaúcho na mesma reunião. Catarina Mile, uma filha de Next Champion, de criação e propriedade do Haras Santa Rosa do Sul, de Jefferson Hickman, de Barra do Ribeiro, debutou com ótima vitória, marcando 66s 31, nos 1.100 metros. É treinada pelo gaúcho José Duarte e foi conduzida pelo também riograndense Deividi Gaier, que nessa prova obteve seu primeiro laurel como jóquei em Maroñas, para onde se transferiu recentemente.
PENCA DE TUPANCIRETÃ
Com um movimento de apostas de R$ 435.000,00 (os organizadores esperavam mais) foram disputadas, domingo último, as quatro eliminatórias para o GP Brasilio Terra, o grande evento carreirístico daquela cidade. Sairam vencedores, Destaque Total (Mensageiro Alado), no primeiro terno; Bohemia Lake (Saufar), no segundo; Edu Bala (Magical Mile), no terceiro e seu companheiro de stud, Pedra de Ouro (Romarin), no quarto e último terno. O melhor tempo foi o de Edu Bala, 26s 60 e na segunda-feira ele confirmou, levantando a penca, com Pedra de Ouro formando a dobradinha do Haras Belmont. Seu proprietário, Dante Luiz Franceschi, era o grande homenageado e "papou tudo". Uma curiosidade: Por uma troca involuntária na documentação dos dois potros, Pedra de Ouro ganhou a Penca do Paraná, realizada no início do ano em Tarumã, correndo como se fora e com o nome de Edu Bala, que não participou da competição. Os potros são muito parecidos e chegaram juntos ao stud, em Curitiba. Ali, nasceu a confusão, que só foi desfeita mais tarde. E agora, o verdadeiro Edu Bala bateu seu companheiro de farda e de quiproquó, Pedra de Ouro. A dobradinha é um feito inédito nas retas gaúchas.
BRILHA A ESTRELA DE RICARDO
Com as seis vitórias conquistadas no dia 18, em Palermo, o brasileiro J. Ricardo ultrapassou o canadense Russel Baze, chegando a 9.746 lauréis, em sua carreira, passando a ser o maior ganhador em atividade em todo o mundo. Ricardinho venceu com Don Julio A, Atiuko, Mama Loli, Ocean View, Morabito e Sting e ainda formou a dupla em dois páreos, sendo terceiro em outro. E como Russel Baze tirou férias, viajando para a Europa, a passeio, Jorge Ricardo deve aproveitar para abrir grande vantagem sobre o rival. Como se sabe, o filho do grande Antonio Ricardo mudou-se para o exigente turfe portenho há pouco mais de um ano e já é o "dono do campinho", liderando folgadamente a estatística que lhe corresponde. Seu grande rival, Pablo Falero, o notável piloto uruguaio, acidentou-se há algum tempo e ainda está em recuperação, permitindo que J. Ricardo abrisse larga vantagem. E não é para menos. Ricardo é um obstinado, trabalha e monta todos os dias. Não tem folga. Sua forma física é imelhorável e portanto ainda vai ganhar muitas carreiras antes de se aposentar.
DECADÊNCIA
O turfe no RS era pujante. Além das canchas retas, presentes em praticamente todos os municípios, tínhamos os hipódromos de volta fechada, dando carreiras pelo menos uma vez por semana. Além do Cristal, tínhamos a Tablada, em Pelotas, Vila Miguel, em Rio Grande, Passo d’Areia, em Santa Maria, Visconde Ribeiro de Magalhães, em Bagé, e ainda os prados de Canoas, Uruguaiana e Livramento. Canoas foi o primeiro a morrer, vitimado por más administrações. As dívidas, os custos trabalhistas e as ações judiciais se encarregaram do resto. Estão matando aos poucos todos os hipódromos, não apenas do RS, mas de todo o Brasil. Custos de manutenção cada vez mais altos, a ganância governamental e a concorrência que o próprio governo impõe, com seus jogos de azar, tais como Loto, Quina, Sena, Mega-Sena, Loteria Esportiva, além das loterias tradicionais. Isso num país em que, paradoxalmente, o jogo de azar é proibido. A soma de todos esses fatores está esmagando a atividade turfística. E se somarmos a proliferação dos bingos e das máquinas caça-níqueis que, como se sabe, estão proibidos... mas, pelo menos aqui, continuam a explorar os incautos. Movem-se a liminares, quem sabe. O fato é que, em qualquer cantão das cidades, em qualquer boteco, vamos encontrar "maquininhas" funcionando sem qualquer controle. Esse é o quadro da dor. Que já desempregou todos os funcionários dos hipódromos de Rio Grande, Bagé, Uruguaiana, Livramento e reduziu a um mínimo o corpo funcional de Porto Alegre. Cachoeira e Santa Maria sobrevivem a duras penas. Praticamente não têm funcionários. Aqui, no Cristal, pululam as ações trabalhistas, algumas absurdamente milionárias, mas que encontram abrigo na Justiça, sempre pródiga em condenar o turfe. O Jockey Club do Rio Grande do Sul vive de seu patrimônio, mas os "anéis da vovó" estão se acabando. Foi-se a área em que está sendo edificado o Barra Shopping Cristal, numa venda, digamos, nebulosa. Foram-se os diversos terrenos que faziam parte do patrimônio da entidade, inclusive a antiga sede social, na rua Andrade Neves... Já nada resta e se não vierem providências urgentes, o Cristal também cerrará suas portas. Nós, os amantes do turfe, que vemos a atividade dar certo aqui a nosso lado, no Uruguai e na Argentina, não podemos nos conformar com o marasmo hoje imperante. É preciso pelo menos lutar. Ficar se lamentando, nada resolve. Ação, minha gente!
SEGUE O SUCESSO... NA ARGENTINA
Sábado, 15, em Palermo, debaixo de um verdadeiro dilúvio que se abateu sobre Buenos Aires, foi realizado o Gran Premio Polla de Potrillos, na milha, prova que dá início à Tríplice Coroa Argentina. Na semana anterior, tivemos a "polla" das fêmeas, conforme noticiamos neste espaço. Agora, foi a vez dos machos. Apesar do tempo não contribuir, o sucesso continuou a marcar presença no turfe rioplatense. O público compareceu em massa, se espremendo nas dependências do hipódromo e o resultado é que o movimento geral de apostas foi ainda maior do que o obtido na reunião da Polla de Potrancas. Mais uma vez o milhão de dólares foi superado ou, em números argentinos, venderam-se 3.311.822 pesos. A carreira teve um herói incontestável chamado Ilusor. Venceu por larga margem, sete corpos e meio, sem deixar dúvidas de que é, hoje, o melhor potro argentino. Pelo menos na pista de areia. Seu próximo compromisso, será na grama de San Isidro, mais precisamente no Gran Premio Jockey Club, segundo degrau da coroa argentina. Os adversários de Ilusor, filho do extinto Parade Marshal em Ilusora, por Roy, criado no Haras Vacación, reconheceram que, por ora pelo menos, está difícil superá-lo. Talvez na grama isso possa ocorrer, pois nesse piso ele só atuou uma vez e foi terceiro colocado. É a esperança que acalenta o sonho do turfe. Mas, voltando à carreira, ela teve Hey Mister (Southern Halo) como vanguardeiro, seguido por Indio Glorioso (Honour and Glory) e Indec (Halo Sunshine). Ilusor ficou lá por trás, como é de seu feitio, sem dar bola ao que acontecia na frente. Nos 400m finais, os três continuavam em luta pela liderança que, a esta altura, já parecia se definir em favor de Indio Glorioso. Ilusão fugaz. Por fora, com ação avassaladora, surgiu a figura de Ilusor, correndo de modo a deixar claro quem seria o vencedor. Em três ou quatro saltos, o filho de Parade Marshal passou "por cima" de seus categorizados rivais, apenas minimamente alertado por seu jóquei, G. Calvente. Indio Glorioso ficou com a dupla, seguido de Eyeoftiger (Tempranero) que superou a Hey Mister nos últimos pulos. Sobre uma pista "fangosa", Ilusor marcou 95s 13, marca excelente para o estado da cancha.
PARQUE DO GAÚCHO DE BAGÉ INAUGURA CANCHA RETA
Cavalo que talvez tenha sido um dos últimos ídolos do turfe gaúcho, Garve era um zaino forte e bem aprumado, mas de pedigree sofrível. Descendia de Garboso e Arveja, dois animais sem qualquer expressão. Contudo, geraram um craque. Era a "gloriosa incerteza do turfe" mais uma vez se manifestando. Garve foi treinado por Clóvis Dutra e fez uma campanha extraordinária no Cristal. Ganhou tudo que podia e, levado a Cidade Jardim, enfrentou os melhores corredores do Brasil e, se não ganhou, perdeu de crime. Pertencia a Alcides Brum e Stud Rolante (leia-se Waldemar Möeller). Adquirido em leilão por baixo valor, deu imensas alegrias a seus proprietários e torcedores, que se constituiam em verdadeiro fã clube do craque. Ao fim de sua proveitosa campanha de pistas, foi comprado por Luís Fernando Cirne Lima, que o levou para sua Fazenda da Pedreira, em Don Pedrito. Teve poucas chances como reprodutor, passando quase em branco pela nova atividade. Seu ciclo teve um encerramento melancólico. Garve nos veio à memória trazido pela informação de que, hoje, duas pencas, com quatro animais cada, inaugurarão a cancha reta localizada no Parque do Gaúcho, situado nos arredores de Bagé. O leitor estará se perguntando, a esta altura, o que afinal Garve tem com isso. E nós respondemos: o Parque do Gaúcho ocupa as dependências do antigo, pequeno e já extinto Haras Limoeiro, justamente o local onde nasceu e foi criado o nosso craque. Mas as duas pencas serão realizadas a partir das 15h, sendo a denominada Alceu Collares, que homenageia os 80 anos do político gaúcho, a mais importante, com quinze mil reais de prêmio ao ganhador. O programa se completa com o páreo em homenagem a Clóvis Ilgenfritz, que contará exclusivamente com parelheiros bageenses. É esperado um grande público neste evento que encerra as comemorações da Semana Farroupilha, promovido pela prefeitura da Rainha da Fronteira.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA NO CRISTAL
O Jockey Club do RGS, aproveitando o feriado de 20 de setembro, fez realizar uma reunião em seu Hipódromo do Cristal. Na tarde/noite chuvosa, que deixou a raia embarrada, onze provas foram corridas, tendo como tema central o clássico Revolução Farroupilha. A prova estava chamada para a distância de 2.000m na grama mas, devido às chuvas, passou para a areia e teve sua distância aumentada em 100m. Apenas cinco animais foram anotados e, com a deserção de For Good Reasons, o campo da prova ficou reduzido a quatro parelheiros. For Good Reasons, por sinal, seria, talvez, o favorito da competição. Pinot Blanc, conduzido por D. Paz, mandou-se para a vanguarda desde o pulo, perseguido pelo "pelotense" Alecrim Dourado, que trouxe da Tablada o seu jóquei, G. Ferreira. Na curva, Duque di Lorenzo, que corria na expectativa, em terceiro, começou a avançar sobre os ponteiros, emparelhando com Pinot Blanc, já na entrada da reta. Conduzido por C. A. Vigil, o pupilo de Hermínio Machado, foi então exigido para valer e chegou a tirar vantagem sobre o seu valente rival. Mas este não se entregava, reagindo sempre, tentando voltar pela cerca. Foi, então, que Duque di Lorenzo começou a se jogar contra seu competidor, com ele se repechando, a ponto de, nos 150m finais, cortar a linha de Pinot Blanc, obrigando seu piloto a levantá-lo. E assim, depois de uma reta de chegada emocionante mas complicada por esses incidentes, chegaram ao disco final. D. Paz reclamou contra seu colega C. A. Vigil, junto à Comissão de Corridas. A bandeira verde foi levantada, os comissários se reuniram e resolveram confirmar o resultado, em que pese os flagrantes prejuízos, confirmados com a exibição do VT da reta de chegada, vista de frente. É uma questão de critérios e isso parece estar fazendo falta nos julgamentos das carreiras no Cristal. Por muito menos, eles desclassificaram a For Good Reasons, na Taça de Cristal. Agora confirmaram o resultado, mesmo com os evidentes prejuízos de Pinot Blanc, claramente denunciados pelo replay da prova. Com as chuvas que prejudicaram as apostas, o movimento geral de 133 mil reais até que foi razoável, tendo em vista a fragilidade do programa, com apenas 59 animais, disputando onze páreos.
