quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

HOJE É O ÚLTIMO DIA

Último de 2007 e derradeiro Informe Turfe. Foram 7 meses, nos quais abordamos as corridas de cavalos no Brasil e no mundo, ressaltando o contraste existente no tratamento dispensado pelas autoridades para com o espetáculo turfístico. Enquanto nos Estados Unidos,Europa, África do Sul,Austrália,Japão, Hong Kong, o turfe é respeitado como uma atividade econômica e de lazer importante e, como tal, recebe a proteção dos governos, no Brasil, somos párias,desprezados pela imprensa (vale lembrar que o Informe Turfe é matéria paga - e muito bem paga)e pelos políticos que participam das festas e coquetéis oferecidos pelos Jockeys Clubs mas não movem uma palha em defesa do turfe.

Teria sido em vão nosso esforço? Não cremos. É certo que a resposta por parte dos dirigentes não veio como nós esperávamos. Houve até os que teceram duras críticas por termos trazido a público as mazelas do esporte. Não foi surpresa. Antes pelo contrário.Seria muita pretensão esperarmos a compreensão de todos. Mas, já dizia Nelson Rodrigues: toda a unanimidade é burra.Então não há que "calentar la testa",como certa vez falou um amigo. Erramos algumas vezes, cometemos equívocos em outras, mas sempre com um único objetivo e que foi a razão da compra deste espaço: resgatar a dignidade do turfe, divulgar seus méritos, promovê-lo em todos os sentidos, na tentativa de motivar as autoridades,os políticos,as pessoas influentes da sociedade e os dirigentes dos Jockeys Clubs para que tomassem a iniciativa de fazer mudar a legislação que rege o jogo,em geral e o turfe,em particular.Clamamos no deserto?

Até pode ser. Mas temos consciência do poder da Imprensa quando a causa é justa. Por isso, cremos piamente que algum efeito benéfico estes nossos escritos irão deixar na cabeça dos que encaram o turfe, não como simples jogatina como, equivocadamente, muitos pensam, mas como uma atividade esportiva que explora as apostas,sim,mas sem fim lucrativo,tudo revertendo em prêmios para os abnegados proprietários,para os profissionais que nele labutam, para os criadores. Enfim, para sustento de toda a cadeia econômica que gira em torno dele. "Saímos do ar" com a sensação gostosa do dever cumprido. Alguns queriam que fôssemos simples divulgadores, redatores de press releases do Jockey Club do Rio Grande do Sul. Mas não era essa a nossa missão. Desculpem nossas falhas. Se mais não fizemos, foi por nos faltarem engenho e arte. Obrigado pela leitura e até mais...

Fernando Westphalen.

BALANÇO NADA PROMISSOR

Chega ao fim o ano de 2007. É hora de fazermos um balanço da atividade turfística na temporada. Não é segredo para ninguém que o turfe no Brasil vem sofrendo um desgaste progressivo e que muito pouco tem sido feito para reverter este quadro que a cada dia se torna mais dramático para os amantes do esporte das rédeas. O Governo,que proíbe o jogo mas explora Loterias Esportivas,Lotos,Quinas e agora também o Timemania,criado com pretexto de ajudar os clubes de futebol que sonegam impostos,ignora solenemente o turfe brasileiro,com se ele não significasse centenas de milhares de empregos,nos haras,nos hipódromos,nas agencias de apostas,na indústria veterinária,nos laboratórios, nos studs , fornecedores de ração,ferreiros, jóqueis ,treinadores, veterinários, etc.etc....Se pode ajudar clubes inadimplentes com o fisco, por que não pode atender as reivindicações dos turfistas?

Este espaço tem como escopo básico chamar a atenção para esse fato, buscando motivar os responsáveis pelo turfe para que saiam da posição de expectativa na qual se encontram e tomem a iniciativa de mudar esta perniciosa relação governo/turfe que está nos matando à míngua.Até já nomeamos aqui personalidades cujo prestígio e poder político poderiam ser usados em prol dessa mudança. Nada aconteceu até agora.Pelo menos que se saiba,o que preocupa. Será muito difícil formar um grupo que se disponha a ir a Brasília, convocar os políticos para a causa do turfe, bater nas portas dos gabinetes dos poderosos? Hoje, isso não acontece, devido ao fogo das vaidades que se entrechocam em Rio e São Paulo, fogueira suicida para o turfe e que os dirigentes dos demais Jockeys Clubs assistem calados,julgando-se impotentes para uma intervenção que ponha fim a essas desavenças. Que têm muito de bairrismo e nada de bom senso. Sem que se chegue a um entendimento mínimo sobre o que é mais importante para a atividade, sem que haja união, sem a colaboração de todos os interessados, criadores,proprietários,dirigentes e profissionais do turfe,está mais do que provado que não sairemos do atoleiro em que estamos metidos. Para isso há que alguém assumir a liderança e partir para a luta. O ano de 2007

foi brilhante para a economia do país,mas para o turfe, infelizmente, deixou muito a desejar. Porém, haverá eleições em 2008. Novas diretorias serão eleitas, em Rio e São Paulo.A esperança se renova. Oxalá ganhe o turfe. Oxalá haja entendimento entre os novos dirigentes e tomara que tenham como questão prioritária mudar a relação com o poder central,lutar para alterar a legislação obsoleta que rege o jogo no país,valendo-se do exemplo vitorioso de nossos vizinhos uruguaios e argentinos (Maroñas e Palermo). São os votos do Informe Turfe.

A FESTA AGORA É NO URUGUAI

Será,como sempre no "Dia de Reyes", feriado religioso no país vizinho, a festa do GP Ramirez ,a prova mais importante do turfe local. O Brasil estará presente ,com 5 representantes, dentre um lote numerosos de 19 anotados para o magno evento.São eles, Bucaneer, Escriba, Pt Prince, Relento e Royal Heaven. Destes, o nosso conhecido Pt Prince é o único estreante na pista de Maroñas. É uma inscrição ousada a do potro do Stud Xavante(leia-se Eduardo Protto), mas há de se convir que também era uma ousadia um potro,ainda perdedor,como ele,correr o Bento e Pt Prince o fez,surpreendendo com um brilhante segundo lugar para Starman. Então,é melhor respeitá-lo. É um potro muito sadio e está em franca evolução. Quem sabe surpreende os favoritos. De resto, os cavalos brasileiros não figuram no rol dos mais cotados. Good Report, vencedor do Ramirez 2007 será sem dúvida o favorito de todos,pois venceu também o Latino Americano em março,no hipódromo de La Plata. Calipsean Din e Amacho Carioca (vindo de correr pouco no Pellegrini) são as forças imediatas,aparecendo a seguir o paranaense Bucaneer. Estes são os nomes mais cogitados para o super clássico do dia 6 de janeiro.Mas a semana se completa com mais 3 grandes prêmios,dos quais 2 de grupo um e o GP Maroñas sendo considerado de grupo 2.Aliás, este clássico marca a estréia no Uruguai de Az de Clark ,o flamante potro da dupla Gudolle/Kalil, sob o comando de Ivo Walter Pereira,o treinador gaúcho, vice líder das estatísticas maronhenses.. Como se recorda, Az de Clark vem de ganhar o clássico similar (de velocidade) do dia do Bento e pode repetir em Montevidéu.As informações são de que chegou muito bem ao Uruguai,não sentindo a viagem. Está sendo levado com muitas esperanças. Dust Fitz, de Vicente Izquierdo, com boa campanha em Maroñas e Pedra de Ouro,um reteiro respeitável,do Haras Belmont (Paraná) são os outros representantes do turfe nacional no "velocidade" do Uruguai.A Milha do GP José Piñeyrua contará com 5 brasileiros,entre os quais se destaca Alcorano,criado por Ulisses Carneiro para Luis Fernando Cirne Lima e pertencente ao Haras Bagé do Sul. Ivo Pereira, seu treinador,acha que estará certo brigando pela vitória no final.o Cavalo é corredor.Chetel, Forty Maitre,Road to Success e Ptcruiser são os nossos outros representantes na prova.E finalmente, no GP Montevideo (G1), para as éguas,o prestígio brasileiro estará nas patas de Dozir Fitz, considerada como força intermediária na prova, que terá Ancona como provável favorita.O espaço chega ao fim. Até amanhã.

UM PELLEGRINI COMME IL FAUT

Perdão, pela expressão francesa (homenagem a dra. Berta), mas não há em Português uma locução que defina tão bem quanto essa o que foi a festa do GP Carlos Pellegrini.Tudo correu às mil maravilhas, a começar pelo tempo ensolarado, desfile de moda antiga, grupos musicais atuando nos intervalos entre as provas,segurança perfeita e um público entusiasmado que o jornal La Nación calculou em 65 mil pessoas.E as 19 carreiras que compuseram o programa foram um show. Pena que os nossos representantes na prova máxima do turfe latinoamericano tivessem fracassado, frustrando a expectativa da brasileirada que compareceu em bom número ao hipódromo de San Isidro, no sábado passado.Esperávamos muito mais de Mr. Universo e Meu Rei,nossas espadas no Pellegrini e os potros criados no Haras Old Friends ,em Bagé, produziram muito abaixo do que podem.Também o representante do Peru, Dushanber, nada fez,apesar de contar com a direção de Pablo Falero. O Outro peruano,Al Kadir, foi retirado do partidor face a extrema indocilidade demonstrada nos trabalhos de alinhamento.Latency, o mais velho do lote, levou a melhor, mercê de sua forte atropelada na reta final.Deu para livrar 3 corpos sobre o segundo colocado,o potro Puchet que, em seu dorso, levava o grande Jorge Valdivieso, considerado o melhor jóquei nascido na Argentina e que fazia com este potro sua despedida da profissão. Perdeu, mas foi mais ovacionado pelo público do que o piloto de Latency, Júlio César Méndez. Afinal, a despedida "del rubio Valdi" era parte integrante das festividades. Mas J. C. Méndez também mereceu fartos aplausos da aficción e ele próprio festejou como nunca o triunfo de seu craque do coração. Cruzou o disco e se pôs em pé sobre os estribos,gritando: "Dale Latency, viejo no más", como faz a torcida portenha.E com este laurel, o veterano, mas sólido filho de Slew Gin Fizz atingiu a soma de 1 milhão,572 mil 931 pesos, que o torna o maior ganhador da história do turfe argentino.O movimento geral de apostas bateu o recorde alcançado por Palermo no dia do Derby Argentino, somando 4 milhões,872 mil,772 pesos.A prova mais bem dotada da América latina distribuiu 1 milhão 250 mil pesos,cerca de 383 mil dólares dos quais 248 mil destinados a Latency, o grande nome do dia. O moral da tropa brasileira foi salvo pela grande exibição de Eletro Nuclear no GP Internacional Félix de Alzaga Unzué,nos 1.000m da reta de San Isidro. A filha de Dodge correu uma enormidade, dando mesmo pinta de vitória,mas foi impotente para deter a carga final da ganhadora Misty Lady, que a derrotou por 1 corpo e meio,deixando a dupla para a representante das sedas brasileiras.

