segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A CRISE DO TURFE NO BRASIL – PARTE III


Perdoem se insistimos no tema. Mas é que somos apenas uma voz em meio à tempestade que nos abate. O espaço é pouco e muitos são os problemas que precisam ser resolvidos com urgência. E não estamos vendo as ações por parte dos que deveriam estar na linha de frente da batalha pelo reerguimento do turfe no Brasil. Afinal, além de ser uma atividade de lazer, um esporte praticado em todo o mundo, as organizações hípicas representam uma grande fonte de ocupação de mão de obra e divisas para a nação. Cada cavalo de esporte dá emprego direto à pelo menos 3 pessoas. E são muitos milhares de animais envolvidos na atividade. Reprodutoras, garanhões, potros ao pé, potros em crescimento, cavalos em training, mantêm ainda uma infinidade de empregos indiretos, tais como, zootecnistas, agrônomos, fornecedores de forragens, ferreiros, laboratórios especializados, indústria farmacêutica, etc. São pessoas que precisam ser consideradas por todos. A começar pelos políticos, até porque essa gente também vota... Nos últimos 10 anos, ficando só no cavalo Puro Sangue Inglês, os números dos nascimentos da raça vêm decaindo progressivamente, em função das dificuldades notórias que os hipódromos vivenciam. Uns mais, outros menos, mas todos remunerando muito mal aos proprietários de cavalos. E esses, igualmente, são cada vez em menor número, como consequência óbvia. E como jóqueis, treinadores, cavalariços, gerentes e até veterinários são remunerados com base nos prêmios obtidos pelos animais aos seus cuidados, fica clara a defasagem do setor. Ao mesmo tempo em que isso ia acontecendo, houve o abandono da mídia que, hoje, dele se lembra de raro em raro e quase sempre focando aspectos negativos. Ainda outro dia, numa novela da Globo, de grande audiência junto ao povão, uma personagem falou, referindo-se a outro que disse que ia ao prado: "Lá vai ele botar dinheiro fora nas patas dos cavalos". Então, que fique bem claro: só teremos uma mídia decente se o turfe voltar a ser uma atividade de repercussão. Por favor, senhores presidentes dos jockeys clubes, das associações de criadores, dos profissionais de turfe e mesmo pessoas físicas importantes ligadas ao setor: reúnam-se o mais rápido possível, formem um grupo de pressão, partam para Brasília e busquem influenciar políticos e governantes para a causa do turfe. Façam eles ver que o turfe no Brasil tem tudo para ser uma atividade importante para a nação, mas precisa de apoio oficial para voltar a crescer. Se o Governo faz o Timemania para ajudar o futebol, por que não ajudar o turfe? A solução está aí ao nosso lado, no Uruguai e na Argentina. É só seguir o exemplo.

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