A PENCA, AS POLLAS DO PRATA E O G.P. IPIRANGA
Assunto é o que não falta. Como o espaço é curto, comecemos pelo GP Cidade de Palmeira das Missões, cujo movimento de apostas foi recorde na história das canchas retas do Brasil: 757 mil reais. Palmeira merece. Valeu o esforço de seus dirigentes e, de lambuja, o laurél ficou em casa. Venceu uma máquina de correr, criada pelo saudoso Fabio Rosa Whairich. Anotem este nome: Jil Kim. Ainda vai dar muito o que falar a filha de Fritz em égua Spark Chief, um cruzamento de pura velocidade. Ganhou o seu terno em inacreditáveis 25s 80, para os 500m. E confirmou na final, com mais de dois corpos sobre El Horizonte (Romarin), o segundo colocado; New Home (Magical Mile), em terceiro e Pretty Seven (Mensageiro Alado), em quarto. Esses três chegaram quase juntos. A Penca recebeu grande público e os palmeirenses "lavaram a égua": Jil Kim era o azar da prova e pertence ao local, Leolino Alberton.
EM PALERMO
A Polla de Potrancas abre a Tríplice Coroa Argentina e teve este ano uma bolsa das mais suculentas. Cerca de 100 mil dólares. E a vencedora foi Mariah Plus (Alpha Plus), dirigida por Pablo Falero, muito ovacionado pelo grande público presente ao hipódromo de Palermo. Afinal, ele é um ídolo. Como ídolo, também já é, na Argentina, o nosso Jorge Ricardo, que montou a segunda colocada, Salt Revel (Salt Lake). Diga-se de passagem que Ricardo é o jóquei em atuação no mundo com o maior número de vitórias. Até quarta-feira passada, já somara 9.853 lauréis em sua carreira, levando vantagem de 20 vitórias sobre o canadense, radicado na Califórnia, Russel Baze. Feito esse registro, voltemos a Palermo para dizer que Mariah Plus parou os cronômetros na excelente marca de 93s 81, para a milha. Pertence a um casal de porto-riquenhos radicados nos States, donos da Woodvale Farm e foi selecionada por seu treinador, o veterano Juan Etchechoury.
MAROÑAS
Foi a vez dos machos correrem a Polla de Potrillos local. A arma gaúcha era Big Chendo ,mas o cavalo pertencente aos gaúchos Deoclides Gudolle e Newton Kalil foi retirado. A prova, sem aquele que seria o favorito, ficou aberta e o azarão Rasputin atropelou no final e levantou a primeira etapa da Tríplice Coroa. Era a oitava força.
G.P IPIRANGA
Não falamos nada ainda e pretendíamos continuar ignorando o G.P Ipiranga, em protesto pela atitude do JC São Paulo, que preteriu a festa do Protetora em favor de São Vicente, com um programinha comum de sete provas. Mas o turfe não tem nada a ver com os quiproquós políticos e então vamos lá: disputado no mesmo dia do Protetora, na milha, o Ipiranga abre a Tríplice coroa paulista. Teve um desenrolar empolgante e um final tumultuado, com muitas reclamações. Bain Douche (Know Heights), conduzido por J. Moreira, se abriu na reta, cortando a frente de Meu Rei, um Vettori, criado em Bagé, pelo Haras Old Friends. Corrigido, Bain Douche voltou para dentro e Meu Rei ficou livre para atropelar. Encurtou muito no final, mas chegou a uma cabeça. A comissão de Corridas içou a bandeira verde e em seguida houve a troca nas primeiras posições, ficando, assim, a vitória nas mãos do conduzido pelo gaúcho I. Santana. Em terceiro, outro Vettori, Parc des Princes, que chegou a dar pinta de vitória mas afrouxou no final.
EM PALERMO
A Polla de Potrancas abre a Tríplice Coroa Argentina e teve este ano uma bolsa das mais suculentas. Cerca de 100 mil dólares. E a vencedora foi Mariah Plus (Alpha Plus), dirigida por Pablo Falero, muito ovacionado pelo grande público presente ao hipódromo de Palermo. Afinal, ele é um ídolo. Como ídolo, também já é, na Argentina, o nosso Jorge Ricardo, que montou a segunda colocada, Salt Revel (Salt Lake). Diga-se de passagem que Ricardo é o jóquei em atuação no mundo com o maior número de vitórias. Até quarta-feira passada, já somara 9.853 lauréis em sua carreira, levando vantagem de 20 vitórias sobre o canadense, radicado na Califórnia, Russel Baze. Feito esse registro, voltemos a Palermo para dizer que Mariah Plus parou os cronômetros na excelente marca de 93s 81, para a milha. Pertence a um casal de porto-riquenhos radicados nos States, donos da Woodvale Farm e foi selecionada por seu treinador, o veterano Juan Etchechoury.
MAROÑAS
Foi a vez dos machos correrem a Polla de Potrillos local. A arma gaúcha era Big Chendo ,mas o cavalo pertencente aos gaúchos Deoclides Gudolle e Newton Kalil foi retirado. A prova, sem aquele que seria o favorito, ficou aberta e o azarão Rasputin atropelou no final e levantou a primeira etapa da Tríplice Coroa. Era a oitava força.
G.P IPIRANGA
Não falamos nada ainda e pretendíamos continuar ignorando o G.P Ipiranga, em protesto pela atitude do JC São Paulo, que preteriu a festa do Protetora em favor de São Vicente, com um programinha comum de sete provas. Mas o turfe não tem nada a ver com os quiproquós políticos e então vamos lá: disputado no mesmo dia do Protetora, na milha, o Ipiranga abre a Tríplice coroa paulista. Teve um desenrolar empolgante e um final tumultuado, com muitas reclamações. Bain Douche (Know Heights), conduzido por J. Moreira, se abriu na reta, cortando a frente de Meu Rei, um Vettori, criado em Bagé, pelo Haras Old Friends. Corrigido, Bain Douche voltou para dentro e Meu Rei ficou livre para atropelar. Encurtou muito no final, mas chegou a uma cabeça. A comissão de Corridas içou a bandeira verde e em seguida houve a troca nas primeiras posições, ficando, assim, a vitória nas mãos do conduzido pelo gaúcho I. Santana. Em terceiro, outro Vettori, Parc des Princes, que chegou a dar pinta de vitória mas afrouxou no final.
PROTETORA DO TURFE: A FESTA DO CENTENÁRIO
Sete de setembro, Dia da Independência, foi também o dia em que o JCRGS completou 100 anos. Para comemorar, fez realizar o GP Protetora do Turfe, com dotação de 22.000 reais ao ganhador, graças ao apoio da Multiplan e seu Barrashopping Sul. Pois bem, o ganhador foi uma surpresa de 12/1. Seu nome: Really the First e ele realmente o foi. Não deixou dúvidas o filho de Shudanz que estreiou no Cristal trazendo uma curta campanha de sete atuações e três vitórias; uma no Tarumã e duas em Cidade Jardim. Vinha de cura mas preparado com paciência e método por Neimar Canut, um treinador dos mais eficientes, e com a assistência veterinária de Júlio César Westphalen, o Dr. Biduio, cuja competência e conhecimentos são inegáveis, Really the First acompanhou de longe as escaramuças na vanguarda, propiciadas por Poetisch e Don Obá. O favorito Fort Bird corria em terceiro, seguido por Orient Inexplicable (correu pouco) e Mata Leão. A partir da metade da reta oposta, Really the First começou a progredir, no que foi acompanhado por Better be Good, outro dos mais cotados. O cavalo de Neimar Canut já, ali, dava pinta de ganhador e, ao faltarem 500m para o disco, tomou a frente, com seu piloto ainda sem usar o chicote. Better be Good avançou sobre ele, mas Really the First trazia reservas e, solicitado por C. Garcia, aparou a carga de seu valente rival. Este, ficou com a dupla, a menos de um corpo. Northern King, corrido de alcance, suplantou nos últimos metros ao favorito Fort Bird, ficando com a Trifeta. O tempo do ganhador foi de 138s 20 para os 2.200m, uma marca de exceção. O craque de cinco anos pertence à parceria Cláudio Osório Marques e Flávio Meirelles. O movimento de apostas, em função dos contratempos com o Simulcasting que causaram um grande atraso na reunião, pode ser considerado razoável: R$ 211.842,76. Essa foi a história do Protetora 2007. Fez justiça a Cláudio Marques, o abnegado co-proprietário de Really the First. Quem investe no turfe mesmo em circunstâncias adversas, merece todas as recompensas. Essa vitória serviu também para valorizar uma equipe das mais brilhantes, formada por Neimar Canut, treinador; Claudiomir Garcia, jóquei; Valter Silveira Rodrigues, escovador e Julio César Westphalen, veterinário. Soou como uma revanche daquela injusta desclassificação na Taça de Cristal. O espaço chega ao fim e ainda não falamos dos demais clássicos que engalanaram o programa festivo do Protetora. Registremos então a vitória de Oligarca Gaúcho, no GP Oscar Canteiro, na milha. Pertence ao Stud Duplo Ouro, de Ricardo Felizzola. O filho de Falcon Fly provou que é o melhor milheiro do Cristal. Treinado por A.C. Silveira e dirigido por H.F. Santos, deixou na dupla, Hooks, seguido de For Good Reasons no tempo de 98s 8. O GP Francisco Dall Igna, em 1.200m na grama, marcou a chorada vitória de Special Prospector dos turfistas Guido Cozzati e Claudia Dexheimer. Em segundo, Jack Camangueiro, que correu muito. O GP Luis Fernando Cirne Lima, em 1.500m, ficou com Tropical Mountain, a melhor égua hoje no Cristal. Dupla com a atrevida Juventude, Carpe Diem a seguir. Tempo: 91s 33. Tropical Mountain pertence ao Stud Casablanca de Flavio Obino Fº, sendo treinada por Hermínio Machado.