O CAVALO DO SÉCULO – segunda parte

Filho de Tenerani e Romanella, Ribot crescera também em estatura. Aos 4 anos, já não era aquele cavalo pequeno.Tinha o tamanho ideal,físico correto e um galope vistoso. Voltou às pistas em 12 de maio, na cidade de Pisa, onde era treinado,para vencer por 4 corpos ,de galope. Quatro dias depois,voltou a atuar,batendo a seu "amigo" Magistris, por 12 corpos.E seguiu acumulando sucesso sobre sucesso,sempre demolindo a seus adversários e vencendo por larga margem.Assim foi em 6 de junho de 1956 (8 corpos) e nos 3 km GP dei Commercio (hoje di Milano),em 27 do mesmo mês (8 corpos). Ribot então embarcou para a Inglaterra,sempre em companhia de Magistris,para tentar o importantíssimo King George and Queen Elizabeth Stakes, em 2400m.gGanhou fácil, por 5 corpos. De volta a San Siro, levanta, por 8 corpos,um clássico em 1800m, preparatório para enfrentar pelo segundo ano consecutivo o Arco do Triunfo. E lá se foi Ribot, tendo Magistris a tiracolo, rumo a Paris, para novo confronto com os melhores corredores da Europa. Adivinhem o que aconteceu? Ribot "matou-os" por 6 corpos,encerrando com chave de ouro sua incrível campanha de pistas.Sua despedida se deu 3 semanas depois, em San Siro.Uma multidão de fãs aplaudiu seu galope de despedida. A imprensa francesa deixou de lado o bairrismo e anunciou que "le cheval du siécle" abandonava as pistas. Infelizmente, seu polêmico mas exitoso criador, Federico Tesio,não viveu para assistir as vitórias daquele que foi sua "opera prima".E olhem que Tesio, mesmo sem os recursos disponíveis aos grandes criadores de seu tempo, foi capaz de criar diversos craques mundiais. Para citar apenas um,ficaremos com o exemplo de Nearco, o filho de Phalaris e Scapa Flow,grande campeão nas pistas e melhor ainda na reprodução,onde se perpetuou como um dos maiores chefes de raça de todos os tempos. Tesio e sua "Razza Dormello-Olgiata" nunca produziu mais do que 15 potros em uma temporada,tinha um plantel de éguas pequeno e barato,mas não economizava nos garanhões que escolhia para cobrir suas matrizes. Opiniático e cheio de manias,"il Senatore" Federico Tesio criava e treinava seus animais e só depois de corrê-los os colocava à venda.E não tinha apego a seus craques. Chegando no preço,vendia mesmo. Foi assim com Nearco,com Donatello,com Tenerani,enfim com todos os grandes cavalos que criou.Pena que tenha falecido antes da estréia de seu melhor produto. Ribot,o cavalo do século,correu 17 vezes e não conheceu derrota.E foi grande também na reprodução.

O CAVALO DO SÉCULO

Na segunda metade do século passado, surgiu na Itália um potro extraordinário que iria se consagrar como o melhor do mundo. Era um animal pequeno,não muito expressivo,mas bastante correto de aprumos.Seu início não fazia prever tamanho sucesso. Debutou ganhando uma prova comum, em 1000m, por apenas um corpo e tendo que apanhar para derrotar a potros pra lá de modestos.Isso foi a 4 de julho de 1955. Dois meses depois,competiu no Criterium Nazionale, ganhando por 2 corpos,ainda sem entusiasmar a imprensa. Voltou a competir em 24 de outubro, no Gran Criterium,em 1500 m, prova mais importante para os 2 anos na Itália, vencendo por cabeça. Mostrava que era bom,mas tinha problemas de temperamento que dificultavam seu treinamento,não se amansava,queria sempre disparar.Foi então que passou a receber a companhia de seu companheiro de stud, Magistris, ao qual se afeiçoou enormemente. Sempre com ele a seu lado, nosso craque mudou de temperamento, passando a trabalhar conforme o desejo de seu treinador. O que fez grande diferença. Ribot (este o seu nome) mudou da noite para o dia, recomeçando sua campanha, já aos 3 anos, em março de 1955. Ganhou por 6 corpos, um páreo em 1500m,com enorme facilidade. Foi então aos 2 km do clássico Emanuelle Filiberto e demoliu seus adversários,vencendo por 10 corpos,já com os olhos voltados para os 2400 m do GP Arco do Triunfo.Negava-se a embarcar no caminhão para se locomover se Magistris não estivesse junto. Então, lá foram os 2 para a França para a disputa da prova máxima do turfe francês. A imprensa e o público parisiense encararam-no com desprezo. "Que estavam pensando os donos deste cavalinho. É certo que estava invicto,mas na Itália,um turfe menor,não ganhara de ninguém!"Ribot era azarão no Arco,mas não lhe avisaram disso e na primeira semana de outubro ele fez a alegria dos italianos presentes ao hipódromo de Longchamp.aplastando seus rivais e cruzando o espelho com 10 corpos de vantagem. Era a consagração mundial.Surgiram milionárias propostas de compra, todas rechaçadas e Ribot voltou para a sua terra. Mas não descansou;15 dias depois de seu triunfo parisiense, venceu em San Siro (hipódromo de Milão) o GP Jockey Club, por 15 corpos.Era o herói da Itália que ganhara o reconhecimento do mundo.O espaço é pouco e o assunto vasto. Prosseguimos amanhã.

UNIBOY DI JOB NÃO TEVE RIVAIS

O espaço de hoje é dedicado às carreiras acontecidas na última quinta – feira no hipódromo do Cristal. Mais uma reunião com poucos animais. Apenas 52, espalhados em 9 provas, com forças "desparecidas". Os resultados foram os esperados, com grande prevalência dos favoritos. Para ilustrar essa afirmação, basta mencionar que a pule mais alta da tarde/noite foi a proporcionada por Out of Trouble, no primeiro páreo: 2,9 reais. Na terceira competição, ainda tivemos um rateio de 2,6 (Sei de Tudo) e os demais abaixo de 2 reais.Mesmo vingando os favoritos, o movimento de apostas deixou a desejar, ficando em 123 mil reais,o que quer dizer prejuízo para a entidade.O destaque da reunião ficou com o treinador Edison Dias, o Caco,que por sinal está se transferindo para o Uruguai, com a cavalhada de Edemilson Souza e seu vitorioso Haras Maluga. Caco venceu as três provas em tinha animais anotados,dando-se ao luxo de dar de dupla na prova de potros ganhadores,com Dedidi e Dinamita Roi, do Haras Maluga.Patra este haras,venceu também a carreira dedicada ás potrancas até 2 vitórias com Deepvali e, como se fosse pouco, abiscoitou o Clássico Natal com seu pupilo Uniboy di Job (Job di Caroline),mantendo sua invencibilidade no Cristal.Foi muito fácil para Uniboy di Job a parada. Apenas 5 concorrentes alinharam no partidor dos 1500m, na pista de grama. Valid Space e L'Enfant Gaté tiveram seus forfaits declarados e Taura Missioneiro foi retirado pelo serviço de veterinária, após o canter. Mac Bright saiu forçando o train,seguido pelo favorito que braceava com facilidade. Os dois abriram vários corpos, sempre com Uniboy di Job policiando de perto as ações e sobrando para o adversário. Na entrada da reta, Manoel Duarte,o piloto do pensionista de Edison Dias decidiu não esperar mais e deixou que ele "andasse".Uniboy di Job respondeu imediatamente, cruzando de passagem pelo vanguardeiro, que pagou caro a ousadia, perdendo ação e finalizando em último.Dali até o disco, foi um passeio de saúde para o craque que está no nome do Stud Chico City. Cruzou a meta com vários corpos sobre o segundo colocado,Special Prospector, que avançou para a dupla no final,com Negro Véio em terceiro,seguido por Crocodilo Hunter. Face à ausência de chuvas, a raia estava propícia às boas marcas e disso se aproveitou Uniboy di Job para registrar 88s6/10 nos 1500 m, ficando a apenas 9 décimos do recorde em poder de Butoun Bleu,desde 2006.

sábado, 24 de novembro de 2007

URUGUAI E PERU

A potranca gaúcha,criada no Haras Cruz de Pedra,em Uruguaiana,Bright Halo,eleita com a melhor 2 anos de Maroñas,reapareceu ontem naquele hipódromo,ostentando a condição de favorita da crônica especializada. Infelizmente,como esta coluna tem que ser feita com antecedência,não temos condições de informar o resultado do “Clasico Asamblea General Legislativa”,disputado pela potranca do Stud de Carlos Antonio Mondino Silva.
Prometemos que isso será feito na próxima semana.
E no hipódromo de Monterrico, situado nos arredores de Lima,tivemos o Derby Nacional peruano,domingo passado,18,em 2400 m. O vencedor foi o craque local,franco favorito da competição,Tomcito, um norteamericano filho do reprodutor Street Cry,que deixou nos cronômetros a marca de 155s2/5.

AZARÃO EM LA PLATA E REELEIÇÃO EM SÃO PAULO

Segunda–feira, 19, dia de festa na capital da província de Buenos Aires. Dia do GP Dardo Rocha, a prova máxima do turfe de La Plata. Tarde linda e o público correspondeu à grandeza do evento, comparecendo em massa ao hipódromo. Segundo a imprensa argentina, não cabia “ni un mosquito más” nas tribunas. O resultado da carreira foi uma grande surpresa para os entendidos. O vencedor foi Ithamar (Intérprete), uma pule de mil. Sim, o pilotado do aprendiz Miguel Meléndez, mercê de seus modestos antecedentes, foi o menos apostado e pagou 99,60 pesos, por peso nele apostado, fato raríssimo no turfe. Mas Ithamar venceu com todos os méritos. Aguardou a reta de chegada e, quando solicitado, foi “imparable”,cruzando de viagem para a ponta, na discreta marca de 152s2/100, quase 2 segundos pior, por exemplo,do que a registrada aqui no Cristal, 4 dias antes,por Starman,para vencer o GP Bento Gonçalves.O também pouco apostado, Suker,(Fortunate Joe) formou a dupla da edição 2007 do “Dardo Rocha” ,que distribuiu uma bolsa de cerca de 103 mil dólares.
MARCIO TOLEDO VAI DE NOVO

Baseado numa pesquisa, que ele mesmo encomendou ao Datafolha, Márcio Toledo vai para a reeleição na presidência do Jockey Club de São Paulo. A consulta feita por telefone a 500 associados da entidade, revelou que 64% deles aprovam a atual gestão e esse resultado foi decisivo para que Márcio Toledo e sua equipe se candidatassem a um novo período na regência dos destinos do club paulista. Por enquanto, pelo menos, não apareceram concorrentes e, a persistir este quadro, a reeleição se fará por aclamação.

O SHEIK FOI ÀS COMPRAS

Mohammed bin Rashid al Maktoum tem uma burra de petrodólares que parece inesgotável. Além dos investimentos miliardários que realiza em Dubai, o proprietário da Godolphin não pára de botar dinheiro em cavalos de corrida. Para reforçar o plantel de seus haras, o homem mandou brasa nos leilões da Fasig Tipton Selected Sales que se realizaram em Kentucky, por estes dias.Através de seu agente, John Fergusson, o sheik investiu a “mixaria” de 33 milhões e pico de moedas verdes, para adquirir 8 éguas de primeiro nível, tendo em vista reforçar o seu plantel de reprodutoras. E começou por adquirir a multi - campeã Playfull Act,descendente do extraordinário reprodutor Sadler’s Wells ,vazia,(tinha abortado de Kingmambo) pagando o preço-recorde de 10 milhões e meio de dólares.Imaginem quanto pagaria se estivesse prenhe?...As outras compras não ficaram muito atrás.Ele arrematou,por exemplo, a ganhadora da Breeders Cup Distaff de 2006, Round Pond (Awesome Again), de 5 anos,pagando 5milhões,750 mil dólares.Em seguida, o martelo foi batido nos 4 milhões de dólares,importância paga pela notável potranca de 3 anos, Octave (Unbridled’s Song). E seguiu comprando: 3 milhões por Asi Siempre (El Prado)de 5 anos,mesma quantia dispendida para adquirir a 7 anos Indy Five Hundred (A.P.Indy),cheia de Kingmambo,cujo serviço vale 250 mil dólares.Prenha do mesmo garanhão,Evil(Hennessy),de 9 anos,valeu 2milhões e 700 mil,enquanto Melhor Ainda (Pulpit),prenha de Maria’s Mon e Rosa Parks (Sadler’s Wells).coberta por Kingmambo,saíram mais barato para o homem,apenas 2 milhões e 300 mil.
Mas não parou por aí o dispêndio de petrodólares. Sentindo que sua scuderie não estava com a bola toda para a temporada de Dubai, que está começando,nosso sheik botou mais uma graninha e comprou o craque da Alemanha, Schiaparelli (Monsun) um cavalo de 4 anos, ganhador de 9 carreiras, as últimas 4 consecutivamente. Foi negócio particular, de montante não revelado,mas é certo que de milhões de dólares. Esses números, que chegam a assustar a nós, sulamericanos, dão uma idéia do negócio representado hoje em dia pelo cavalo de corridas. Uma fábula de dinheiro jorra de suas patas. O puro sangue tranformou-se em comodditie das mais valiosas nos Estados Unidos e Europa, onde o turfe é reconhecido como uma atividade industrial de peso e valorizado pelos seus governantes. Já aqui no Brasil, é melhor nem falar...
Apenas como curiosidade, e para encerrar este artigo, informamos que o meeting de Dubai (onde o jogo é proibido) é todo patrocinado... Adivinhem por quem?

