segunda-feira, 24 de setembro de 2007

POBREZA

Há cerca de 20 anos, a população eqüina da Vila Hípica do Hipódromo do Cristal girava em torno aos 1300, 1400 animais. Hoje, estamos reduzidos à metade. Na última terça-feira se computava apenas 688 habitantes em nosso campo de corridas. Falamos de quadrúpedes, é claro, pois na medida em que decresce o número de nossos cavalos, aumenta o de pessoas que vivem na Vila Hípica e nela não trabalham. Mas isso já é outro problema. Vamos nos ater aos cavalos que vivem no Cristal. Como são poucos, os problemas são muitos. É cada vez mais difícil formar o programa semanal de corridas do Jockey Club do Rio Grande do Sul. Isso que hoje é apenas um. Em décadas passadas chegamos a ter até quatro. Nessa semana que passou, então, chegamos a um recorde negativo dos mais preocupantes. A Comissão de Corridas, presidida por Cláudio Franzen, fez das tripas coração, para formar 11 páreos, só conseguindo 63 inscrições, com a média de 5,7 animais por competição. Por que isso acontece? A resposta é fácil. Prêmios baixos, congelados e uma relação prêmio x trato das mais danosas ao bolso dos proprietários. Se somarmos a isso, a irregularidade nas datas dos pagamentos, veremos que o resultado não poderia ser diferente. A preocupação é grande. Os cavalos vão indo embora e não estão sendo repostos em nossa Vila Hípica. Pelo menos, não na mesma proporção. E, continuando assim, é claro que a tendência do quadro será cada vez mais grave. E se nada for feito, se os prêmios não forem aumentados, se não houver providências a nível federal, muito em breve não teremos mais corridas no Cristal. Seremos um imenso BarraShoppingSul. Só poderemos ver corridas do Rio, São Paulo (enquanto durar), Maroñas, Argentina, Estados Unidos, Austrália, Hong Kong, etc. Isso porque a Codere vem de abrir uma filial de sua loja de apostas dentro do Hipódromo do Cristal. É o que nós queremos? Claro que não. Então, senhores dirigentes do turfe no Brasil, senhores criadores e proprietários, pessoas que têm alguma influência junto aos políticos e governo, por favor mexam-se, porque a vaca vai no rumo do brejo. Chega de choro. Precisamos de ações já!

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