TRAÍDOS PELA MEMÓRIA
Semana passada, recordamos os duelos havidos, no final da década de 40, entre Cravete e Carcel. E cometemos um equívoco, traídos pela memória. Contudo, a essência do que foi escrito, não sofreu alteração. Mas Jair Ferreira, um leitor atento, mandou-nos esta colaboração que registra nossa mancada:
Sou leitor assíduo dessa coluna. Não posso ser considerado um turfista porque não sou um apostador, mas sempre gostei do espetáculo e sempre me ineressei pelas histórias dos grandes corredores. Concordo com a apreensão que vem sendo manifestada sobre o futuro do turfe no RS, já tão combalido. É uma lástima que 100 anos de tradição venham a se perder se o Hipódromo de Porto Alegre encerrar suas atividades, tal como já ocorreu em tantos hipódromos pelo interior do nosso Estado. Logo aqui que se tem tanto amor pelo cavalo. Nasci em 1947 e, portanto, na época em que Cravete e Carcel corriam, eu ainda não acompanhava o esporte das rédeas. Entretanto, houve um período em que pesquisei muito nos antigos jornais a história do nosso turfe. A coluna de hoje afirma que houve dois confrontos entre Cravete e Carcel, e que Cravete triunfou em ambos. Não é correto. Houve dois confrontos, sim, mas cada um venceu um. Os dois se enfrentaram pela primeira vez em 20/11/1949 no Grande Prêmio Comparação, em 2200m. No final, Carcel venceu por cerca de dois corpos assinalando o tempo recorde de 143s exatos para os 2200m (esse recorde só seria igualado em 1957 e finalmente batido em 1958. Nos dez anos em que o hipódromo dos Moinhos de Vento ainda funcionou, somente o craque Estensoro, conseguiu correr abaixo dessa marca). Cravete, na ocasião, era um cavalo de 4 anos em ascenção; Carcel, um potro de 3 anos, invicto em 2 ou 3 apresentações espetaculares. Foi a última derrota de Cravete: ele transformaria em vitória suas 12 atuações subseqüentes, venceria 2 Bentos e asinalaria 3 recordes (1600m, 2500m e 3200m). A revanche ocorreu quase um ano depois, no Bento Gonçalves corrido em 05/11/1950. Carcel havia vencido o Protetora do Turfe e permanecia invicto, mas Cravete venceu com autoridade por 5 corpos, tal como menciona a coluna de hoje. Não apenas venceu, como assinalou o tempo recorde de 210s 4/5 para os 3200m. Curiosamente, os dois nunca mais se enfrentariam. Estiveram inscritos juntos em algumas provas, mas sempre um ou outro fez "forfait". Em 1951, até estiveram na largada de um mesmo páreo. Carcel chegou na frente; porém, chegou sem o jóquei, que ele derrubou no pulo inicial. Por isso, o vencedor da prova foi Cravete. Realmente, esses duelos faziam a grandeza do turfe naquela época.
PENCA GORDA EM PALMEIRA DAS MISSÕES
Falaremos na semana que vem sobre a festa do GP Protetora do Turfe, realizada ante-ontem. Hoje, o tema é cancha reta. A modalidade que brilha no interior do estado e foi copiada pelo JCRGS, para fazer o seu Turfe Gaúcho, uma penca de grandes proporções e que este ano dará um prêmio de 130 mil reais ao ganhador. Mas o assunto é o GP Cidade de Palmeira das Missões, que oferece 30 mil reais ao seu vencedor e, ao treinador, um carro 0Km. A promoção da Sociedade Hípica Dr. Ildo Pinto vem crescendo ano a ano e promete ser agora uma das maiores do gênero no Rio Grande do Sul, quer dizer, no Brasil. Já no ano passado, o movimento dessa penca foi recorde. Mas os ternos eliminatórios serão disputados hoje, a partir das 16 horas e a final segunda-feira, com horário marcado para as 15 horas. No material de divulgação da penca, aparecem nada menos que 23 prováveis candidatos, descendentes de garanhões especialistas em velocidade, tais como Fritz, Magical Mile, Romarin, Fast Finger, More Style, etc, ou seja, a fina flor das canchas retas dirá presente em Palmeira, representando proprietários reteiros como, por exemplo, Roni Carvalho, Haras Ponta Porã, Jucimar Piegas, Irmãos Paglianini, Ivan e Leolino Alberton, Solon Barros, Stud Aparício, Agropecuária São Carlos e Antonio Korsack, entre outros nomes de peso nas quadreiras. Diante desse quadro, dá para prever um novo movimento de apostas importante, como merece o pessoal da bela hípica palmeirense.
POLLA URUGUAIA
A forte representação gaúcha fez forfait na tradicional Polla de Potrancas do hipódromo de Maroñas. A líder até então, Bright Halo, nem foi inscrita e Piquetera, a potranca do Stud Cirne Lima, foi retirada da prova, por prescrição veterinária (teria se "trancado" na cocheira). Mesmo assim, a representação gaúcha e brasileira não ficou de fora. Foi ao pódio com Ancona, a favorita e fácil ganhadora da competição, este ano. Explicamos: Ancona, a filha de First American e Berimbau, criada pela parceria do Haras Don Alfredo, do Uruguai, com o Stud TNT, do Brasil, derrotou a Secretarial, por quatro corpos, na excepcional marca de 94s 72, para a milha, ficando a 50 centésimos do recorde.
CEM MIL DÓLARES NA POLLA DE PALERMO
Das vinte pré-anotadas, onze potrancas comfirmaram presença na Polla de Potrancas, a ser disputada, hoje, no hipódromo de Palermo. A prova marca o início da Tríplice Coroa da Argentina. Um difícil caminho, que há onze anos não encontra vencedor. A Polla terá as melhores potrancas das que ainda permanecem no país vizinho. Os dólares já levaram talentos importantes, como os de Inca Noble (Ride the Rails), Que Piensa Cat (Easing Along) e Scénica (Interprete) entre outras. Dentre as que sobraram, com passado clássico, destaque para Wiskola (Roy) e Mamá Delia (Dance Brightly), ambas ganhadoras de G I. Ainda cabe ressaltar a presença de Linda May (Honour and Glory), que vem de ganhar um grupo II e pertence a proprietários sul-africanos. Citemos ainda a craque de La Plata, La Secre (El Sembrador), flamante ganhadora da Polla de La Plata. Trezentos e dez mil pesos estarão em jogo e além das citadas, tem mais gente com ganas de abiscoitar tão apetitosa recompensa.
BRASILEIROS DONOS DE MACAU
Os jóqueis brasileiros estão fazendo a festa no hipódromo de Taipa, Macau. Em 2005 e 2006, Manoel Nunes ganhou as estatísticas daquele antigo protetorado português e agora foi a vez de Fausto Durso vencer. Deste modo, o Brasil chegou ao tri-campeonato no prado chinês. Durso conquistou 86 vitórias na temporada que lá se encerra em fim de agosto, com sete lauréis à frente do segundo colocado, o também brasileiro, Luis Duarte, que para lá se transferiu no fim do ano passado.
JOVEM LEITORA
Michelle Hütten nos mandou o seguinte:
‘Tenho 15 anos e adoro corrida de cavalos. Meu avô sempre comenta sobre o duelo de 3 cavalos (Ouro Pombo, Lafre e Sem Pescoço) no Grande Prêmio Coronel Caminha em 3 mil metros, com Vitória de Sem Pescoço. Gostaríamos de ver publicado este duelo’.
Não foi um duelo Michelle. Os jóqueis de Lafre e Ouropombo fizeram uma guerra suicida na vanguarda, desde o pulo. Com ritmo impensável para uma maratona de 3.200m, os dois favoritos abriram mais de 200m à frente de Sem Pescoço, um azarão que corria para garantir uma colocação remunerada, ele era muito inferior. Mas carreiras são carreiras e na reta final os dois afoitos digladiantes sofreram uma paralisia. Resultado: Sem pescoço passou por cima. Um resultado totalmente inesperado. Ficou na história como exemplo de como não se deve disputar uma carreira...
O GRANDE PARADOXO
O leitor que nos acompanha já está cansado de saber da crise porque passa o turfe no Brasil, em contraste com o Uruguai, Argentina e Chile. Pois bem, mesmo andando nossos clubes de corrida do jeito que andam, a criação brasileira segue brilhando como nunca. O cavalo nacional faz sucesso pelo mundo afora. É um grande paradoxo. Para se ter uma idéia, na semana do GP Brasil, foi realizada na Cidade Maravilhosa, uma nova edição do já tradicional Leilão Top Classic, desta feita no recinto da Sociedade Hípica Brasileira. Que recebeu decoração de luxo, com a pista do picadeiro acarpetada e servindo um buffet de primeira classe para os convidados. Que vieram até dos EUA e da África do Sul e tiveram recepção à altura do marketing brilhante desenvolvido para o evento. E a potrada posta à venda fez jus à grandeza da festa. Nada menos que 76 potros passaram pelo martelo, alguns em parelha, e 47 foram negociados, num total de quase 4 milhões e meio de reais, e média de 95 mil reais, ou 47,5 mil dólares. O maior destaque foi o potro oferecido pelo Haras Mondesir, de Bagé, chamado Hamilton Lewis, um filho de Roi Normand na clássica Fausse Monaie (Ghadeer), adquirido pelo norte-americano Kenny Mc Peek, pela alta soma de 480 mil reais. Já o Haras Old Friends, também localizado em Bagé, teve na potranca Noble Cat (Hennessy e Crimson Crown, por Red Ramson) seu produto mais valorizado. Adquiriu-a um proprietário da Africa do Sul, por 390 mil reais. Quanto ao Haras Anderson, o outro integrante do leilão Top Classic, o maior destaque foi para o macho Sex Symbol (Thunder Gulch e Hello Again Hello, por Gone West), arrematado por 225 mil reais. São números importantes, que fazem justiça à qualidade da criação brasileira. Ainda na mesma semana, o Haras Pirassununga, São José do Bom Retiro, Tibagi e Louveira venderam em leilão 47 potros que valeram 1.720,000,00, com média de 36 mil. Destaques: para o Haras São José do Bom Retiro, a potranca Wild Moon (Wild Event) vendida por 105 mil reais; Haras Pirassununga, Urubu Malandro (Blush Rambler), arrematado por 82.500,00, mesma quantia paga por Flash Cup (Golden Voyager) do Haras Tibagi. Os sulafricanos levaram o potro Hemingway, destaque do Haras Louveira, por 78 mil reais. Completando a semana de vendas, o Haras Ponta Porã apresentou mais um lote de 45 produtos da geração 2005, vendendo 38 peças por quase 1 milhão e meio e média de R$ 34.428,57.
PROTETORA VEM AÍ
Como parte principal das comemorações do centenário do Jockey Club do RGS, no próximo dia 7 será realizada mais uma edição do GP Protetora do Turfe, em 2.200m, pista de areia. É um dos clássicos mais tradicionais e importantes do calendário da entidade gaúcha, atrás apenas do GP Bento Gonçalves e se reveste de importância ainda maior este ano, porque se trata da festa dos 100 anos de nosso clube turfístico. Por isso, o ganhador receberá R$ 22.000,00, graças ao patrocínio da empresa Codere, parceira do JCRGS. Fala-se, inclusive, na vinda de cavalos de fora que viriam abrilhantar a prova. Seriam eles, Lord of Tijucas, procedente de São Paulo, com o jóquei W. Freitas, também vindo da Paulicéia e Fort Bird, do Paraná, como seu piloto, L. Chimenes. São nomes de peso para enfrentar com grande chance a cavalhada local, onde pontifica Orient Inexplicable, que vem de ganhar a prova Desafio dos Cem Anos. A comissão de corridas espera entre 10 e 15 inscrições no Protetora e a programação iniciará às 13:30h. Se estima que o GP será corrido por volta das 18 horas. Com uma mãozinha da imprensa, o sucesso de público e nas apostas estará garantido.