ECOS DO BENTO E DA CRISE

Ainda ressoa em nossa cabeça o sucesso alcançado pelo GP Bento Gonçalves,dia 15 último.Tudo funcionou a contento, a parte técnica,com carreiras emocionantes e bem disputadas e a parte social,com um público que de há muito não se via em nosso hipódromo. Claro que não tanto como ocorria até os anos 80, quando a imprensa se empenhava em fazer uma grande cobertura do evento - quase tão grande quanto a que fazia em um Grenal,por exemplo.Hoje,o turfe desapareceu das páginas diárias dos jornais,mas bastou que o Bento fosse noticiado, para que os aficcionados reaparecessem no Cristal,dando sua contribuição ao espetáculo e garantindo um excelente movimento geral de apostas.No total,mais de meio milhão de reais circularam pelos guichês.Um número recorde para o Jockey Club do Rio Grande do Sul,no ano em que comemora seu centenário de fundação.Os clássicos disputados naquele dia,foram os 1820m do “Nestor C.Magalhães”, vencido por Urban Anki,às custas de For Good Reasons; os 2000m na grama,do GP Nelson e Roberto Seabra,levantado pela pequenina mas muito valente Juventude,escoltada por Obirici; a milha do “Presidente da República”,vencido por Dubai, derrotando ao favorito Oligarca Gaúcho; o Bento do Ricardinho e do brilhante Starman que,se for ao Uruguai para disputar o Ramirez,tem grande chance de repetir o feito de Porto Alegre. Basta que reedite aquela performance maiúscula; e a joqueada do Tiago Josué Pereira no dorso de Az de Clark, reagindo com ímpeto ao violento ataque de Aromatic Lady, durante praticamente toda a reta de chegada,nos 1200 na grama do GP A.B.C.P.C.C. Mas isso tudo é “jornal de ontem”. E como Bento há um só, voltamos ao quadro de penúria que tem caracterizado o nosso turfe. Para a quinta-feira passada, a Comissão de Corridas conseguiu, a duras penas, formar um programa ralo de apenas 9 páreos,com campos reduzidíssimos.É claro que o público voltou a minguar, assim como o movimento de apostas. Retornamos à rotina de prejuízo sobre prejuízo. Se não houver uma ação conjunta das entidades turfísticas nacionais junto a Brasília, nada se resolverá.O turfe pede socorro e nossos políticos estão surdos. Há que fazer-se ouvir.Se Maomé não vem à montanha...

AS LIÇÕES DO BENTO DO CENTENÁRIO

Por Ricardo Fellizola

No último dia 15, tivemos um dia memorável no Hipódromo do Cristal e a presença de público combinada com o belo espetáculo de pista. Foram 11 páreos da melhor qualidade, que evocaram os velhos tempos e troxeram uma vontade enorme de repetição. Tivemos animais que se destacaram, como Urban Anki, nos 1820 metros do Clássico Nestor de Magalhães; a potranca Juventude nos 2.000 metros para éguas, Dubai na milha e o veloz Az de Clark no velocidade. Entre os jóqueis, além de Jorge Ricardo, cabe destacar Tiago Josué Pereira, o líder da Gávea, que ganhou duas provas clássicas e tirou um segundo; os locais, Douglas Paz montando Urban Anki e Claudinei Garcia que, mesmo barrado no Bento da condução do favorito Realy the First, bateu sua ex montaria com o potro Ptprince, levando o segundo lugar em esmerada condução, como havia feito no Protetora. Entre os treinadores, Antonio Carlos Silveira, preparou Juventude, vencedora e os placês de Oligarca Gaúcho e PtPrince , na milha e no Bento, isso sem falar no esmero de Dulcidio Guignoni no preparo de Starman.
Velhos turfistas e muitos novatos combinaram-se nas quase dez mil presenças no hipódromo. Viu-se que as corridas realizadas à tarde têm outro sabor: permitem que as crianças estejam divertindo-se nas dependências do prado, enquanto os pais curtem um prognóstico no decorrer dos páreos.
O Bento do Centenário provou que o turfe vive adormecido na alma da população de Porto Alegre e que, diante do significativo projeto de urbanização que se realizará ao redor do hipódromo, ali teremos, em breve, as condições perfeitas para repetir espetáculos como os do último feriado. Cabe agora, com mais afinco ainda, reconduzir nossas reuniões turfísticas para as tardes ensolaradas de dias propícios para atração do público em geral, e do apostador, especificamente. Voltar para os fins de semana, respeitando-se a grade com as entidades coirmãs do centro do país, é o maior objetivo agora.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

VALE MAIS SE NÃO CORRER

Antigamente, os cavalos de corrida valiam pela capacidade de ganhar e, quanto mais ganhavam,mais valiam.Hoje,não.O turfe virou uma indústria e o craque das pistas uma comodditie valiosa.É claro que estamos falando de Estados Unidos, Europa, Emirados Árabes, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul,etc... No Brasil, nadamos contra a corrente, o “esporte dos reis” se desvaloriza a olhos vistos, abandonado pela mídia. A esperança que ainda o mantém de pé, é a de revelar um ganhador de um clássico importante de grupo um que atraia um comprador do exterior. Porque, aqui, o turfe anda pelas caronas. As causas são muitas e delas já nos ocupamos várias vezes, neste espaço.Mas voltando ao turfe, onde ele representa uma atividade econômica valorizada. Nos dias atuais,os cavalos do primeiro time mundial raramente irão continuar correndo aos 4 anos de idade. Tendo campanha e um pedigree de moda,valem uma fortuna para a reprodução. São sindicalizados,ou comprados pelos magnatas do turfe (como o sheik Mohammed ou John Magnier) tendo como destino a reprodução.Suas coberturas são cotadas a peso de ouro e deste modo não vale mais a pena continuar correndo,ainda que o animal esteja perfeitamente apto para isso.É que tudo o que puder ainda receber em prêmios, é muito pouco perto do que se arrecadará com ele na reprodução. Então, não convém arriscar a uma derrota que poderá desvalorizar o animal. É preferível afastá-lo de sua atividade meio.Um garanhão de ponta vende mais de 100 coberturas num ano,cada uma delas valendo entre 200 ,300 mil dólares.Ou seja, de 20 a 30 milhões por ano. Uma fábula.Para se ter uma idéia da evolução do negócio, Ribot,o “Cavalo do Século”, invicto ganhador de 17 corridas,entre elas o GP ARC de Trimphe,por duas vezes,e King George and Queen Elizabeth stakes, as provas mais bem dotadas da Europa, e mais 14 outras, quase todas clássicas, encerrou sua campanha com pouco mais de 300 mil dólares de soma ganha. Verdade que em 1955/56 e, portanto, tem que se descontar a inflação desse tempo todo.Mas, hoje, 300 mil dólares é o que se paga por uma única cobertura de Storm Cat, A.P. Indy, Sadler’s Wells. Só para causar inveja em nosso heróicos criadores, vamos listar os preços dos serviços de alguns garanhões ,válidos para 2008. Além dos citados acima,Distorted Humor, US 300 mil; Kingmambo (250 mil).Os novatos, ainda com 3 anos, Street Sense (75 mil),Hard Spun (50 mil) e por aí vai. Há dezenas de reprodutores na ativa,cuja cobertura vale bem mais. É o que explica o precoce encerramento das campanhas de animais no auge da forma.Não vale a pena correr riscos. ´E até irônico, mas verdadeiro: um animal feito para correr valer mais se for aposentado das corridas.

TRES DERBIES

São Paulo, Buenos Aires e Montevidéu. Os seus três derbies aconteceram no fim de semana passado. O de Cidade Jardim foi palco da vitória de um potro gaúcho,criado em Bagé,pelo Haras Old Friends (parabéns dr. Flores). Mas este não foi Meu Rei, criado no mesmo haras e que ganhara as duas primeiras etapas da tríplice coroa paulista. O filho de Vettori não gostou da raia pesada e rendeu muito abaixo do esperado.A vitória foi de seu companheiro de haras, Mr. Universo, mais um craque produzido pelo extinto Roi Normand. Ele surgiu por fora, na reta, em fulminante atropelada, sob o governo de A.M. Souza e não teve para seus adversários. Passou por cima de todos. Celtic Princess, a favorita, lutou com seu jóquei, J.Moreira, durante grande parte do percurso, escabeçeando, querendo se mandar na frente,mas sendo contrariada por seu piloto,talvez cumprindo instruções.O fato é que a potranca do Stud Jéssica, mostrando ser mesmo uma craque,chegou a retomar a ponta, no início do linheiro final,mas não conseguiu se desvencilhar de Biólogo, que avançou a seu lado.Os dois travaram uma luta sem quartel, que só foi se definir em favor do potro, nos últimos metros. Mas aí, Mr. Universo,feito um bólide, já havia passado para a ponta e livrado 2 corpos, com seu jóquei fazendo pose para o público. Celtic Princess conservou o terceiro, a duras penas, menos de cabeça à frente de Jeune Turc,que avançava no final. Celtic Princess desistiu do Pellegrini ( vai direto para os Estados Unidos) mas o Brasil será representado por Mr. Universo na festa máxima do turfe portenho,em 15 de dezembro próximo.

No Uruguai, o seu GP Nacional,em 2500m,foi ganho com autoridade pelo favorito, Café Silver. O filho de Cafetin, treinado pela ex-joqueta argentina,Yolanda D’Ávila, marcou 157s43 para a distância, com o brasileiro Relento formando a dupla. Os 2 outros brasileiros, inscritos no Nacional, correram pouco. Gomek foi quinto e Alcorano penúltimo.

Já o valioso GP Nacional de Palermo teve este ano uma bolsa de 1 milhão de pesos e uma multidão foi ao prado, lotando todas as dependências daquele tradicional campo de corridas. Com as apostas se elevando a mais de 4 milhões de pesos, ou cerca de 1,milhão de dólares, foi também um sucesso financeiro. Mas o ganhador do Derby foi uma agradável surpresa para nós. Ilusor,que seria o favorito,não correu e Índio Glorioso, que havia levantado a segunda prova da tríplice coroa, ao vencer o GP Jockey Club em San Isidro, rendeu pouco na areia de Palermo,chegando num inxpressivo sexto lugar.A surpresa agradável chama-se Eye of Tiger, um filho do modesto reprodutor chileno Tempranero, criado pelo brasileiro Alessandro Arcangeli ,no haras El Alfalfar,na Argentina e pilotado pelo peruano Edwin Talaverano. Puchet (Potrillón), faixa de Índio Glorioso, salvou pelo menos as pules de placé. Formou a dupla. E... se acabou o espaço.

