segunda-feira, 24 de setembro de 2007

FUNDO DO POÇO


A situação do Jockey Club do RGS preocupa cada vez mais. Não se vê uma atitude, um gesto da diretoria em busca de uma solução para os graves problemas da entidade. Não é fácil administrar um clube decadente, com despesas sempre maiores do que as receitas. Isso todos reconhecem. Mas a inércia diante dessa situação é o que realmente preocupa. Os prêmios não estão sendo pagos, as ações trabalhistas e outras pululam, com sentenças sempre desfavoráveis ao Jockey. Tudo é problema urgente e nada tem sido feito em busca de uma solução. Resultado: A dívida cresce semanalmente e as dificuldades aumentam na mesma proporção. Nessa última quinta-feira, batemos o recorde negativo de inscrições, mais uma vez. Estamos nos afogando no fundo do poço. Para onze provas, 59 cavalos inscritos, uma média ridícula de 5,36 animais por páreo. E isso depois de muito esforço e trabalho para convencer os treinadores. É claro que, além do número reduzido de inscrições, a qualidade das provas também deixou muito a desejar. É mais um déficit na relação despesa/receita. Daqui a pouco não haverá mais condições de se formar nem mesmo um programa fraco por semana. Será melhor, mais barato, acabar com aquilo que é a finalidade de todo Jockey Club: carreiras de cavalo. E não digam que estamos sendo pessimistas. É realismo puro. Dói muito para quem ama a atividade turfística constatar essa situação. Mas não podemos mais esconder o que se passa no JCRGS. No Paraná não é muito diferente. São Paulo sobrevive à custa de muita criatividade e receitas extra-carreiras, pois estas só dão prejuízo. Brasília e Belo Horizonte há tempos cerraram as portas. Pernambuco vive em crise permanente, dá corridas de vez em quando e só existe porque ainda restam alguns abnegados que o sustentam. No Ceará, a situação é mesma, Sobral tem carreiras quinzenais. Itapetininga fechou. Santos virou centro de treinamento mas como se reduziu o número de cavalos atuando em São Paulo, há poucos animais por lá. As carreiras lá são realizadas quinzenalmente, com pouco movimento. No Rio a situação é a melhor do país, mas não quer dizer que esteja num mar de rosas. Enfim, como se dizia lá fora: "está feio o olho da gateada". É preciso que os clubes esqueçam suas diferenças e unidos busquem em Brasília uma solução urgente. O turfe agoniza. Será que querem matá-lo?

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