A POLLA EM PALERMO
No dia seguinte ao nosso Protetora, ou seja, no sábado, 8 de setembro, Palermo realizará o Gran Premio Polla de Potrancas em 1.600m, prova que abre a Tríplice Coroa Nacional Argentina. Não tem, no calendário portenho, a mesma importância do que o nosso Protetora do Turfe, mas nada menos que 20 potrancas se pré-anotaram para disputá-la. Chamou atenção esse número inusual de concorrentes e sobretudo a premiação estipulada pelos dirigentes do Hipódromo Argentino de Palermo S.A. Fixaram em 310 mil pesos, a bolsa da prova, cerca de 100 mil dólares. Esse número é atrativo em qualquer lugar do mundo e seria covardia compará-lo com o que distribuiremos em nosso GP. E sabem a razão maior dessa diferença? As maquininhas, os caça-níqueis e outras modalidades de jogo instaladas no próprio hipódromo de Palermo. O lucro gerado, rende altos impostos ao governo da Capital Federal e financia o turfe que, justamente por isso, vive hoje uma fase de invulgar esplendor. O exemplo está aí. É só copiá-lo.
A POLLA EM PALERMO
No dia seguinte ao nosso Protetora, ou seja, no sábado, 8 de setembro, Palermo realizará o Gran Premio Polla de Potrancas em 1.600m, prova que abre a Tríplice Coroa Nacional Argentina. Não tem, no calendário portenho, a mesma importância do que o nosso Protetora do Turfe, mas nada menos que 20 potrancas se pré-anotaram para disputá-la. Chamou atenção esse número inusual de concorrentes e sobretudo a premiação estipulada pelos dirigentes do Hipódromo Argentino de Palermo S.A. Fixaram em 310 mil pesos, a bolsa da prova, cerca de 100 mil dólares. Esse número é atrativo em qualquer lugar do mundo e seria covardia compará-lo com o que distribuiremos em nosso GP. E sabem a razão maior dessa diferença? As maquininhas, os caça-níqueis e outras modalidades de jogo instaladas no próprio hipódromo de Palermo. O lucro gerado, rende altos impostos ao governo da Capital Federal e financia o turfe que, justamente por isso, vive hoje uma fase de invulgar esplendor. O exemplo está aí. É só copiá-lo.
CRAVETE X CARCEL – BONS TEMPOS AQUELES
No antigo e saudoso pradinho dos Moinhos de Vento, lá pelo fim da década de 40, dois cavalos se destacaram, ganhando fãs entusiasmados, que discutiam qual era o melhor. Cravete ou Carcel? Cravete teve uma história curiosa, que lembra a de L`Amico Steve, recente ganhador do GP Brasil. Ele também começou correndo pouco e só aos 4 anos é que se começou a vislumbrar o craque que viria a ser. Cravete pertencia a Amália Carvalho, viúva de Gaspar Carvalho, que o criou em seu haras, no município de Uruguaiana. Era treinado por "Don" Camilo Iberra, nascido no Uruguai. O filho de Crater e Blindada não era um cavalo veloz, mas era parelho e com um fôlego fantástico. Ganhava todas. Mais jovem, o pelotense Carcel, fora criado pelos sucessores de Francisco Caruccio, no Haras Santa Bárbara, situado nos arredores da "Princesa do Sul". Filho de New Year e Marl, era um alazão veloz e resistente. Também ganhava todas. Diante desse quadro, era natural a expectativa que despertava o embate que os dois craques iriam travar. Cravete, pilotado por Ganganelli Cunha, o "Gigante" e Carcel, obedecendo ao guante de Carlos Netto, o emotivo "Netinho". Consta que Netinho chorou ao ser derrotado pelo pilotado de Gigante, numa carreira emocionante. Sentindo que o inimigo, Carcel, corria na frente, Gigante obrigou o filho de Crater a sair de seu ritmo natural, indo para cima do rival. Num mano a mano de arrepiar os cabelos, prevaleceu no final a vitória de Cravete. No GP Bento Gonçalves, a revanche tão esperada pelos carcelistas. Mas desta feita não restaram dúvidas, Cravete já correu na ponta, surpreendendo a todos e ganhou por vários corpos. Os adeptos do alazão treinado por Carlos Gasparini, nem assim se conformaram. Carcel estaria num dia ruim, por isso a derrota contundente. Pelo sim, pelo não, o certo é que foram dois grandes cavalos. Sua presença na pista lotava o prado dos Moinhos de Vento que se enchia de torcedores, mais do que apostadores, apaixonados pelo turfe e seus craques. Histórias assim, fazem a grandeza do outrora Esporte dos Reis, mas que de fato sempre foi uma paixão popular. Relembrá-las é reviver uma época gloriosa, em que o Jockey Club do RGS financiava a construção do colosso chamado Hipódromo do Cristal, exclusivamente com o resultado das apostas. A inauguração do novo hipódromo só se daria 10 anos depois, no final de 1959. Hoje, os tempos são outros. O turfe sofre concorrência de todos os lados, abandonado pela imprensa. Vivemos uma crise, da qual só sairemos contando com a colaboração de todos os que amam a atividade e, se e quando, os dirigentes das principais entidades turfísticas resolverem deixar de lado suas diferenças e partirem unidos a Brasília, em busca de uma solução que, necessariamente, passa por uma legislação que, para variar, proteja o turfe. Afinal, eles fizeram o Timemania para proteger o futebol. Por que o turfe ficar de fora?
LULA, O JOGO E O TURFE
Por Júlio César Westphalen –
Veterinário de equinos
Quando a imprensa levantou a possível participação de Vavá, irmão do Presidente Lula, como lobista dos bingos, o Presidente foi questionado sobre o que fazer com o jogo no Brasil. A resposta foi categórica: ou se regulamenta de vez a atividade, ou ela será proibida definitivamente. Perguntamos: qual o significado dessa suposta proibição? Acabará com os jogos explorados pelo próprio governo, através da Caixa Federal? E os jogos que estão nas televisões, os Baús da Felicidade, os sorteios do Faustão, etc? E o jogo pela internet? Ali temos poker virtual, joga-se até na cobrança de penalties, as partidas de futebol são cotadas pelos "bookies" e você aposta à vontade. Como acabar com isso? E os bingos com suas maquininhas que, num eterno abre-fecha, atuam sem nenhum controle. Vivem à base de liminares, conseguidas ninguém sabe como. São fechados num dia e reabrem no outro, até mesmo em outro local. E os jogos nos clubes sociais, onde o carteado corre solto, e os cassinos ambulantes que vão de cidade em cidade, os clandestinos e o jogo do bicho? Duvidamos que se possa acabar com tudo. O brasileiro gosta de jogar e isso já se tornou um costume social em nosso país. Então, o óbvio seria regulamentar a atividade, torná-la oficial, instituindo controles rigorosos e cobrando impostos compatíveis com o movimento de apostas produzido. Assim, a clandestinidade tenderá a desaparecer, os crimes a ela ligados também aos poucos sairão de cena e as famosas propinas pagas aos que lhe dão proteção serão carreadas para o Estado. Os empresários do jogo, portanto, não perderão nada e o país sairá ganhando. O jogo terá regras claras que favorecerão o apostador que, hoje, é literalmente depenado nas casas de apostas mais ou menos clandestinas. Os Jockeys Clubs deverão participar do negócio conservando e mesmo ampliando os milhares de empregos que a atividade turfística propicia. O turfe receberá recursos para o fomento da indústria do cavalo de corrida e tudo irá se resolver. Daremos adeus à crise que hoje infelicita a nós turfistas e a atividade voltará a respirar. Cessará a rapinagem a que o turfe está sendo submetido, sendo obrigado a se desfazer de seu patrimônio para pagar dívidas e continuar sobrevivendo, numa autofagia terrível. Os problemas estruturais, que geram estas dívidas, subsistem cada vez mais e o patrimônio das entidades está chegando ao fim. Não havendo uma ação imediata, o turfe vai acabar.
DEU GAÚCHO NO GP BRASIL
Com grande sucesso de público e nas apostas, tivemos domingo passado a realização da edição de número 74 da maior prova do turfe brasileiro, o GP Brasil, no belo cenário do Hipódromo da Gávea. O favorito do público apostador, Quatro Mares (Jules), contando com a direção de J. Ricardo, sofreu contratempos no percurso mas deu pinta de que poderia ganhar. Contudo, perdeu ação nos momentos decisivos e não passou do quinto posto. A vitória sorriu para aquele que apontamos como o grande rival, o gaúcho L’Amico Steve (Spend a Buck) criado em Bagé pelo Haras Old Friends. O neto materno de Ghadeer colocou-se em terceiro, desde o pulo, enquanto Quanta Classe e Top Hat serviam de "coelho" para seus faixas, His Friend e Quick Road, respectivamente. Moveram o train brigando na ponta e, como era de se esperar, entregaram os pontos na reta de chegada. Foi aí que surgiram Quatro Mares, por fora e L’Amico Steve pela raia 3, notando-se a arremetida forte de Tango di Gardel. O pilotado de Ricardinho logo perdeu ação e então L’Amico Steve, mesmo ziguezagueando no final, se adonou das ações, defendendo-se com classe e coração da estocada de Tango di Gardel. Este, lhe ficou à paleta no disco final, com His Friend vindo ocupar a terceira posição, a pouco mais de um corpo, precedendo a Top Hat, que correu muito, e Quatro Mares, completando o placar remunerado. L’Amico Steve é treinado em São Paulo pelo gaúcho Valter Santos Lopes e pertence ao também gaúcho Stud Star Gold. Depois de tentar, por oito vezes, deixar os perdedores, sem êxito, L’Amico Steve foi colocado à venda por seu criador, num leilão em São Paulo. Foi arrematado por 7.000 reais em suaves parcelas. Levado às cocheiras de Valter Lopes, o neto materno de Ghadeer se transformou. Ganhou seis corridas seguidas desde então e só perdeu o Grande Prêmio São Paulo mas chegou em segundo, a apenas uma cabeça de diferença. Uma derrota ingrata. Voltou à ação, agora no Rio de Janeiro, arranhando o recorde dos 2.400m, marcando 143s 93, um registro 41 centésimos inferior à marca recentemente estabelecida por Ivoire, o grande ausente do GP Brasil. Apesar do magnífico retrospecto, o programa Fantástico da TV Globo foi capaz de dizer, nos escassos segundos que dedicou à prova, que a vitória foi de um azarão... Santa ignorância!