UM BENTO PARA A HISTÓRIA

Uma tarde linda,com temperatura amena, que só não foi perfeita porque um vento forte surgiu, para incomodar aos milhares de turfistas e não turfistas que se dispuseram a desfrutar de uma tarde agradável no Hipódromo do Cristal. Neste cenário,Jorge Ricardo finalmente alcançou o que de há muito tempo almejava: ganhar o GP Bento Gonçalves, troféu que faltava na su imensa galeria de prêmios. Depois de inúmeras tentativas, finalmente agora,em 15 de novembro de 2007,”Ricardinho” chegou lá. E foi muito mais fácil do que imaginaria o seu fã mais otimista.Seu pilotado, Starman, demoliu os adversários, chegando ao disco de sentença com nada menos que 15 corpos de vantagem. Desde cedo viu-se que Jorge Ricardo corria uma barbada com o descendente de Trempolino.Nos primeiros metros,postou-se em quinto, braceando com extrema facilidade,sem perder contato com os vanguardeiros,Dom Obá e o tordilho Bull Shot.Este se definiu na ponta, lá pela metade da reta oposta , mas já Starman evoluía para terceiro, por fora, sem que Ricardo o tivesse solicitado.O favorito, Really the First, ficava em sexto, sem exibir a mesma ação mostrada no GP Protetora do Turfe.Quando os competidores chegaram à curva, Starman sobrava para a parceria, vinha “marcando hora” para assumir as ações.E a hora chegou, assim que a reta de chegada foi abordada. Jorge Ricardo vinha de galope com o pupilo de Dulcino Guignoni e de galope passou para a ponta,sem que o tordilho Bull Shot esboçasse a menor reação. E quando, a 400m do espelho, Ricardinho sacudiu as rédeas de seu pilotado, Starman “largou dali”. Foi abrindo vantagem cada vez maior, para vencer por enorme diferença,em 150s8/10, marca das melhores da história do Bento Gonçalves, valorizada ainda mais pelo forte vento que atrapalhava as ações no momento da maior prova do turfe riograndense. Really the First avançou para segundo,trazido por Marco Mazzini, mas não resistiu ao ataque final do potro Ptprince,que ficou com a dupla, em bela e surpreendente exibição.A seguir, o paulista Flyer, com Mata Leão completando o marcador. Estava contada a história do GP Bento Gonçalves do ano em que o Jockey Club do Rio Grande do Sul comemora seu centenário. O mais importante, para nós, não foi a vitória de Starman ,nem o fato de Ricardinho ter quebrado o tabu de não vencer esta prova. O importante foi a presença

maciça do público, comprovando o que vaticináramos neste espaço. Com um pouco de apoio da Imprensa,a festa seria um sucesso. Esse apoio não faltou, desta feita e o sucesso “veio a cavalo”,para usar uma expressão afim. Sucesso que também se traduziu nos números alcançados pelo movimento geral de apostas: 557.643 reais, somando-se o apostado no Cristal e Rio de Janeiro, com o total gerado em São Paulo e os remates.

NA ARGENTINA

No espaço que nos resta, vamos falar do GP Nacional ,o Derby Argentino, que igualmente estará sendo disputado esta tarde no hipódromo de Palermo. São 17 os concorrentes confirmados, com destaque para Ilusor, que ganhou a Polla, primeira prova da tríplice coroa portenha, tendo fracassado na segunda etapa ,disputada na grama de San Isidro ,cujo vencedor foi Indio Glorioso. Os dois são os favoritos para levantar a maior bolsa de Palermo. Nada menos que 330 mil dólares estarão em liça, importância um pouco menor do que a que se disputará em dezembro, no GP Carlos Pellegrini. São números importantes, em qualquer lugar do mundo.

HOJE TEM ESPETÁCULO

Tem,sim senhor. Mas o circo está montado em São Paulo, onde o hipódromo de Cidade Jardim espera a presença de um grande público para assistir a um grande show turfístico. Estamos falando do GP Derby Paulista, a ser realizado logo mais, à tarde. O sucesso da festa está garantido pelas presenças de Celtic Princess e Meu Rei, respectivamente, os melhores potros de Rio e São Paulo. O duelo promete. Meu Rei tenta, nesta oportunidade, obter o difícil título de tríplice coroado do turfe paulistano. Mas o filho de Vettori terá que correr muito para derrotar a potranca radicada no turfe carioca. A descendente de Public Purse anda tinindo e seus interessados pensam grande. Querem, depois do Derby, o GP Carlos Pellegrini, em San Isidro. Naturalmente se tudo sair como eles esperam. Celtic Princess tem apenas uma derrota em sua notável campanha, justamente quando enfrentou aos machos e aos mais velhos no GP Presidente da República, a milha internacional da Gávea. E perdeu uma carreira chorada, por apenas meia cabeça para o paulista Jet (Yagli), que teve de bater o recorde da distância, para dominá-la no

último pulo. É com esse cartel e com a direção do melhor jóquei de São Paulo ( e talvez do Brasil ) J. Moreira, que a potranca criada no Haras Bagé do Sul, por Ulisses Carneiro, para o Stud Jessica, vai desafiar o craque da idade, Meu Rei, outro gaúcho, nascido e criado no Haras Old Friends, também em Bagé. O match está marcado para as 17h55 horas . E os 2400m da pista de grama de Cidade Jardim apontarão o melhor potro do Brasil, na atualidade. Mas não pensem que o Derby se resumirá a um mano a mano entre essas duas máquinas. Não. Há outros 12 candidatos inscritos e não estarão lá só para exibir as suas sedas. Alguns deles têm retrospectos animadores e poderão se aproveitar das peripécias do percurso para roubarem a festa. É o caso de Bain Douche, Mr. Universo, Biólogo, Mr. Nedawi, Parc des Princes e, quem sabe, Bud Guy, outro bom representante do turfe carioca. O certo é que teremos um derby sensacional, feito sob medida para recuperar o público que se afastou de Cidade Jardim.

JORGE RICARDO, É ATRAÇÃO ESPECIAL NO BENTO DA TARDE DO DIA 15 DE NOVEMBRO

O Rio Grande do Sul é celeiro de grandes atletas, em todos os esportes. No futebol, formamos ídolos internacionais e os campeonatos mundiais, ganhos pelos clubes gaúchos, não foram resultados fortuitos e, sim, recompensa à uma cultura formadora de capacidade. No turfe, sempre fomos celeiro de cavalos e jóqueis, os atletas do espetáculo.

No antigo Moinhos de Vento, o grande destaque foi Antonio Ricardo, um piloto que “ dava asas para o cavalo”, segundo os apostadores mais apaixonados. Pois, se mudando para o Rio de Janeiro, este campeão dos anos cinqüenta/sessenta, apresentou seu filho, Jorge Ricardo, para o mundo das corridas e ele, 10.000 vitórias depois estará na tarde de quinta-feira, dia 15 de novembro, apresentando-se no Cristal.

Jorge Ricardo é hoje reconhecido mundialmente como um dos melhores do mundo na profissão, disputando palmo a palmo o título de jóquei com o maior número de vitórias, em todos os tempos. Entretanto, nunca ganhou um Bento, ao contrário de seu pai que, por exemplo, ganhou o derradeiro Bento do hipódromo dos Moinhos de Vento e o primeiro do Cristal, em 1959, com Chaval, defendendo as cores dos irmãos gaúchos, Nelson e Miguel Kalil.

Jorge Ricardo é filho de um catarinense que formou jóquei no Rio Grande e mais que nada é um exemplo em sua difícil profissão. Convidado por Aluízio Ribeiro para montar Starman, na prova máxima do RS, não hesitou em deixar Buenos Aires, onde lidera as estatísticas, para vir ao Cristal prestigiar o berço de sua família, na prova máxima do turfe gaúcho.

Ele vai ser uma atração a parte. Quem estiver no hipódromo, vai ter a oportunidade de ver um dos principais atletas brasileiros em atividade e seguramente um dos maiores jóqueis de todos os tempos.Aliás,verá dois dos grandes, por Antonio Ricardo também estará presente, para receber justa homenagem de reconhecimento pelos serviços prestados a nosso turfe. Não dá para perder.

VÁ AO HIPÓDROMO DO CRISTAL NO DIA 15 DE NOVEMBRO A TARDE, ASSITIR O “BENTO”

Dia de “Bento” é um dia diferente no Hipódromo. É o dia em que ali comparecem os que só vão nesta data especial, para ver a prova mais importante do Estado do Rio Grande do Sul, muitas vezes com a família inteira, curiosos, procurando entender aquele bonito espetáculo que são as corridas de cavalos. O Clube franqueia suas dependências a partir das 12 horas, com o Restaurante do Salão Preto aberto aos visitantes servindo almoço. As mesas são disputadas neste dia e o restaurante lota. Ir cedo garante o lugar.

As corridas começam as 13:30 horas e a cada páreo os visitantes novatos começam a entender as apostas. Dirigem-se aos guichês onde máquinas eletrônicas cospem boletos de papel com as apostas. “Dez na ponta e dez no placê do oito” é frase que tem de ser traduzida para uma escolha que significa que o animal numero oito é a opção para chegar em primeiro lugar na primeira aposta e em primeiro ou segundo lugar na segunda aposta. “Pagou sete e vinte...” é outra frase típica de resultado para dizer que a aposta na modalidade vencedora vai remunerar cada real apostado com sete reais e vinte centavos. Há jogos mais complexos como as duplas, as trifetas, quadrifetas e concursos... Mas ai já se fala em especialização e dia de Bento não permite isto. O novato deixa para uma outra ocasião para entender este complexo mundo de apostas em cavalos.

Um pouco antes das 18:30 vão entrar na pista os concorrentes do Bento, escoltados por soldados engalanados e desfilando de forma solene momentos antes de entrar no partidor. As autoridades estarão na tribuna do Salão Amarelo e junto com os associados do clube ao som de violinos aplaudirão o desfile, o “passeio” dos animais... Dali a alguns minutos, logo após o último animal entrar no partidor, num momento determinado, vai se ouvir nos alto falantes: “... foi dada a largada para o Grande Prêmio Bento Gonçalves de 2007, Centenário do Jockey Club do Rio Grande do Sul...” E dai vão ser dois minutos e quarenta segundos de uma emoção inesquecível para quem lá estiver. Vale a pena ir.

BENTO DO CENTENÁRIO SERÁ UM DOS MAIS DISPUTADOS DOS ÚLTIMOS ANOS

Quinze de novembro. Feriado nacional.Um páreo vai ser disputado numa tarde memorável no Hipódromo do Cristal. Não um clássico qualquer, mas a nossa maior prova, o Grande Prêmio Bento Gonçalves 2007, no ano do Centenário do Jockey Club do Rio Grande do Sul. Promete ser um dos mais emocionantes dos últimos tempos. Os 2400 metros, na areia, serão disputados palmo a palmo, por vários animais com reais chances de vitória, todos "arenáticos" de primeira linha. Cabe mencionar, primeiramente, o consagrado Really the First, vencedor do G.P. Protetora do Turfe, em setembro passado, derrotando, na ocasião, ao carioca, Better Be Good , que vem preparadíssimo para a revanche, além de Northern King que atropelou tardiamente e que vai defender as sedas do Stud 52, juntamente com o vencedor do Bento do ano passado, Mata Leão , também em grande forma no momento. Todos os citados têm chance de vencer. No entanto, novos atores estarão na pista, além dos que correram no Protetora, dificultando ainda mais o prognóstico. São eles, Portobelo, que será montaria do vencedor das estatísticas de 2006, na Gávea,o jóquei revelado no Cristal, Tiago Josué Pereira.Portobelo é um animal com vitórias no Rio de Janeiro e boas atuações no Tarumã; Starman, montaria do multicampeão José Ricardo, que virá diretamente da Argentina para participar do páreo, buscando uma das vitórias que ainda faltam em sua carreira e defendendo as cores de Aluízio Ribeiro. O animal vem autorizado por excelente atuação em agosto último, no Clássico Delegações Turfísticas, na Gávea, uma das mais importantes provas na areia no Brasil. De Cidade Jardim, SP, cabe destacar a confirmação de Bull Shot, um "arenático" de respeito, trazendo três vitórias de São Paulo. Estarão completando o campo do páreo, ainda, os potros de 3 anos, Duque di Lorenzo, líder da geração no Cristal , e PTPrince, vencedor da Taça de Cristal, a mais importante prova para a geração nascida em 2004 e que, devidamente aliviados no peso de seus jóqueis, igualam-se aos outros concorrentes nas chances de vitória. Participarão ainda outros animais, mas pode-se dizer que esses citados serão os destaques nas apostas. Vale a pena ir ao Cristal para conferir. A entrada é franca.

MONMOUTH PARK

Nada menos que 23 milhões de dólares foram disputados por 123 cavalos, no fim de semana passado, em Monmouth Park,,centenário hipódromo localizado em Oceanport, New Jersey, na costa leste dos Estados Unidos. Choveu 4 dias seguidos, prejudicando o espetáculo e transformando as pistas de grama e areia em verdadeiros lodaçais. Diante desse quadro, também a presença do público deixou a desejar e somente 42 mil pessoas compareceram ao prado no sábado,dia em que 8 grandes premios de grupo 1 foram levados a efeito. E o movimento geral de apostas ficou em 111 milhões de dólares, menor do que o da Breeders Cup do ano passado, realizada em Churchill Downs, no Kentucky e que vendeu 140 milhões de jogo e recebeu 90mil expectadores. São números impressionantes para nós brasileiros,mas que, no entanto, decepcionaram aos norteamericanos.E nisso está a diferença que separa o pujante turfe dos Estados Unidos do nosso, que como se sabe, anda mal, sem apoio das autoridades e padece de um total esquecimento da parte da imprensa. Mas em que pese o mau tempo,a Breeders Cup deste ano apresentou resultados técnicos dos mais satisfatórios e revelou alguns craques realmente excepcionais. O potro War Pass, ganhador da milha do Juvenile,com certeza será eleito o melhor do ano em sua categoria e, a continuar na forma atual, deverá ganhar o Kentucky Derby, em maio do ano que vem. É uma máquina de correr. Outro animal que deixou uma impressão muito favorável foi Midnight Lute,o herói da Sprint. Este filho de Real Quiet mostrou um aceleração fantástica no final, arrazando com seus competidores. English Channel, que venceu a Breeders Cup Turf, foi outro destaque. Mostrou ampla superioridade sobre os demais competidores, encerrando sua campanha, livrando vários corpos sobre o francês Shamdinan. Vai para a reprodução com seu cartaz no ápice o filho de Smart Strike (Mr. Prospector). E finalmente Curlin ,o ganhador da prova melhor dotada da festa (5 milhões de dólares) foi o grande destaque do dia. Levantou a Classic, por vários corpos e deverá ser eleito o cavalo do ano,com toda a justiça Acabou-se o espaço. Até amanhã.

SETEMBRO CHOVE

Depois de vencer um clássico de grupo 2,em Singapura, o cavalo do Stud Cheasapeake voltou à pista de grama local, semana passada, para disputar o "GP Raffles Hotel and Resort", em 1800 m, (G1) com a polpuda recompensa de 500mil dólares ao ganhador. Foi por pouco, mas muito pela má direção recebida ,que Setembro Chove não repetiu. Dando vantagem no percurso, sempre por fora, o craque brasileiro avançou forte na reta final, mas perdeu por ½ cabeça, uma carreira chorada. O vencedor foi Lim's Objetive. Quem quiser, pode assistir à prova no site www.youtube.com/watch?v=w1u5ILTi-ko .
Ele é o que atropela de arminho, por fora.

OS DERBIES LÁ E CÁ

No próximo sábado, 10 de novembro, teremos a realização das 2 maiores provas reservadas aos potros de 3 anos em São Paulo e Buenos Aires, coincidentemente, as duas maiores cidades da América do Sul. O GP Derby Paulista poderá constituir-se em um mano a mano que se adivinha sensacional. O Stud Jessica, dono de Celtic Princess, a rainha do turfe carioca, resolveu confirmar sua inscrição no derby paulistano e ela deverá se defrontar com Meu Rei, o campeão entre os potros de Cidade Jardim, que tem a missão de levantar a Tríplice Coroa paulista. Com efeito, o potro do Stud Birigui venceu o GP Ipiranga ,na milha, o Jockey Club de São Paulo e ,se quiser completar a difícil empreitada, terá que correr como nunca para bater a notável potranca treinada por D. Guignoni. Ainda mais que, desta feita, Celtic Princess leva 2 quilos de vantagem ,por ser fêmea, e contará com a direção do "fantasma" J.Moreira, um piloto em grande evidência e muito leve,razão porque também a pilotará no GP Carlos Pellegrini, em dezembro, no hipódromo de San Isidro. Além dessas duas "feras", mais 14 animais pagaram o added para se pré-anotarem na prova. São eles, Audacious, Bain Douche, Bare with Me, Bud Guy, Jeune Turc, Lassigny, Mr. Nedawi, Mr. Universo, Ocean Bounty, Parc des Princes, Public Relations, Puerto Tirol, Biólogo e Gamão. Um campo frondoso e de muita qualidade;tem tudo para garantir o êxito técnico da festa. Já o Gran Premio Nacional, o Derby Argentino, cantado em prosa e tango pelos portenhos, vai acontecer no mesmo dia. Tirante os Estados Unidos que ,no particular,são hors concours, esta é a prova mais bem dotada da América do Sul. Seu ganhador receberá a bagatela de 650 mil pesos, algo como 200 mil dólares. É um senhor prêmio, mas lá não pode haver tríplice coroado. Ilusor, que ganhou a Polla (primeira prova), fracassou no "Jockey Club", na grama de San Isidro. Nada menos de 24 animais se pré-anotaram,mas só há uma representante do sexo feminino, Magic Sale.

ARAMBARÉ E OUTROS BICHOS

Semana passada, houve poucos clássicos importantes no Brasil. Sábado, no Rio, 2 provas "listadas", em pista de areia, serviram de base ao programa do J.C.Brasileiro. Clássico na areia, lá e em São Paulo, é raridade. Eles amam a pista de grama e talvez essa seja a causa de tantas lesões na cavalhada do centro do país. Mas, voltando aos clássicos cariocas, ambos foram realizados na milha e vencidos por gaúchos, a começar pelo jóquei Marcos Mazini,que estava suspenso e por isso só montou nos clássicos. E levou os dois para seu acervo.100% de aproveitamento. Começou com o "Octavio Dupont",para as potrancas, onde pílotou a gaúcha Polish de Naranjos (Patio de Naranjos),criação do Haras J.G. e propriedade do stud Sol de Agosto, também gaúcho. Colocou-a junto aos ponteiros desde o início, aproveitando o fato de largar por dentro. Na reta, fez valer a maior categoria de Polish de Naranjos, que cruzou o disco com pouco mais de 4 corpos à frente da segunda colocada, Radiant Fire (American Gipsy). A pensionista do alegretense Darci Minetto cobriu os 1609m em 98s81. Já no "Ernani de Freitas",para os machos, disputado 30 minutos depois, a vitória foi de Deep Bet. E que vitória! Também sob as ordens do binômio riograndense Mazini/Minetto (que substituia a Paim,suspenso), o filho de Arambaré realizou uma performance de luxo. Assim como Polish de Naranjos,o potro do Haras Maluga já largou misturado com os vanguardeiros e não ganhou de pau a pau porque Mazini não quis. Quando chegou a hora da verdade, Deep Bet disse adeus à parceria e foi sacando diferença cada vez maior, a ponto de livrar mais de 7 corpos de vantagem sobre o segundo colocado, Ernani Pires (Astor Place), no excelente registro de 97s 88, cerca de 1 segundo melhor do que o da potranca. Provou que é de carreira o potro que vai consagrar a um reprodutor nacional que já vinha dando mostra de que é um ótimo raçador:Arambaré. Guardem esse nome. Edemilson Souza era seu proprietário quando de sua campanha nas pistas brasileiras e sempre acreditou nas qualidades de seu craque. Em função de Arambaré, pode-se dizer ,foi que Edemilson montou o seu modelar Haras Maluga e já vem colhendo resultados positivos. Merece. Agora, Deep Bet será preparado para lances maiores e tem tudo para corresponder às melhores expectativas. Ele começou sua campanha no Cristal , ganhando com extrema facilidade ,em abril. Logo, foi levado ao Rio de Janeiro, tendo lá estreiado no GP ABCPCC ( G1). Não teve sorte, mas esta foi a sua única derrota. De lá para cá, correu 3 vezes e ganhou todas, sendo que o "Ernani de Freitas" é seu primeiro laurel na esfera maior. O filho de Arambaré e Juba Loira (Etendard) vai continuar brilhando e pelo menos na areia vão ter que rebolar para derrotá-lo.

SERIA ASSUNTO NO JORNAL NACIONAL

A égua Atrevida, uma argentina de 4 anos,ganhou o quinto páreo no hipódromo de Santiago del Estero, hjá cerca de 15 dias. Até aí, nada de mais. Acontece que a égua, fazendo jus ao nome,incomodou um bocado até alinhar no partidor. E após cruzar vitoriosa pelo disco de sentença, quem sabe irritada pelos laçaços que recebeu durante o percurso, Atrevida negou-se a obedecer ao comando de seu piloto, investindo sobre a platéia que, atônita, viu duas mocinhas serem atropeladas pela égua enfurecida. Levadas ao hospital, felizmente tudo não passou de um susto. Elas sofreram apenas escoriações leves. Mas seria um prato cheio para as televisões brasileiras, não é mesmo?....

PENCA DA PRIMAVERA

Com um movimento de apostas considerado muito bom (cerca de 243mil reais) a penca de Júlio de Castilhos arrebanhou um público entusiasmado que fez o sucesso da festa primaveril promovida pelo Jockey Club Castilhense. Dizem que a atual cotação da soja também contribuiu... O certo é que as 3 eliminatórias, disputadas no domingo, 21, aconteceram no horário previsto e apresentaram como vencedores, Herói do Pago (Fritz), Pistola de Ouro (Spring Halo) e La Habitación (Pitu da Guanabara), respectivamente, nos primeiro, segundo e terceiro ternos. Ponta e dupla de S ão Borja, que Pistola de Ouro nasceu e foi criada no Haras São José das Missões, ao passo que sua escudeira procede do Haras Nova Vitória, ambos estabelecimentos são borjenses.

O LATINO SERÁ NO PERU

O Grande Premio Associación Latinoamericana de Jockeys Clubs, mais conhecido por "Latino", se propõe a reunir os melhores cavalos da América do Sul em um grande evento anual que muda de cenário a cada nova disputa. Este ano, uma inovação importante tinha sido acertada e o "Latino" seria corrido em março de 2008 no charmoso hipódromo de Gulfstream Park, perto de Miami. Mas deu zebra. A única exigência feita pela associação dos Jockeys era a de que os cavalos que fossem designados para a competição gozassem de um tratamento idêntico ao que recebem os que procedem da Europa, no que se refere à exigência de quarentena. Nos moldes atuais,ficaria inviável a competição,devido a longa quarentena a que sãp submetidos os animais. Mas as autoridades sanitárias americanas não quiseram saber e assim o empreendimento teve que ser transferido. Sulamericanos não são europeus, ora! E o "Latino" vai para o Peru, no hipódromo de Monterrico. Mas nem por isso perderá importância. Muito pelo contrário, ele dará uma recompensa ao primeiro colocado que pode ser considerada expressiva em qualquer parte do globo: 100 mil dólares.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