INVASOR: O HERÓI DE TRÊS CONTINENTES
Nasceu na Argentina, filho do norte-americano Candy Stripes e foi vendido ainda potrinho para um proprietário uruguaio, que o levou para seu país e lá completou a sua criação. Nome dele, Invasor, o cavalo que se transformaria no maior ídolo do turfe uruguaio, antes de seguir para os EUA. Foi domado e começou sua campanha de pistas em Maroñas. Lá, nunca perdeu. Ganhou tudo que podia, foi escolhido como cavalo do ano. Aí, apareceram os árabes e, a peso de dólar, mais de um milhão deles, Invasor mudou de dono. E também de continente. Após um período de quarentena e adaptação ao novo meio, reiniciou os treinos nos States. Ao invés de estrear na terra do tio Sam, o sheik resolveu que ele recomeçaria sua campanha num Grande Prêmio em Dubai. Foi quando perdeu pela primeira e última vez de sua história. Com uma direção infeliz, sofreu contratempos no percurso e finalizou em quarto lugar, embora bem próximo do ganhador. Após esse malogro, voltou aos EUA e nunca mais perdeu. E olhem que ele só correu Grandes Prêmios de GI. Inclusive suas duas últimas exibições deram a seu dono as duas maiores bolsas do turfe mundial. No início de novembro de 2006, Invasor ganhou a Breeder’s Cup Classic, batendo a nada menos do que o idolatrado Bernardini. Mercê dessa vitória espetacular, foi eleito cavalo do ano. Descansou uns tempos o cavalo sulamericano e voltou à ativa em 31 de março de 2007, justamente no país que conheceu seu único fracasso. No hipódromo de Nad al Sheba, Dubai, capital do Emirados Árabes Unidos e na Dubai World Cup, a prova de maior dotação no turfe mundial. Vingou-se com todas as honras, impondo sua classe e elevando para mais de 8 milhões de dólares os seus ganhos. Quando se preparava para uma nova demonstração, sofreu um sério contratempo em seus locomotores e então seus interessados resolveram encerrar sua curta e mais do que proveitosa campanha. Em janeiro próximo, Invasor começará sua vida como reprodutor na Shadwell Farm. Mesmo tendo corrido apenas uma vez este ano, Invasor ainda lidera o ranking mundial elaborado pela Federação Internacional de Autoridades Hípicas, conforme divulgado em 5 do corrente, com o rating de 129 pontos. Em segundo aparece o alemão Manduro, seguido pelos irlandeses Dylan Thomas e Authorized. Depois, aparecem o japonês Admire Moon e o norte-americano Curlin. Voltaremos a falar de Invasor. Até a próxima.
O CAVALO BRASILEIRO SEGUE BRILHANDO NO EXTERIOR
Agora é a Africa do Sul, que tem um turfe muito avançado, com ótimas premiações e grande presença de público. Pois bem. Lá, como cá, o calendário hípico começa em julho e se encerra em junho do ano seguinte. Estamos nos referindo a isso porque acaba de ser realizada a festa que eles denominam de "Equus Award" na qual foram premiados os melhores do turfe sul-africano da temporada. E quem ganhou o troféu correspondente à melhor potranca de dois anos foi a brasileira Rat Burana, uma filha de Dodge (Mr. Prospector) e Carmina Burana (Southern Halo), líder inconteste da geração. Criada pelo Haras Anderson, que a vendeu em leilão para um proprietário de lá, a linda potranca é própria irmã de Omaggio, que foi um craque quase imbatível nas carreiras de 1.000m. Quer dizer, o potro nascido no Brasil continua conquistando mercado no exterior e é isso que mantém aquecidos os leilões pois conforme se sabe o turfe não vive o melhor dos mundos no Brasil.
STORM CAT, MÁQUINA DE FAZER DINHEIRO
O reprodutor norte-americano Storm Cat (Storm Bird) faz a fortuna de seus felizes cotistas. Aos 24 anos, o garanhão mais valioso da história completou a temporada recém finda, tendo coberto 96 éguas, das quais 69 têm a prenhez confirmada. Como seu serviço valeu este ano a bagatela de 500.000 dólares, resulta que, se o produto nascer vivo, 34.500.000 verdinhas irão abastecer os bolsos de seus proprietários. Storm Cat está sediado na Overbrook Farm, no Kentucky. Segundo Ric Waldman, o homem que maneja sua carta de montas, o garanhão está fisicamente perfeito e com a libido intacta, apesar de sua idade já provecta. Por precaução, "vamos diminuir para 80 éguas sua carta para 2008". Isso é o turfe nos Estados Unidos e sua criação, uma indústria das mais rentáveis, que ganha cada vez mais o reconhecimento de todos e recebe investimentos a cada ano mais polpudos. Quanta inveja!
A FESTA DO TURFE BRASILEIRO
Grande Prêmio Brasil. Movimentação incomum nos matinais da Gávea. Turfistas de todo o país chegando, todos na busca de informações, barbadas das carreiras e tudo mais que cerca o grande evento do turfe nacional. Até a televisão despertou para o turfe e matérias são realizadas com foco no Grande Prêmio. Os jornais falam no assunto, dão palpites sobre a prova máxima. Enfim, tudo se encaminha para que a festa seja um sucesso de público e o movimento de apostas corresponda à magnitude do evento. Será sua 74ª realização. Tudo começou em 1933, com a vitória do pernambucano Mossoró. Agora, o favorito é Quatro Mares, que levará em seu dorso o campeoníssimo Jorge Ricardo, que vem de Buenos Aires especialmente para montá-lo. Ricardinho tentará o tri-campeonato da prova e vai contar com o apoio do público que o idolatra e está "muito bem montado". Quatro Mares (Jules) parece andar melhor do que nunca, tendo aprontado no centro de treinamento de seu proprietário, o Haras Santa Maria de Araras, localizado em Teresópolis. O pupilo de Roberto Morgado Neto, em sua partida final, passou os 1.200m em 80s 5/10, depois de galopar 3 Km na pesada pista do Araras, sob o comando de seu redeador habitual, D. Arguello, a puro galope. Segundo seu treinador, o cavalo "ostenta ótima forma e por isso fizemos apenas um exercício de manutenção, seria desnecessário forçá-lo mais". Para nós, o maior inimigo do favorito será aquele que vai contar com a nossa torcida, pois defende sedas gaúchas. Referimo-nos a l’Amico Steve, pertencente ao Stud Star Gold, que traz ótima campanha de Cidade Jardim, onde é treinado pelo gaúcho Valter S. Lopes. A carreira tem 14 participantes mas, para nós, estes são os dois que reúnem maiores possibilidades. A festa do Grande Prêmio Brasil começou ontem e vai até segunda. São 44 páreos, 12 hoje e outro tanto no domingo, e 10 nos outros dois dias. Além do GP Brasil, mais três Grandes Prêmios de GI serão realizados e ainda outros três clássicos adornam a programação. Que privilegia a pista de grama. Na areia apenas as corridas de ontem, além de um páreo na segunda-feira. Todas as demais provas serão na pista gramada. Para nós, isso não é o mais acertado, mas que fazer, se eles, no Rio e em São Paulo, adoram copiar o turfe europeu...
GP BRASIL ESTÁ CHEGANDO
Domingo que vem é dia de festa no Rio. Um esforço elogiável da diretoria do Jockey Club Brasileiro fez com que a premiação do maior evento do turfe brasileiro pudesse ser reconhecida como à altura do grande clássico nacional. É de fato um grande prêmio: R$ 200.000,00 de bolsa mais os 168.000 apurados no que eles chamam de added. Grande, em termos tupiniquins, é claro, porque se fosse nos EUA, Europa ou mesmo no Japão, Hong Kong ou Austrália, seria uma premiação comum. Até na Argentina as bolsas dos principais clássicos são mais substanciosas. Mas aqui no Brasil é uma senhora bolsa, para um GP Brasil que mais uma vez será apenas local, com a participação de animais sediados em Rio e São Paulo, unicamente. É óbvio que seria desejável a presença de animais de fora, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, mas isso, infelizmente, não será possível. Não que a premiação não atraia, mas porque os entraves burocráticos e as dificuldades de transporte tornam a empreitada proibitiva. É uma pena, mesmo porque, no momento, eles não têm cavalos de grande qualidade. Os bons, foram exportados e o que sobrou, não mete medo. Não importa. Com ou sem estrangeiros, a festa será um êxito. O GP Brasil recebeu treze anotações de animais, cujos proprietários se dispuseram a pagar de 12 a 24 mil reais pelo direito de participar. Outras três provas de GI estão programadas: o GP Presidente da República, com 17 inscritos; o GP Nelson e Roberto Seabra, com 14 e o Major Suckow, com 15 competidores. Como estamos tratando do evento máximo do turfe no Brasil, acreditamos que até a mídia irá acordar e fazer a cobertura da festa. Longe, é claro, daquilo que fazia em décadas passadas mas, pelo menos, o turfe vai aparecer. Uma aparição "telescópica". Depois, sumirá do noticiário, só voltando em caso de acidentes graves de raia, rodadas espetaculares, etc. Mas enfim, esta é a nossa realidade e só nós, turfistas e principalmente os dirigentes e as pessoas gradas do turfe podemos modificá-la. Para isso é preciso que se faça uma ação conjunta perante os órgãos públicos, políticos em geral e o governo federal em particular, no sentido de que a nova regulamentação do jogo, que está por acontecer, contemple o turfe e beneficie a cadeia econômica por ele gerada.
BATENDO NA MESMA TECLA
Não é novidade a crise em que vive o turfe no Brasil. Temos insistido no assunto e apontamos um caminho para a solução. Ela vem da Argentina, mais precisamente do Hipódromo de Palermo. Em crise, no início da década de 90, sua administração foi posta em remate, no ano de 1992. Um grupo de turfistas e investidores formaram a empresa HAPSA (Hipódromo Argentino de Palermo Sociedad Anonima) e venceram a licitação com vigência até 2017. Tiveram que investir na restauração do Hipódromo mas os resultados não foram o esperado. A situação, com os deficits que se acumulavam, ficou preocupante. Mas aí surgiu a solução. Os bingos e até os cassinos, como o do barco atracado no Puerto Madero e o situado no delta do Rio Tigre agiam livremente, faturando alto e tirando clientela do turfe. Os dirigentes da HAPSA conseguiram convencer as autoridades de Buenos Aires de que o turfe também merecia uma chance. E foi assim que nasceu o que seria a ressurreição e – mais do que isso – o esplendor atual de Palermo. Autorizados a explorarem o jogo e não mais apenas as apostas das corridas, os dirigentes do hipódromo fizeram um contrato com o empresário do ramo de apostas, Ricardo Benedito, para a instalação das máquinas caça-níqueis em suas dependências. O sucesso veio em seguida. Há três anos funcionavam cerca de 70 "slot machines" dentro do hipódromo. Hoje elas passam de 2000. O prado se transformou num imenso cassino, funcionando 24 horas por dia e todos lucram. A minicipalidade, que arrecada polpudos impostos, Ricardo Benedito, que administra o jogo e a HAPSA, que, com os lucros que crescem sem parar, realizou reformas físicas importantes, modernizando o hipódromo e, sobretudo, aumentando substancialmente a premiação dos páreos. O movimento de apostas das corridas também cresce sem parar e hoje já se joga, nas três reuniões que Palermo realiza semanalmente, mais de UM MILHÃO DE DÓLARES. Ter cavalo hoje na Argentina é mais do que um hobbie, mais do que o prazer que só o esporte das rédeas propicia, ser dono de um cavalo passou a ser um grande negócio. A relação prêmio/trato é amplamente favorável ao proprietário que, com uma vitória, pode sustentar seu craque por um ano inteiro e ainda sobra algum. Ricardo Benedito é também um turfista apaixonado. Tem inúmeros cavalos em seu Stud Rubio B que, por sinal, é o líder da estatística que lhe corresponde. E um detalhe final: foi ele quem levou o multi-campeão Jorge Ricardo para ser seu piloto oficial na Argentina. E Ricardinho aproveitou a chance. Lidera com folga a estatística de jóqueis de lá. O exemplo está aí. É só segui-lo. Convencer o governo é que são elas. Cabe aos dirigentes fazê-lo.