VEM AI A MAIOR PROVA DO TURFE GAÚCHO: O GRANDE PRÊMIO BENTO GONÇALVES

As provas turfísticas são classificadas por seu grau de importância relacionando-se também a importância dos animais que a disputam. Esta classificação é definida pelos grupos e uma prova de Grupo I reúne os melhores animais: os cavalos Grupo I.
O G. P. Bento Gonçalves é a mais importante prova de areia do Brasil e é uma prova de Grupo I.
No próximo dia 15 de novembro, às 18 e 30 horas os porto-alegrenses que estiverem presentes no Hipódromo do Cristal vão sentir as emoções da única prova de Grupo I que se corre em nossa cidade e participar de mais um momento histórico do nosso turfe, em sua nonagésima oitava edição, no ano do centenário da entidade.
A criação do Grande Prêmio Bento Gonçalves remonta a 1909, isto é, decorridos dois anos da fundação (sete de setembro de 1907) da Associação Protetora do Turfe, e ocorreu durante a administração do presidente Antônio Pedro Caminha, homem que consolidou o turfe em Porto Alegre.
A prova disputou-se pela primeira vez no "Prado Rio Grandense", no bairro do Menino Deus, área hoje ocupada pelo parque da Secretaria da Agricultura. A partir de l910, passou a se realizar no hipódromo dos Moinhos de Vento, bairro Independência, até 1958, quando Estensoro, aos 3 anos, montado por Antonio Ricardo, pai do hoje campeão Jorge Ricardo, sagrou-se vencedor do último Bento ali realizado. No dia 6 de dezembro de 1959, Chaval, também montado por Antonio Ricardo batia Guindo por 10 corpos e tornava-se o primeiro animal a ganhar a prova no então novo Hipódromo do Cristal. No ano seguinte, seria a vez de Zago, montado por Oraci Cardoso, em final complicadíssimo, bater por cabeça ao paulista Gavroche diante de um público record de 50 mil pessoas. Grandes tempos aqueles que nos animam para estarmos mobilizados para o próximo dia 15 de novembro, vivendo mais uma página desta prova única. Proprietários locais se agitam e buscam um parelheiro para defender suas sedas no Bento. É o caso, por exemplo,de Aluizio Merlin Ribeiro, que adquiriu em São Paulo ao 4 anos, Starman, frequentador da esfera clássica em Cidade Jardim, especialmente para esse fim. Trará Jorge Ricardo da Argentina para montá-lo. Uma grande atração a mais. O Bento 2007, como se vê por esse pano de amostra, promete muito. Talvez a grande imprensa até se anime a divulgá-lo com a antecedência necessária. Seria mais do que justo, não é mesmo?

ARAMBARÉ E OUTROS BICHOS

Semana passada, houve poucos clássicos importantes no Brasil. Sábado, no Rio, 2 provas “listadas”, em pista de areia, serviram de base ao programa do J.C.Brasileiro. Clássico na areia, lá e em São Paulo, é raridade. Eles amam a pista de grama e talvez essa seja a causa de tantas lesões na cavalhada do centro do país. Mas, voltando aos clássicos cariocas, ambos foram realizados na milha e vencidos por gaúchos, a começar pelo jóquei Marcos Mazini,que estava suspenso e por isso só montou nos clássicos. E levou os dois para seu acervo. 100% de aproveitamento. Começou com o “Octavio Dupont”, para as potrancas, onde pílotou a gaúcha Polish de Naranjos (Patio de Naranjos),criação do Haras J.G. e propriedade do stud Sol de Agosto, também gaúcho. Colocou-a junto aos ponteiros desde o início, aproveitando o fato de largar por dentro. Na reta, fez valer a maior categoria de Polish de Naranjos, que cruzou o disco com pouco mais de 4 corpos à frente da segunda colocada, Radiant Fire (American Gipsy). A pensionista do alegretense Darci Minetto cobriu os 1609m em 98s81. Já no “Ernani de Freitas”, para os machos, disputado 30 minutos depois, a vitória foi de Deep Bet. E que vitória! Também sob as ordens do binômio riograndense Mazini/Minetto (que substituia a Paim,suspenso), o filho de Arambaré realizou uma performance de luxo. Assim como Polish de Naranjos, o potro do Haras Maluga já largou misturado com os vanguardeiros e não ganhou de pau a pau porque Mazini não quis. Quando chegou a hora da verdade, Deep Bet disse adeus à parceria e foi sacando diferença cada vez maior, a ponto de livrar mais de 7 corpos de vantagem sobre o segundo colocado, Ernani Pires (Astor Place), no excelente registro de 97s 88, cerca de 1 segundo melhor do que o da potranca. Provou que é de carreira o potro que vai consagrar a um reprodutor nacional que já vinha dando mostra de que é um ótimo raçador: Arambaré. Guardem esse nome. Edemilson Souza era seu proprietário quando de sua campanha nas pistas brasileiras e sempre acreditou nas qualidades de seu craque. Em função de Arambaré, pode-se dizer ,foi que Edemilson montou o seu modelar Haras Maluga e já vem colhendo resultados positivos. Merece. Agora, Deep Bet será preparado para lances maiores e tem tudo para corresponder às melhores expectativas. Ele começou sua campanha no Cristal, ganhando com extrema facilidade ,em abril. Logo, foi levado ao Rio de Janeiro, tendo lá estreiado no GP ABCPCC ( G1). Não teve sorte, mas esta foi a sua única derrota. De lá para cá, correu 3 vezes e ganhou todas, sendo que o “Ernani de Freitas” é seu primeiro laurel na esfera maior. O filho de Arambaré e Juba Loira (Etendard) vai continuar brilhando e pelo menos na areia vão ter que rebolar para derrotá-lo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O ARC DO ARCO

Domingo,7 de outubro. Um dia lindo em Paris. Temperatura agradabilíssima, ideal para se ir às carreiras. E quando se trata do Grand Prix Arc de Triomphe, bem... aí a coisa é muito séria. Como anualmente ocorre, o hipódromo de Longchamp foi literalmente tomado por uma multidão eclética, não faltando desfile de chapéus bizarros na pelouse do prado e tudo o mais que cerca um GP na Europa. Paga-se muito caro pelo ingresso e isso também faz parte do espetáculo. Até um grupo de gaúchos estava lá. Entre eles, Cláudio Marques e esposa, Berta Isabel ; Raul Régis de Freitas Lima e Suzana; Eduardo Protto e Márcia; Ricardo Fellizola e Ana Celina, além de Luis Felipe W. Kessler, que hoje vive em Paris. Um contingente de respeito,como se vê. Eles assistiram a uma seqüência brilhante de grandes prêmios, culminando com a prova mais importante da França, que este ano ofereceu 1 milhão, 140 mil euros a seu ganhador. E a corrida foi sensacional, repleta de emoções , não faltando um final conturbado, que levou as autoridades a retardarem por 30 minutos a confirmação do páreo na ordem em que os animais cruzaram pelo “dernier poteau”. Em primeiro, Dylan Thomas, cabeça à frente de Youmzaim, formando uma dupla irlandesa . Este voava no final e, se tivesse mais alguns metros, ganharia na certa. Mas o Arc de Triomphe tem apenas 2400 m. Em terceiro, também atropelando forte,o norteamericano Sagara,que precedeu ao alemão Getaway, com Soldier of Fortune em quinto,completando o placard. Dá para afirmar que, não fora o fato de pertencer aos mesmos proprietários de Dylan Thomas, o filho de Danehill seria desclassificado. Ao passar para a ponta, nos 250m finais, o pilotado de Kieren Fallon jogou-se bruscamente para dentro, cortando a linha de seus concorrentes, indo prensar seu companheiro,Soldier of Fortune, junto à cerca interna. A turma de brasileiros sentiu que não é apenas no Brasil que acontecem finais complicados por partidos aplicados pelos jóqueis, no afã de defender a carreira. Exultaram muito os donos de Dylan Thomas, Susan Magnier e Michael Tabor, e principalmente seu treinador, o jovem Aidan O Brien ,que ganhou ali o seu primeiro Arc. O espaço chega ao fim, então vamos registrar que o favorito da prova, o craque Authorized fracassou rotundamente. Ficou lá por trás, no início e de lá nunca saiu, deixando perplexos a todos que esperavam dele uma corrida pelo menos à altura de seus régios antecedentes.

CADA VEZ MAIS DIFÍCIL

Mais um recorde negativo. Quinta–feira passada no hipódromo do Cristal, programa com 10 provas, 9 com apenas 5 concorrentes inscritos e uma com 6 animais. Total: 51 anotações. Parece mentira, mas assim está a situação das corridas promovidas pelo Jockey Club do Rio Grande do Sul. É claro que outra vez tivemos grande prejuízo. A coisa vai de mal a pior. A dívida da entidade cresce “sem alívio e sem descanso” –como diziam os antigos. Os prêmios continuam não sendo pagos e ultimamente nem os funcionários recebem em dia e as comissões dos profissionais também estão penduradas. Dói na alma constatar esta triste realidade que estamos vivenciando. Será que não há nada a ser feito? Com a palavra o sr. Deoclides Gudolle, presidente do Jockey...

VITÓRIAS IMPORTANTES EM SÃO PAULO
No sábado, 6 de outubro, o Jockey Club paulista,hoje em franca recuperação, após uma fase bem ruim, fez realizar um programa de luxo, com destaque para 2 grandes prêmios classificados como de grupo 1. Ambos integram as tríplices coroas de São Paulo. O GP Diana, para as potrancas de 3 anos é a terceira etapa da tríplice coroa das fêmeas e foi corrido em 2000m, pista de grama leve. A vitória coube a uma égua de sangue régio, criada em Bagé/ Aceguá, no Haras Doce Vale, de Patrícia Bozzano. Falamos de Éissoaí, uma filha de Roi Normand em Onefortheroad, por Ghadeer. Contando com um pouco de sorte e a direção inspirada de Dalto Duarte, o jóquei – revelação da Gávea, ela atropelou junto aos paus e levou a melhor, livrando meio corpo sobre a favorita Light Green (Blush Rambler),que correu sempre por fora, cedendo uma vantagem que lhe foi fatal.Ela que era a candidata a ser tríplice coroada (havia ganho os 2 primeiros degraus)teve que se contentar com a dupla,amarga,face às circunstâncias,tendo finalizado em terceiro, a pouco mais de um corpo, Pretty Carolina (Vettori).

MEU REI SEGUE CANDIDATO
Outro clássico de percurso emocionante foi o GP J.C. de São Paulo, Segunda etapa da tríplice coroa( na verdade quádrupla ) dos machos, na Paulicéia. Onze produtos disseram presente no partidor dos 2 km, também na grama. E mais um estabelecimento gaúcho, de Bagé, se destacou. Desta feita foi o Haras Old Friends, de Júlio e Julinho Camargo , situado no local onde antigamente funcionava o saudoso Haras Jaguarão Grande, de Jerônimo Mércio da Silveira. Pois o relativamente novo Haras Old Friends apresentou a dupla vencedora da prova e ainda o quarto colocado, numa performance realmente notável. O ganhador foi Meu Rei (Vettori)que teve de suar sangue para bater a Mr. Universo (Roi Normand). Este chegou a dominar nos 400 m finais, mas não contava com a raça e a valentia de Meu Rei,que reagiu junto à cerca , tocado com manda o figurino por Ivaldo Santana (outro ginete que se iniciou no Cristal) e recuperou a ponta ,livrando ainda meio corpo no disco final. Em terceiro, Bain Douche (Know Heights) meio corpo adiante de Mr. Nedawi (Nedawi).