FUNDO DO POÇO
A situação do Jockey Club do RGS preocupa cada vez mais. Não se vê uma atitude, um gesto da diretoria em busca de uma solução para os graves problemas da entidade. Não é fácil administrar um clube decadente, com despesas sempre maiores do que as receitas. Isso todos reconhecem. Mas a inércia diante dessa situação é o que realmente preocupa. Os prêmios não estão sendo pagos, as ações trabalhistas e outras pululam, com sentenças sempre desfavoráveis ao Jockey. Tudo é problema urgente e nada tem sido feito em busca de uma solução. Resultado: A dívida cresce semanalmente e as dificuldades aumentam na mesma proporção. Nessa última quinta-feira, batemos o recorde negativo de inscrições, mais uma vez. Estamos nos afogando no fundo do poço. Para onze provas, 59 cavalos inscritos, uma média ridícula de 5,36 animais por páreo. E isso depois de muito esforço e trabalho para convencer os treinadores. É claro que, além do número reduzido de inscrições, a qualidade das provas também deixou muito a desejar. É mais um déficit na relação despesa/receita. Daqui a pouco não haverá mais condições de se formar nem mesmo um programa fraco por semana. Será melhor, mais barato, acabar com aquilo que é a finalidade de todo Jockey Club: carreiras de cavalo. E não digam que estamos sendo pessimistas. É realismo puro. Dói muito para quem ama a atividade turfística constatar essa situação. Mas não podemos mais esconder o que se passa no JCRGS. No Paraná não é muito diferente. São Paulo sobrevive à custa de muita criatividade e receitas extra-carreiras, pois estas só dão prejuízo. Brasília e Belo Horizonte há tempos cerraram as portas. Pernambuco vive em crise permanente, dá corridas de vez em quando e só existe porque ainda restam alguns abnegados que o sustentam. No Ceará, a situação é mesma, Sobral tem carreiras quinzenais. Itapetininga fechou. Santos virou centro de treinamento mas como se reduziu o número de cavalos atuando em São Paulo, há poucos animais por lá. As carreiras lá são realizadas quinzenalmente, com pouco movimento. No Rio a situação é a melhor do país, mas não quer dizer que esteja num mar de rosas. Enfim, como se dizia lá fora: "está feio o olho da gateada". É preciso que os clubes esqueçam suas diferenças e unidos busquem em Brasília uma solução urgente. O turfe agoniza. Será que querem matá-lo?
GANHAR NO URUGUAI ESTÁ VIRANDO ROTINA
Domingo, 29 de julho. Hipódromo de Maroñas recebe um grande público que enfrenta o inverno gelado para assistir uma reunião especial com 15 provas, centralizada por dois clássicos importantes. Um evento coroado de êxito, tendo passado pelas bilheterias a soma de 6.454.100,00 pesos, novo recorde de apostas no Uruguai. O primeiro clássico do dia, o Clasico Paraguay, em 1.200 m, marcou o reaparecimento do argentino Artic Sun, eleito favorito dos apostadores. O filho do craque Painter não teve maiores dificuldades, impondo-se de um extremo ao outro, no excelente registro de 69s 78. O leitor estará se perguntando o que nós brasileiros temos com isso. E respondemos: Artic Sun é treinado e foi dirigido por uma dupla de gaúchos que fazem sucesso na terra charrua – Ivo Walter Pereira e Everton Rodrigues Fernandes. Mas nosso sucesso não ficou por aí. Veio a galope, no GP Producción Nacional (G III), com a potranca de Uruguaiana Bright Halo (Spring Halo), cujos criadores e proprietários são também gaúchos. A outra representante de sedas riograndenses, Piquetera, de Luis Fernando Cirne Lima, perdeu a dupla por pequena diferença para a veloz Ancona (First American) com quem brigou desde o pulo. Bright Halo ficou na expectativa da luta e, quando seu jóquei Rubén Rivero, entendeu de tratar dos papéis, a pensionista de Nelson Migues respondeu com grande ação. Dominou com folga, cruzando de viagem por suas rivais e chegando ao disco em 89s 04 para os 1.500 m, arranhando o recorde. Que, por sinal, pertence a outro gaúcho, Padrão Lima. Foi a terceira apresentação da descendente de Spring Halo e Bright Blue, por Bright Again. Manteve-se invicta. E mais, confirmou ser a melhor potranca de dois anos em atuação no Uruguai. Criada pelo Haras Cruz de Pedra, de Antonio Carlos Mondino Silva, pertence ao Stud San Diego Stone Cross que, por sinal, também é dele, em sociedade com seu filho, Diego. A continuar nesse ritmo, crescendo a cada nova apresentação e melhorando com o aumento das distâncias, Bright Halo tem um futuro muito promissor. Isso sem contar que os dólares podem aparecer a qualquer momento e arrebanhá-la para os Estados Unidos, ou, quem sabe, os Emirados Árabes, visto que os sheiks estão comprando tudo o que pinta de bom nas carreiras. E para eles, os dólares jorram dos poços de petróleo que, por acaso, são herança familiar...
BRASILEIROS NO EXTERIOR
Continuam a fazer sucesso lá fora os cavalos e os profissionais do turfe brasileiro. No Uruguai, sábado passado, o clássico Francia, em 1.100m, marcou finalmente o primeiro laurel da gaúcha Vitória Sagrada, em Maroñas. A filha de Vicio Sagrado, criada pelo Haras Pasuvi, como se sabe, começou sua campanha de pistas no Cristal, onde se revelou uma das melhores potrancas da idade. Levada ao Uruguai, foi entregue ao treinador gaúcho Ivo Walter Pereira. Preparada para enfrentar os clássicos da idade, Vitória Sagrada, antes deste sábado, atuara três vezes em Maroñas, sempre em provas clássicas e obtivera dois segundos e um quarto lugares. Agora, não deu confiança a suas rivais. Sob o comando do também gaúcho Everton Rodrigues Fernandes (líder no Uruguai), a pupila do Stud Casablanca venceu fácil, livrando quase dois corpos de diferença, na ótima marca de 64s 19 para os 1.100 metros.
ESTADOS UNIDOS
Ganhar em Maroñas já está virando rotina para os cavalos e profissionais brasileiros. Mas nos States, é bem mais difícil. Sábado passado, no meeting de Del Mar, Califórnia, tivemos a participação de animais de criação e propriedade de brasileiros nas duas principais provas do dia. A mais importante, o Eddie Read Handicap, de Grupo I, com 400.000 dólares de bolsa, teve o bageense Out of Control como uma de suas forças. Corrido com algum excesso de confiança por Michael Baze, o cavalo do Stud TNT brigou na ponta enquanto After Mark ficava em terceiro, acomodado. Na reta, quando Out of Control dominou o ponteiro, sofreu a carga e não conseguiu resistir a After Mark, perdendo no final por pouco mais de um corpo. After Mark é um filho de Storm Cat, o garanhão mais famoso do universo. Sua cobertura vale a "bagatela" de 500.000 dólares. Já Double Trouble (Wild Event), também bageense, do Haras Doce Vale, cotada como favorita no Osunita Handicap, o outro clássico do dia, teve um percurso adverso, ficando encaixotada e acabou perdendo para Kris Sis (Forestry) uma prova complicada. Chegou em terceiro, cedendo a dupla no Photochart. Para completar, registramos o sucesso, na França, alcançado pelo Stud Estrela Energia, que correu sua potranca Notagora (Divine Light) no importante Prix Robert Papin, reservado às fêmeas de dois anos. E Notagora não negou fogo. Manteve sua invencibilidade nas quatro últimas apresentações (só perdeu na estréia) marcando 63s 20, e vencendo a Magritte por ¾ de corpo.
HOJE É SÓ RETA
O espaço de hoje é totalmente voltado às canchas retas, celebrando a pujança dessa modalidade de corridas que faz parte de nossas mais caras tradições. Conforme noticiamos, o XXVIº GP Cidade de Lages foi disputado domingo e segunda-feira passados. As eliminatórias foram realizadas em número de três, na distância de 600m, e apresentaram os seguintes ganhadores: New Home (Magical Mile) no primeiro terno, no tempo de 33s12; Absoluto Chefe, também filho de Magical Mile, ganhou a segunda eliminatória (32s93) e Prime Shot (Romarin) levantou o último terno em 32s82. Mas, na final, disputada segunda-feira, prevaleceu aquele que vencera na pior marca. A verdade é que New Home, o favorito, não havia feito maior esforço para levantá-la e então "matou" a parceria na final, demonstrando ser um potro de muito futuro e registrando 32s96, na pista pesada. New Home pertence ao Stud Aparício (Alceu Oliveira) e o movimento da penca foi de R$ 350.140,00, cifra considerada muito boa pelos organizadores. Capitaneados por Alceu Oliveira, que recebeu parabéns em dose dupla. Pela vitória de seu pupilo, que abiscoitou os R$ 50.000,00 destinados ao ganhador e pelo sucesso da festa. Face a esse sucesso, foi aprazada uma nova penca pelo Jockey Club de Lages, marcada para dezembro próximo.
NOVA CANCHA RETA EM BAGÉ
Será em 23 de setembro a inauguração do novo complexo reteiro da Rainha da Fronteira. Foram programadas três pencas, como parte do evento: GP Alceu Collares, em 500m, para animais de três e mais anos, com R$ 15.000,00 de dotação; o GP Clóvis Ilgenfritz, em 400m, para os cavalos da raça Quarto de Milha, com prêmio maior de R$ 8.000,00, e ainda o GP Velocistas da Fronteira, também em 500m e dotação de R$ 2.000,00. A novidade é que não haverá eliminatórias. As pencas admitirão apenas quatro inscrições em cada prova e serão em uma só batida.
JÓIA E CARAZINHO
Em 29 e 30 próximos, acontecerá o GP Hotony Braga e Henrique Barbosa em 500m na cancha de Jóia, uma demonstração de que a cancha reta permanece viva no Rio Grande. E o GP Senhoras do Turfe, evento que já vai se tornando tradicional em Carazinho, tem nova data. Foi transferido para os dias 5 e 6 de agosto, na distância de 600m e reservado a potros e potrancas inéditos e perdedores, com bolsa de R$ 80.000,00.
IVOIRE SOFRE CONTRATEMPO NO GP OSAF
O cavalo Ivoire, franco favorito do GP Osaf (ex 16 de Julho), disputado sábado passado na Gávea, não passou no teste para o GP Brasil. Sofreu sérios tropeços durante o percurso e terminou a prova em 6º lugar. E o que é pior, regressou ao padock desmontado. O craque do Stud LLC levou uma forte batida na canela direita. A lesão não parece ser grave mas é suficiente para afastá-lo do GP Brasil. A carreira foi disputada na grama pesada, em 2.400m e apresentou um resultado surpreendente com a vitória de Dear Est (Fantastic Dancer), dirigido por Rodrigo Salgado. Fogonaroupa e Ossoduroderoer moveram o train da prova, acompanhados de perto por Dear Est. Depois, vinham se revezando, quase na mesma linha, Quanta Classe (única égua do lote), Mind of Lot, Ivoire e Pantaleon. Mais atrás, His Friend, Eco Challenger, King Colony e, afastado, em último, No Fool. Na curva, Quanta Classe avançou para segundo com Dear Est em suas águas. Ossoduroderoer abandonava a luta, o que, logo a seguir, faria também Fogonaroupa. Entretanto, Ivoire rendia pouco, sendo superado por Pantaleon e His Friend. Na entrada da reta, Quanta Classe assumiu a vanguarda, mas foi atacada, em seguida, por Dear Est. Resistiu até os 300m finais, quando Dear Est por fim se desvencilhou da valente rival, mas quase foi surpreendido pela violenta atropelada de His Friend, que lhe chegou à cabeça no disco de sentença. Quanta Classe manteve a terceira colocação, à frente de Pantaleon. Em pista anormal e com cerca móvel, o filho de Fantastic Dancer marcou 150s11, para registrar sua quarta vitória (segunda clássica) em doze tentativas. Essa foi a história do Osaf 2007. Com a defecção de Ivoire, Jorge Ricardo, que seria seu piloto, ficou liberado para montar Quatro Mares, no GP Brasil, dia 18 de agosto próximo. É certo que será o favorito, pois a prova, apesar da alta recompensa que oferecerá ao ganhador, não deverá receber inscrições da Argentina, Chile ou Uruguai e os corredores brasileiros não apresentam um cartel capaz de intimidar ao craque que Ricardinho vai pilotar.
A RESSURREIÇÃO DE MAROÑAS E PALERMO
Nos anos 90, dava pena visitar o tradicional hipódromo de Maroñas, no paupérrimo bairro de Ituzaingó, na capital uruguaia. Caia aos pedaços, seus profissionais, mal vestidos, os cavalos, magros. A decadência saltava aos olhos. Logo, face às dívidas trabalhistas e fiscais existentes, parou de funcionar. Foi tomado pelo governo, por conta desses débitos. E fechado ficou por longos anos, até que finalmente foi posto em licitação pública. Um consórcio, formado por argentinos, americanos e espanhóis, levou a melhor na disputa e imediatamente iniciou a tarefa de reconstrução do hipódromo, dotando-o de todo o conforto, melhorando em muito as suas instalações. Só então, foi reaberto. Contando com o apoio da Codere, que abriu, num majestoso prédio central de Montevidéu, uma belíssima casa de apostas, dotada de caça-níqueis, roleta virtual, bingo e jogo nas corridas de cavalos de todo o mundo, fazendo o mesmo em outra área nobre, o Montevideo Shopping Center, Maroñas deslanchou. Hoje, além de ponto turístico obrigatório, abriga centenas de profissionais, muitos deles brasileiros e, a cada dia, cresce o número de cavalos que abrilhantam seus programas de sábado e domingo. Tudo graças às maquininhas. Já Palermo, no bairro nobre de Buenos Aires, não pertencia a nenhum Jockey Club. Propriedade do município, teve seu uso privatizado há alguns anos. Custou a deslanchar. Acumulava prejuízos até que seus interessados conseguiram, junto ao governo, licença para instalar no hipódromo as famosas "maquininhas". Foi a conta. Com o lucro que elas propiciam, Palermo reviveu. Hoje, é um hipódromo primoroso. O público voltou à frequentá-lo, o movimento de apostas não pára de crescer, os prêmios estão sendo aumentados 3, 4 vezes ao ano. Atualmente, ter um cavalo correndo na capital, além do prazer que o esporte produz, é também um ótimo investimento, um grande negócio. Basta ganhar uma carreira comum e o prêmio já paga cerca de um ano e meio de trato. E se der um pouco de sorte e o cavalo ganhar um clássico, aí surgem as propostas em dólar, por valores astronômicos para nós. Não há exagero. O turfe lá vai de vento em popa. Já aqui... Será que esses exemplos não servem de inspiração aos próceres do turfe brasileiro?
AS PENCAS
Nós, os turfistas, somos teimosos e continuamos na batalha mesmo sob o mau tempo que se abate sobre a atividade. Não só nos hipódromos de volta fechada que ainda nos restam, mas também nas canchas retas que se concentram no sul do país, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com grande predomínio de nosso estado. Na semana passada tivemos a penca de São Gabriel. Bom público presente, enfrentando a chuva e o frio para assistir os três ternos que a compunham. Os três ganhadores foram todos filhos do reprodutor do Haras Henrique Wahirich, o norte-americano Fritz. Na final, disputada segunda-feira passada, o favorito Jogada de Mestre (Fritz e Russian Blue, por Ghadeer) prevaleceu com facilidade à frente de seus irmãos paternos, Jake e Jeiko, respectivamente segundo e terceiro colocados na penca. O tempo do ganhador para os 450 metros foi de 24s78. Detalhe curioso. A cancha do Jockey Club de São Gabriel termina junto ao Rio Ibicuí. E com as chuvaradas da semana passada, este transbordou. Resultado: após cruzarem o disco, os potros finalistas, foram parar dentro das águas turbulentas do rio, com sérios riscos, mas felizmente nada de grave aconteceu. O movimento de apostas frustrou as expectativas, talvez em função da intempérie. Não passou de 65 mil reais.
Agora é Lages
Hoje, às 15:30h, acontece a final da grande penca catarinense, o XXVIº GP Cidade de Lages, que homenageia o atual prefeito da cidade, Renato Nunes de Oliveira e mais seis vultos da reta: Dante Luíz De Franceschi, Nilton Carlesso, Guido Irineu Pellanda, Ricardo Slaviero, Ênio e João Carlos Vendrusculo. A prova em 600 metros tem a polpuda dotação de 100 mil reais, sendo a metade destinada ao ganhador. Concorrem potros inéditos, perdedores, ou ganhadores de terno, estes com sobre-carga. O evento mobilizou a comunidade turfística, lotando os hotéis da cidade com os carreiristas enfrentando o frio de "renguear cusco" que se abate sobre a simpática metrópole do sul catarinense.
Ricardo x Russel Baze
Jorge Ricardo mantém-se a frente do canadense, que atua preferencialmente na Califórnia, Russel Baze, na disputa sobre quem é o maior ganhador em atividade no turfe mundial. Até quinta-feira passada Ricardinho totalizava 9775 vitórias contra 9762 do rival. São números fantásticos. Para se ter uma idéia, vale lembrar que o gaúcho T.J.Pereira ganhou a estatística da Gávea, obtendo em um ano 227 vitórias, número menor do que o obtido por Jorge Ricardo em apenas seis meses de atuação na Argentina.
Agora é Lages
Hoje, às 15:30h, acontece a final da grande penca catarinense, o XXVIº GP Cidade de Lages, que homenageia o atual prefeito da cidade, Renato Nunes de Oliveira e mais seis vultos da reta: Dante Luíz De Franceschi, Nilton Carlesso, Guido Irineu Pellanda, Ricardo Slaviero, Ênio e João Carlos Vendrusculo. A prova em 600 metros tem a polpuda dotação de 100 mil reais, sendo a metade destinada ao ganhador. Concorrem potros inéditos, perdedores, ou ganhadores de terno, estes com sobre-carga. O evento mobilizou a comunidade turfística, lotando os hotéis da cidade com os carreiristas enfrentando o frio de "renguear cusco" que se abate sobre a simpática metrópole do sul catarinense.
Ricardo x Russel Baze
Jorge Ricardo mantém-se a frente do canadense, que atua preferencialmente na Califórnia, Russel Baze, na disputa sobre quem é o maior ganhador em atividade no turfe mundial. Até quinta-feira passada Ricardinho totalizava 9775 vitórias contra 9762 do rival. São números fantásticos. Para se ter uma idéia, vale lembrar que o gaúcho T.J.Pereira ganhou a estatística da Gávea, obtendo em um ano 227 vitórias, número menor do que o obtido por Jorge Ricardo em apenas seis meses de atuação na Argentina.
CARREIRA NA NEVE
Tarde de segunda-feira passada, nove de julho, feriado nacional na Argentina. Palermo recebeu um bom público que enfrentou um frio de arrepiar pingüim para desfrutar de mais um espetáculo turfístico. Programa normal, tendo por base o clássico Chacabuco, em 2500 metros. Passava um pouco das 15 horas e, para surpresa geral e alegria dos presentes, começou a nevar forte em Buenos Aires, coisa que não acontecia há mais de 89 anos. O fenômeno arrancou comentários jocosos; um turfista perguntou a outro. "Conheço cavalos pasteros (correm bem na grama) e arenáticos (de areia), mas "neveros" nunca tinha visto. Será que Calidoscópio corre bem na raia branca?" Referia-se ao favorito do clássico, a ser corrido logo depois na pista de areia, que àquela altura já estava coberta de neve. Foi a primeira vez na história de Palermo em que se correu na pista nevada. Em que pese o frio, os presentes saíram para fora dos pavilhões, de celular em punho fotografando o mágico momento. A carreira foi levantada pelo favorito Calidoscópio (Luhuk) que chegou apenas uma cabeça à frente de Ibope (Lode), que defendeu as sedas brasileiras do Haras Santa Maria de Araras, de Júlio Bozzano. O jóquei deste reclamou ter sofrido prejuízo na reta de chegada, mas o pleito não prosperou. Era uma reunião comum mas acabou sendo inesquecível para os turfistas palermitanos.
GP Brasil se aproxima
Hoje na Gávea acontecerá a prova preparatória para o Grande Prêmio Brasil em 2400 metros. É o GP OSAF (grupo 2) que até 2004 se chamava GP 16 de Julho. Participam alguns dos prováveis concorrentes à prova máxima do turfe carioca, que será corrida na primeira quinzena de agosto. Ivoire (Know Heights) é com certeza o favorito, pois vem de vencer a terceira prova da tríplice coroa carioca, o GP Cruzeiro do Sul, batendo o recorde da distância, a mesma que irá enfrentar hoje. Terá em seu dorso o gaúcho Alex Mota, substituindo ao campeoníssimo Jorge Ricardo que, por compromisso assumido em Buenos Aires, não poderá montá-lo nesta ocasião. Para finalizar, registramos e aplaudimos o esforço do Jockey Club Brasileiro que dará uma premiação condigna ao GP Brasil deste ano: 200 mil reais ao vencedor, mais o que for apurado pelo sistema denominado de Added, no qual o proprietário pagará 12 mil reais para que seu pupilo possa competir.
POBREZA
Há cerca de 20 anos, a população eqüina da Vila Hípica do Hipódromo do Cristal girava em torno aos 1300, 1400 animais. Hoje, estamos reduzidos à metade. Na última terça-feira se computava apenas 688 habitantes em nosso campo de corridas. Falamos de quadrúpedes, é claro, pois na medida em que decresce o número de nossos cavalos, aumenta o de pessoas que vivem na Vila Hípica e nela não trabalham. Mas isso já é outro problema. Vamos nos ater aos cavalos que vivem no Cristal. Como são poucos, os problemas são muitos. É cada vez mais difícil formar o programa semanal de corridas do Jockey Club do Rio Grande do Sul. Isso que hoje é apenas um. Em décadas passadas chegamos a ter até quatro. Nessa semana que passou, então, chegamos a um recorde negativo dos mais preocupantes. A Comissão de Corridas, presidida por Cláudio Franzen, fez das tripas coração, para formar 11 páreos, só conseguindo 63 inscrições, com a média de 5,7 animais por competição. Por que isso acontece? A resposta é fácil. Prêmios baixos, congelados e uma relação prêmio x trato das mais danosas ao bolso dos proprietários. Se somarmos a isso, a irregularidade nas datas dos pagamentos, veremos que o resultado não poderia ser diferente. A preocupação é grande. Os cavalos vão indo embora e não estão sendo repostos em nossa Vila Hípica. Pelo menos, não na mesma proporção. E, continuando assim, é claro que a tendência do quadro será cada vez mais grave. E se nada for feito, se os prêmios não forem aumentados, se não houver providências a nível federal, muito em breve não teremos mais corridas no Cristal. Seremos um imenso BarraShoppingSul. Só poderemos ver corridas do Rio, São Paulo (enquanto durar), Maroñas, Argentina, Estados Unidos, Austrália, Hong Kong, etc. Isso porque a Codere vem de abrir uma filial de sua loja de apostas dentro do Hipódromo do Cristal. É o que nós queremos? Claro que não. Então, senhores dirigentes do turfe no Brasil, senhores criadores e proprietários, pessoas que têm alguma influência junto aos políticos e governo, por favor mexam-se, porque a vaca vai no rumo do brejo. Chega de choro. Precisamos de ações já!