A IMPORTÂNCIA DA TAÇA DE CRISTAL

Em 1977, os criadores do puro sangue inglês de corridas, reunidos em sua associação de classe, chegaram à conclusão de que deveriam criar algo que servisse de estímulo à atividade. Foi da discussão desse tema, que nasceu a Taça de Cristal, inspirada no que fizeram os criadores de Rio e São Paulo e principalmente na Breeders Cup, na época, recém instituída pelo criadores norte- americanos. O GP Taça de Cristal nasceu para ser a prova de maior premiação para os animais de 2 anos em todo o Brasil. Era um tempo bom. Dezenas de haras estavam estabelecidos no município de Porto Alegre e arredores. Com o tempo, sumiram do mapa, restando um ou outro que teima em resistir, ousando enfrentar a crise que atravessa o turfe local. Mas a alta premiação da Taça (de fato, eram duas, 1 para os machos, outra para as fêmeas ) foi possível graças à contribuição de criadores e proprietários, que pagavam a inscrição de seus animais para poderem participar das provas. Foi um sucesso. Hoje, a Taça de Cristal já não é tão valiosa, mas ainda tem uma enorme importância para o nosso combalido esporte. Afinal, mesmo deixando de ser o maior do país na categoria ,o prêmio das nossa taças continua sendo excelente para os valores locais. A Associação Gaúcha dos Criadores do Cavalo de Corridas garante a premiação para as taças de um mínimo de 10 mil reais, mais o prêmio dado pelo Jockey Club para as provas clássicas. Nos dias de hoje, é válido ressaltar que a Associação se compromete a pagá-lo ,religiosamente ,conforme o previsto no Código Nacional de Corridas. Agregue-se a isso , o fato de que, desde a gestão Ricardo Matas, em 2002, a promoção ganhou o reforço da instituição da TRÍPLICE COROA JUVENIL e temos um evento dos mais apetitosos, à disposição dos heróicos proprietários gaúchos. A Triplice Coroa Juvenil começa em fevereiro, com um clássico em 1200m ,na areia; prossegue em abril, com outro clássico, só que na pista de grama e em 1400m, culminando com a Taça de Cristal, no final de junho. Quem inscrever seu potro ou potranca terá a chance de disputar essa tríplice coroa exclusive para cada sexo, com a garantia de receber os prêmios. Pelo que representa para o turfe no Rio Grande do Sul, essa iniciativa merece todo o apoio e, portanto, apelamos aos criadores e proprietários que ainda nos restam: façam mais este esforço, inscrevam seus produtos. .Até esta semana, já tínhamos 69 anotações, mas é preciso que esse número cresça muito mais. Lembramos que, até o fim do mês, a inscrição custa 4 parcelas mensais de 400 reais. Para os que preferirem esperar até novembro (quando as inscrições se encerram) o valor aumenta para 3 parcelas de 600 reais. Aproveitem a oportunidade. Quem possui um potro ou potranca deve participar. A Associação dos Criadores garante que ,se sobrar dinheiro do valor arrecadado, ele será revertido em aumento proporcional na premiação das 6 provas que compõem o que se denominou de Copa AGCCC. São 3 clássicos para as fêmeas e outros tantos para os machos de 2 anos de idade. É uma iniciativa elogiável sob todos os aspectos. Prestigiá-la com uma inscrição, é dever de todo o proprietário.

PENCA EM JÚLIO DE CASTILHOS E OUTRA NOTAS

Será hoje à tarde a final do GP Primavera, penca em 500m, promovida pelo Jockey Club Castilhense. As eliminatórias aconteceram ontem e, se o caro leitor não estiver familiarizado com as corridas de cancha reta no RGS, há de estranhar o fato de a final da penca ser realizada numa segunda-feira, na tarde de um dia útil. Isso acontece já a alguns anos e o motivo é simples: num dia útil podem ser checados os cheques dos
apostadores....
MEU REI PODE IR
O craque criado em Bagé, pelo Haras Old Friends, pode ir embora. Apareceu um interessado por ele, com oferta vinda do exterior. Contudo, o negócio está pendente de uma proposta formal, por escrito. Segundo informou seu proprietário, Hélio Biscaro, só assim ele decidirá por sua venda, ou não. Até lá, seguirá o filho de Vettori a programação que lhe foi traçada: tentar vencer a Tríplice Coroa (ele ganhou as duas primeira etapas) no Derby Paulista, em 10 de novembro e, dependendo do resultado, viajar para a Argentina, onde disputaria o GP Carlos Pellegrini, em 15 de dezembro ,a prova mais importante do turfe sulamericano.
UMA BOA, OUTRA RUIM
A boa é que Biólogo, criado no Haras Fronteira, de Mariozinho Moglia e pertencente ao Stud Raça, venceu com categoria no sábado,13,o Clássico Emerson, em 2400m, na grama de Cidade Jardim.O filho de Vettori (um sucesso na reprodução) marcou 149s76 e se habilitou para disputar com muita chance o Derby Paulista,na mesma distância, em novembro, ainda mais se a venda de Meu Rei for concretizada. A nota triste para o Haras Fronteira é que seu pupilo ,Do Canadá, o líder entre os machos na Gávea, perdeu o GP Linneo de Paula Machado para a também bageense, Celtic Princess ( criada no Haras Bagé do Sul para a Coudelaria Jessica) e ,pior,sentiu de um tendão, com gravidade tal que pode afastá-lo definitivamente das pistas.

MAROÑAS E NÓS, DE NOVO

Agora foi a gaúcha Dozir Fitz (Fitzcarraldo), criada em Taquara, pelo Haras la Cibéles, de Vicente Izquierdo. A potranca, pilotada por W. Maciel, levantou o Clasico Jorge Pacheco, em 1400m ,marcando 83s90. No mesmo domingo,14 de outubro,o GP Selección, em 2000m, marcou nova vitória de Ancona, a filha de First American criada pela parceria entre o Stud Tnt, de Bagé, com o haras Don Alfredo, do Uruguai. Deste modo, já que ela havia ganho a Polla (primeira etapa) ficou apta a disputar o título de tríplice coroada ,caso derrote aos machos no Derby Uruguayo, o GP Nacional, último degráu do difícil galardão.

O MELHOR CAVALO DO BRASIL É ÉGUA

Isso mesmo. Depois do Grande Criterium, GP Linneo de Paula Machado (grupo I), realizado domingo passado no hipódromo da Gávea, não resta mais nenhuma dúvida: Celtic Princess, uma potranca de 3 anos, é o melhor animal em atuação no Brasil. A filha de Public Purse e Exotic Dinner ( Formal Dinner) ganhou como e quando seu jóquei quis, nos 2 km do Criterium. E bateu, não a um cavalo qualquer, mas ao líder entre os machos da idade, Do Canadá (Vettori). E com uma facilidade impressionante. Celtic Princes havia perdido apenas uma vez. Foi na milha internacional do GP Presidente da República, em agosto último, quando enfrentou aos mais velhos e perdeu uma corrida “criminosa”, por diferença mínima. Reconhecendo seus méritos, os apostadores a elegeram franca favorita da prova ( Pule de 1,40) e a potranca de criação e propriedade da Coudelaria Jessica superou as expectativas mais otimistas. Seu piloto, Dalton Duarte, só teve um trabalho durante o percurso. E foi o de contê –la na primeira parte da corrida. Celtic Princess queria lutar na frente e escabeceava ,contida pelo jóquei, que teve de levá-la para dentro, ficando nas patas de New Royale, que mandou-se para a vanguarda, fazendo papel de coelho para seu companheiro de farda, Do Canadá, postado em quarto, por fora. Ao lado de Celtic Princess ,corria Jeune Turc. Sem maiores alterações vieram os competidores até a reta final . Nessa altura dos acontecimentos, Do Canadá começou a se aproximar perigosamente, enquanto Celtic Princess punha-se ao lado de New Royale e vinha inteira,sem que D. Duarte a houvesse solicitado. Ao sentir a proximidade de Do Canadá, sacudiu o bridão e foi a conta para cruzar de viagem sobre o ponteiro e não dar confiança à carga de Do Canadá. Sem conhecer o chicote, Celtic Princess livrou quase 3 corpos até o disco final, tendo sido infrutíferos os esforços do filho de Vettori em dela se aproximar. O tempo da prova foi excepcional, 119s19, menos de 8 décimos do recorde da distância,em poder de Falcon Jet desde fevereiro de 1992. Treinada pelo exitoso compositor, Dulcino Guignoni, Celtic Princess chegou assim a sua quinta apresentação, todas clássicas e quarta vitória. Segundo informou seu proprietário, Luis Fernando Dannemann, seu próximo compromisso será na Argentina. Se tudo continuar bem, a craque brasileira irá abrilhantar o internacional GP Carlos Pellegrini,sobre 2.400 m, em 15 de dezembro,na grama de San Isidro. Uma pretensão ousada? Sem dúvida, mas a égua fez por merecer essa oportunidade e ,pelo que vem demonstrando, vão ter que correr muito, se quiserem derrotá-la.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

RICARDO SEGUE BRILHANDO - 08/10/2007

Aos 46 anos, recém cumpridos, Jorge Ricardo continua em grande forma e talvez ainda este ano chegue à sua última meta, que é a de alcançar 10.000 vitórias em seu fabuloso currículo. Ricardinho, hoje, é o jóquei em atuação no mundo com a maior soma de lauréis. Até quarta-feira passada, já batera nos 9.878 triunfos, número que supera em 27 o de seu mais próximo rival, o canadense, radicado na costa oeste norte-americana, Russel Baze. Faltam, portanto, apenas 122 vitórias para chegar lá. Seguindo no ritmo atual, antes do final do ano estaremos comemorando mais esta façanha do fenomenal piloto brasileiro. E logo,logo srá o maior ganhador da história do turfe mundial, em todos os tempos.

ALCORANO - 08/10/2007

Hoje, acontece em Maroñas o GP Jockey Club (GI), segunda prova da tríplice coroa uruguaia, em 2000 m. E como anunciara seu treinador, Ivo "Coco" Pereira, Alcorano estará presente para enfrentar a nada menos que 13 outros potros de 3 anos, entre os quais, um outro brasileiro, Gomek, irmão paterno de Alcorano (Public Purse).É um teste rigoroso mas, se passar por ele, o potro de Ulisses Carneiro passará a valer em dólares, muitos "billetes verdes, por supuesto"...

DUPLA BRASILEIRA NO CLÁSSICO DE MAROÑAS - 08/10/2007

Parece que está virando rotina os cavalos brasileiros ganharem os clássicos no Uruguai. Domingo passado foi a vez dos paranaenses Bucaneer (Boatman) e Escriba (Kenético) levarem de vencida aos craques de Maroñas. Era o GP de Honor, prova de grupo dois, a de maior distância dentre todas as que integram o calendário do turfe de Montevidéu. Cumprindo o plano arquitetado pelo treinador Ricardo Colombo (também paranaense), o bridão gaúcho Ronie Von Souza foi para a vanguarda, fazendo carreira para seu companheiro de stud, Bucaneer, que ficou lá por trás, aguardando a hora de tratar dos papéis. O favorito Super Cat (Cloud Watch) corria em segundo. E assim vieram até a reta final, com Escriba resistindo sempre aos ataques de seu rival. Neste momento, o brasileiro Valdemir Lemes Medeiros, piloto de Bucaneer, achou que já estava na hora. Fez correr o filho de Boatman e este ,rapidamente, cruzou por cima de seu companheiro de box, com tempo ainda de livrar mais de 3 corpos até o disco final . Tempo da prova: 186s97. Foi a terceira vitória uruguaia deste filho de Boatman, criado por Duilio Berlese no Paraná. Recorda-se que ele foi enviado por seu proprietário, Haras Belmont, no final do ano passado para disputar a prova máxima do turfe charrúa, o GP Ramirez. Infelizmente, um lamentável acidente com o caminhão que o transportava, machucou-o com gravidade e, lógico, Bucaneer não pode correr. Recuperado, cada dia anda melhor e, a continuar nessa toada, será candidato certo ao Ramirez de 2008,em janeiro próximo.