FESTA DAS ESTRELAS
Sábado passado, um show de grandes prêmios aconteceu em San Isidro. Nada menos que seis provas de G I num mesmo dia. É claro que isso funciona, tanto que o belo hipódromo do Jockey Club Argentino lotou suas dependências, numa tarde linda, um pouco fria, mas de muito sol. Cerca de um milhão de dólares passaram pelos guichês de aposta. Foi um espetáculo perfeito que teve vários protagonistas de luxo. Dentre eles se sobressaiu Jorge Ricardo, que ganhou duas Carreras de las Estrellas e fez a dupla em outras tantas. Contudo, para nós, o grande destaque foi a potranca Inca Noble (Ride the Rails), que ganhou a Juvenile Fillies como uma verdadeira "fora de série", marcando 92s 98 na milha e chegando ao disco com grande ação, sem que Ricardinho sequer a exigisse. Correu lá atrás. Na curva, levava as outras por diante e, na reta, quando Ricardo achou que era a hora, passou por cima e venceu por 7 corpos. Para se ter uma idéia, Match Glory (Honour and Glory), que venceu a versão dos machos na mesma distância, fez 93s 42, ou seja, quase um segundo a mais. Ricardinho ganhou também a Estrella Sprint, no Km, pilotando o favorito Storm Marcopolo (Bernstein), mas teve que se esmerar para bater ao irregular Knock (Luhuk) por ¾ de corpo. Mas o campeão mundial entre os jóqueis perdeu duas incríveis. Com a favorita Teamgeist (Mutakddim), na Estrellas Distaff e com o azarão Honey Nov (Romanov), na Classic. Esta, a carreira de melhor premiação (100.000 dólares ao ganhador), tinha um campo aberto face à ausência de grandes valores – os melhores argentinos foram exportados. O favorito foi o veterano Latency, reaparecendo após seis meses. Tudo podia acontecer e aconteceu. O ganhador foi Fairy Magic, um filho do inesgotável Southern Halo, em final complicado. Chocou-se na reta com Honey Nov e o venceu por ¾ de corpo. Ricardo pediu bandeira mas a C.C. confirmou o resultado. Já Teamgeist (Numerous), na Distaff, atropelou com vontade, dando a impressão que dominaria fácil à líder Cachorra Wells (Poliglote), mas faltou-lhe aguerrimento. Chegou a juntar a ponteira e aí perdeu ação e a carreira, ficando-lhe a pescoço. O Estrellas Junior Sprint, para os potros e potrancas, mostrou outra surpresa, sendo vencido pelo pouco cotado Greco Tom (Shy Tom) que igualmente livrou pescoço sobre a potranca do Haras Santa Maria de Araras, Que Felicidad (Bernstein). Tivemos ainda o Estrellas Provincias Argentinas para a potrada que atua no interior do país. Deu o favorito Riomar (Rampart Road). O espaço chega ao fim e vamos parar por aqui. Não sem antes dizer que esta edição da Carrera de las Estrellas é um exemplo que devemos seguir.
O JAPONÊS VOADOR
Oguna Sato (M.A.3a.MS - From Carson City e Jeruty por Minstrel Glory), é um cavalo de criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Aparício, muito corredor. Sua campanha começou nas retas. Perdeu a eliminatória da Penca do Boi, em Alegrete. A seguir correu a Penca de Tupanciretã, vencendo o terno e perdendo a final, quando largou mal. Foi então para Palmeira de Missões, na maior penca de 2006, vencendo a seletiva e a final. Seguiu para o Hipódromo do Tarumã, onde deu um vareio em seu debut. No último sábado, 23, em Cidade Jardim, correu pela 2ª vez em São Paulo em 1.000m, grama, permanecendo invicto e marcando 54"280. Dizem que tem presença certa no GP Major Suckow (G.1), em agosto na Gávea.
OBLIQUO É O REI DA RAIA
Ele ficou com este título ao vencer no sábado (23), em Cidade Jardim, o GP General Couto de Magalhães (G.2) – Taça de Ouro, em 3.218m, grama leve. O castanho de 3 anos, é filho de Know Heights (sua cobertura custará este ano R$ 18 mil) e Pituna (Itajara), sendo treinado pelo gaúcho Valter dos Santos Lopes.
TAÇAS DE PRATA: SÓ DEU BAGÉ
Disputadas na Gávea, no domingo, 24, para os Potros de 2 anos, teve como ganhadores na versão feminina a invicta Celtic Princess (Public Purse), de criação e propriedade da Coudelaria Jéssica, secundada por Quebra de Sigilo (Haras Fronteira PAP); e na dos machos Do Canadá (Vettori), de criação do Haras Fronteira PAP e propriedade do Stud Eternamente Rio, que superou em grande atropelada a Mestre Feiticeiro (Old Friends), Parc Des Princes (TNT), Refuge Cove (Anderson) e Belo Purse (Coudelaria Jéssica). Como a Coudelaria Jéssica cria em Bagé, no Haras Bagé do Sul (Ulisses Lignon Carneiro e equipe), tivemos ponta e dupla nas fêmeas e o placar inteiro dos machos de produtos criados na "Kentucky brasileira".
COPAS ABCPCC
No Velocidade, em 1.000m, grama, tivemos um mano a mano entre a ganhadora Super Duda (Notation), de criação do Haras das Estrelas (cria no Haras Castelo, em Bagé) e sua irmã paterna Moon Star.
Na Clássica, denominada de Matias Machline, em 2.000m, grama, brilhou a estrela do maior de Jorge Ricardo – o líder mundial em vitórias – que levou Quatro Mares (Jules), de criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras (Bagé de novo) à vitória. Na dupla ficou o veloz Top Hat, que dominou por pescoço seu companheiro Quick Road, irmão paterno do ganhador. O tempo foi de 1’58"58/100, muito próximo do recorde de Falcon Jet (1’58"40).
OBLIQUO É O REI DA RAIA
Ele ficou com este título ao vencer no sábado (23), em Cidade Jardim, o GP General Couto de Magalhães (G.2) – Taça de Ouro, em 3.218m, grama leve. O castanho de 3 anos, é filho de Know Heights (sua cobertura custará este ano R$ 18 mil) e Pituna (Itajara), sendo treinado pelo gaúcho Valter dos Santos Lopes.
TAÇAS DE PRATA: SÓ DEU BAGÉ
Disputadas na Gávea, no domingo, 24, para os Potros de 2 anos, teve como ganhadores na versão feminina a invicta Celtic Princess (Public Purse), de criação e propriedade da Coudelaria Jéssica, secundada por Quebra de Sigilo (Haras Fronteira PAP); e na dos machos Do Canadá (Vettori), de criação do Haras Fronteira PAP e propriedade do Stud Eternamente Rio, que superou em grande atropelada a Mestre Feiticeiro (Old Friends), Parc Des Princes (TNT), Refuge Cove (Anderson) e Belo Purse (Coudelaria Jéssica). Como a Coudelaria Jéssica cria em Bagé, no Haras Bagé do Sul (Ulisses Lignon Carneiro e equipe), tivemos ponta e dupla nas fêmeas e o placar inteiro dos machos de produtos criados na "Kentucky brasileira".
COPAS ABCPCC
No Velocidade, em 1.000m, grama, tivemos um mano a mano entre a ganhadora Super Duda (Notation), de criação do Haras das Estrelas (cria no Haras Castelo, em Bagé) e sua irmã paterna Moon Star.
Na Clássica, denominada de Matias Machline, em 2.000m, grama, brilhou a estrela do maior de Jorge Ricardo – o líder mundial em vitórias – que levou Quatro Mares (Jules), de criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras (Bagé de novo) à vitória. Na dupla ficou o veloz Top Hat, que dominou por pescoço seu companheiro Quick Road, irmão paterno do ganhador. O tempo foi de 1’58"58/100, muito próximo do recorde de Falcon Jet (1’58"40).
TRADICIONALÍSSIMO
Tradição é tradição. E quando ela é britânica, aí chega a extremos. Isso vem a propósito do Royal Meeting de Ascot, que há mais de 150 anos se disputa em Windsor, Inglaterra. A família real desfila de carruagem na abertura do evento, passeando garbosamente ante os pavilhões de Ascot, sob os aplausos de cavalheiros vestidos a caráter: De fraque, cartola cinza e alguns até calçando polainas. Pode parecer ridículo para nós sul-americanos mas é a tradição inglesa que se impõe. E assim funciona como uma atração a mais para o espetáculo. O povo adora. O meeting começa na terça e vai até sábado, com uma sucessão de grandes prêmios diários. A série teve início dia 19/6, com o americano Henrythenavigator (Kingmambo) vencendo o Coventry Stakes (G.2). O Saint James’s Palace Stakes pertenceu ao inglês Excellent Art (Pivotal). Depois vieram os sucessos do francês Ramonti (Martino Alonso) no Queen Anne Stakes e da australiana Miss Andretti (Ihtiram) que levou o King’s Stand Stakes. O primeiro dia do The Royal Ascot se encerrou com o potro irlandês Drawnfromthepast (Tagula) levantando o Windsor Castle Stakes. Na quarta-feira, mais seis clássicos. Elletelle (Elnadin), uma potranca pouco cotada surpreendeu atropelando fulminantemente nos 1.000m do Queen Mary Stakes. Royal Oath (Kingmambo) adjudicou-se a Royal Hunt Cup. O francês Manduro conseguiu superar ao favorito Dylan Thomas e ficou com o importante Prince Of Wales Stakes (G.1I). Nannina (Medicean) ganhou o Windsor Forest Stakes (G.2). O Jersey S. (G.3) pertenceu a Tarik (Killachy) e, fechando a tarde, Barsheba (Barathea) levou para casa o Sandringham Handicap. Quinta-feira foi o dia da famosa Ascot Gold Cup (G.1) em 4.000m, uma verdadeira maratona. Yeats de 6 anos, filho de Sadler’s Wells, repetiu o feito do ano passado derrotando com facilidade a Geordieland em demorados 4’20"78. Silkwood (Singspiel) deu um show no Ribblesdale S. (G.2), reservado às éguas em 2.400m. Venceu por 5 corpos em 2’30"23, e pertence ao Sheikh Mohammed bin Rashid al Maktoum, de Dubai. E o Norfolk S. (G.2) no Km, foi vencido pelo potro Winker Watson (Piccolo) em 1’00"83. Na sexta, mais cinco Grandes Prêmios. Falemos da Coronation Cup disputada na milha. A favorita Finsceal Bo ‘afundou’ na pista pesada e a vitória foi de Indian Ink (Indian Ridge). No sábado, no Golden Jubilee S. (G.1), a fenomenal australiana Miss Andretti voltou a competir, naturalmente como favorita. Mas ela fracassou. O ganhador foi Soldiers Tale (Stravinsky). Cerca de 300 mil pessoas pagaram 50 Pounds por dia, durante os cinco dias, para assistirem os 17 Grandes Prêmios do Royal Meeting, apesar da chuva que atrapalhou a festa.
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