ESTENSORO, O MELHOR CAVALO DE TODOS OS TEMPOS - 07/10/2007

Ele só perdeu uma única vez no velho hipódromo dos Moinhos de Vento. E foi em sua estréia. Cercado de grande expectativa, face aos magníficos ensaios que produzira, este alazão, filho dos franceses Estoc e Perfidia, era pule de devolução. Largou frio, numa prova de 1200m, para potros perdedores, sob o comando de Antonio Ricardo que, assim como Estensoro, foi um jóquei primoroso, não teve até hoje quem lhe fizesse sombra. Para surpresa dos que conheciam seus antecedentes matinais, o potro do Haras do Arado tinha dificuldades para acompanhar a carreira. Na raça foi se aproximando, mas não passou de um segundo lugar para Senhoraço. Este entrou para a história. Não porque tenha sido um grande cavalo. Longe disso. Realizou uma campanha apenas medíocre. Porém, por ter batido ao craque, tornou-se imortal. É que essa foi a única derrota de Estensoro. Era o ano da graça de 1958. Depois de ganhar facilmente a prova de perdedores, Estensoro passou para a esfera clássica e foi acumulando vitórias espetaculares. O prado se enchia de gente a cada nova aparição do alazão do Dr. Breno Caldas. Mas este grande nome da criação gaúcha teimava em não ir ao prado. Assistia pelo rádio as corridas monumentais do seu craque. Cábula, quem sabe... Mas o fato é que ele perdeu de ver a quebra de vários recordes, um feito inédito até hoje na história do turfe portoalegrense. Estensoro ganhou dez grandes prêmios, culminando com Bento Gonçalves, a maior prova do turfe gaúcho, que, na época, era disputado em 3200m. Nessa trajetória sem igual, o pupilo de Ervandil Lopes foi acumulando recordes. Quebrou a marca da milha, dos 2200 e dos 3200 m. Não tinha mais nada a provar em Porto Alegre. Era até tríplice coroado. Seu proprietário então resolveu dar a cartada que o cavalo merecia. Levou-o ao Rio de Janeiro, para disputar o GP Brasil de 1959. Seu treinador foi junto e Estensoro logo retomou sua rotina de quebrar os relógios. Em seu último exercício de distância, o filho de Estoc bateu o recorde dos 3000 m da Gávea. E foi com esse cartel que ele se apresentou em agosto de 1959, para enfrentar os melhores cavalos da América latina. Nomes fulgurantes como os de Escorial, Narvik, Xaveco, o argentino Atlas e outros, eram os animais a enfrentar. Tarefa hercúlea, como se vê. Mas a enorme legião de gaúchos, presente ao hipódromo, não queria saber. Era Estensoro e a tropa! Porém, o canter da prova nos mostrou um Estensoro diferente daquele que estávamos acostumados a ver. Na raia duríssima, nosso craque fez um galope preliminar em que seu desconforto com a cancha de grama ficou patente. Veio a largada e o que se adivinhava no passeio se confirmou. Estensoro ficou lá atrás, pipocando na raia dura e lá de trás não saiu. Frustração geral. E o Dr. Breno dessa vez foi ao prado... Depois... o triste regresso da caravana de turfistas e do craque alazão. Constatou-se então que Estensoro estava com uma lesão no joelho. Foi "empapelado" e reapareceu em seguida, no GP Protetora do Turfe, pilotado por Clóvis Dutra. Ganhou como o craque que era. Despediu-se fazendo um desfile já no Hipódromo do Cristal. É óbvio que recebeu uma grande ovação. Em março de 1960, Estensoro ingressou na reprodução, no haras em que nasceu. Nunca houve um cavalo como ele!

AÇÃO JÁ, MINHA GENTE - 06/10/2007

Insistimos na tecla. O turfe, ou pelo menos o Jockey Club do Rio Grande do Sul, só se salvará de um triste epilogo caso medidas urgentes sejam tomadas. Está provado que apenas vender patrimônio, não resolve. Nunca resolveu. A entidade já torrou sua valiosa sede da rua Andrade Neves, no centro de Porto Alegre; já torrou os vários terrenos que possuía no Cristal; já torrou a fabulosa área onde está se instalando o BarraShoppingSul. E já viraram pó os três milhões de reais que o craque Ronaldinho Gaúcho pagou pela área onde funcionava o Posto de Fomento, na Restinga. Agora, a bola da vez é o terreno onde está instalada a Vila Hípica do hipódromo. Corretores pululam em torno dela, qual abutres na carniça. Estão na deles. Farejam a oportunidade de faturar grosso com a negociação da fabulosa área. Mas se retrospecto vale (e no caso só vale), vender apenas não adianta. Só se adia a hora da morte. Se permanecer as coisas como estão, com o JCRGS acumulando prejuízos semanais, cada vez maiores, e sendo apenas uma agência do Jockey Club Brasileiro, o dinheiro de mais essa venda se escoará pelo ralo e prontamente a miséria voltará. Salta aos olhos que o convênio com o Rio é ruinoso. Só eles ganham e, pior, o comando do turfe de Porto Alegre, na realidade, está também nas mãos deles. Isso não pode continuar. Por outro lado, a legislação sobre o jogo no Brasil, é uma verdadeira bagunça. É um tal de abre -fecha nos bingos e nas casas de jogo, que nunca acaba. Sempre aparece um juiz que concede uma liminar que reabre as casas fechadas. Aqui no RGS, então, há até uma casa de corridas de cavalo virtuais explorando o povo. Parece que o tal Jockey Club de Eldorado (que não é clube, nem promove corridas reais – é uma simples casa de jogo) andou sendo visitado pela polícia, essa semana, em Porto Alegre. Foi fechado, como também já ocorrerá em Bagé e Cachoeira do Sul. Mas, em outras praças ele continua a funcionar. Não dá pra entender... Ou até dá? Por tudo isso, a regulamentação da atividade é tarefa urgente e precisa contemplar o Turfe, antes de mais nada. Afinal um governo que faz o TimeMania para ajudar o futebol, por que não iria contemplar o Turfe, uma atividade econômica social e esportiva que dá muito mais emprego e tem grande importância em todo mundo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

AINDA A CRISE DO TURFE


Nesta última quinta-feira, tivemos o programa do Cristal reduzido a dez provas e a metade delas com apenas cinco animais. É um sinal dos tempos, tristes tempos que estamos vivendo no turfe em Porto Alegre. A crise parece não ter fim. Prêmios, salários e comissões dos profissionais em atraso. Cocheiras cada vez mais despovoadas. Tudo aponta para um desfecho que ninguém deseja para a crise sem precedentes porque passa o JCRGS. Na semana posterior ao GP Protetora do Turfe, não tivemos carreiras. Os dirigentes informaram que era devido à mudança que se faria nas torres de iluminação, que deixariam o terreno onde estão e que hoje pertence ao Barrashoppingsul, passando para a bacia do prado, junto à pista de grama. Pois bem, as torres continuam onde sempre estiveram. Muita gente pensa que a história da mudança foi apenas um pretexto para justificar a não realização do programa de 13/09. E isso não é bom. E, considerando que as crises políticas se acumulam em Brasília e ainda a má-vontade que impera nas relações entre os dirigentes das principais entidades turfísticas do país, ações em nível governamental ou no legislativo federal ficam bastante prejudicadas, não acontecem. E nada é feito na via legal para reverter o atual quadro da atividade turfística. Então, para o nosso caso aqui do JCRGS, só resta agir com nossas combalidas pernas. Vender a Vila Hípica poderia ser uma nova solução paliativa. Só se ganharia uma sobrevida. Porém, sem mudança radical no cenário atual, não se resolve o problema. E essa mudança passa necessariamente por uma reformulação na relação com o Jockey Club Brasileiro. Viramos meros agentes do turfe do Rio de Janeiro. Eles faturam e nós só temos prejuízos. Se não mudarmos essa relação, nada adianta. Sabemos que é difícil, que o JCB, ainda por cima, está em plena campanha eleitoral para renovação ou não da atual diretoria, que pretende, ao que parece, se eternizar no poder, a partir de um estatuto eleitoral ultrapassado que permite a reeleição ad eternum. Diante desse quadro, fica difícil chegar-se a um acordo que venha, pelo menos, contemplar uma parte de nossas legítimas reivindicações. Mas não podemos esperar e a solução, quem sabe, seria buscar outro caminho, como por exemplo, se fez no Uruguai. São considerações daqueles que se angustiam com a situação atual e esperam sinceramente que possamos sair desse quadro doentio que se abateu sobre o turfe em Porto Alegre.

O FILHO DA PUTA


No ano de 1815, o cavalo que ganhou o St Leger Stakes, em Doncaster, na Inglaterra, foi imortalizado em um quadro a óleo, executado por Herring, um dos grandes pintores da época. Até aí, nada demais. Era costume, naqueles tempos remotos, os vencedores dos grandes clássicos servirem de modelo a um artista, responsável por imortalizá-lo na tela. Então, por que falar disso? Bem, é que o ganhador desse St Leger de 1815 chamava-se Filho da Puta. Isso mesmo, o nosso palavrão. Sabem por quê? Há pelo menos três versões sobre a razão desse insólito nome. A que nos parece mais plausível (e também a mais curiosa), passamos a relatar. Consta que o Embaixador português, à época, era apaixonado por turfe e também por uma viúva inglesa com a qual mantinha relações, digamos, maritais. Pois bem, nosso Embaixador compareceu a um leilão de potros e comprou uma potranca à qual batizou de Mrs. Barnett, que era o nome da sua viúva, homenageando, assim, seu britânico amor. Mrs. Barnett (a égua), cumpriu campanha discreta nas pistas inglesas, sofreu uma lesão e não pode mais continuar correndo. Nosso bom português, então, deu-a de presente a um seu amigo da corte, que era também criador de cavalos. Passaram-se mais de 12 meses e neste interregno a viúva "pateou o ninho", mandando-se com um oficial da armada, bem mais jovem. O Embaixador, é óbvio, não gostou da traição, mas engoliu sua mágoa. Num fim de semana, ele foi convidado por seu amigo criador para uma visita ao haras, visto que sua égua estava por parir. E lá se foi nosso herói. Efetivamente, Mrs. Barnett, a égua, pariu um lindo potro e o Embaixador foi levado a examiná-lo. Era de fato um belo espécime eqüino. Como uma homenagem a seu luso amigo, o Lorde inglês pediu que ele o batizasse com um nome típico de Portugal. O Embaixador, ainda engasgado com a perda de sua ex-amada, lascou-lhe o nome que lhe veio à mente ao ver sua égua com o potrinho ao pé. Filho de Mrs. Barnett, só podia se chamar Filho da Puta. E foi assim que o ganhador do St Leger de 1815 passou para a posteridade. Não por ter sido um grande cavalo. Até que foi muito bom, mas não conseguiu dar continuidade a sua linhagem. Sumiu da história do PSI, mas sua pintura ganhou centenas de milhares de reproduções e hoje enfeita paredes em todos os países de língua latina. A gravura de Filho da Puta, em função de seu nome bizarro, transformou-se no maior best seller do turfe mundial.

sábado, 29 de setembro de 2007

HOJE É SÓ BAGÉ


Como noticiamos, no mesmo dia 23, Bagé inaugurou sua nova cancha reta, que integra o complexo do Parque dos Gaúchos, nos arredores da cidade. Em que pese o mau tempo, grande público prestigiou o evento promovido pela prefeitura local, que homenageava a dois políticos riograndenses. O bageense Alceu Collares emprestou seu nome à penca principal, em 500m, cuja fácil vencedora foi a égua de 4 anos, Ocidental, uma filha de Punk, pertencente ao reteiro Roni Rolof, marcando 27s 13, na pista embarrada. Três segundos mais fez El Maneco, para ganhar a outra penca do dia, o GP Clóvis Ilgenfritz. Acabou-se o espaço e para encerrar registramos que o movimento de apostas foi de 86.420 reais.

GAÚCHOS VENCEM CLÁSSICO EM MAROÑAS

Com três segundos lugares em suas primeiras apresentações no Uruguai, Alcorano ganhou a seguir uma prova de potros perdedores em 1.500m, no ótimo registro de 88s 52. E, com esse cartel, partiu para a sua primeira tentativa na esfera maior. Era o clássico Criadores Nacionales, prova de grupo disputado no domingo passado, em Maroñas. Confirmando sua notável evolução, o filho de Public Purse, em nossa conhecida Hit Oil, mostrou o caminho a seus rivais, mesmo não tendo uma boa largada. Sob o comando do gaúcho Everton Rodrigues Fernandes, Alcorano superou o contratempo inicial e, 100m após, já assumia a vanguarda. E, repetindo o que ocorreu em sua apresentação anterior, não se deixou sequer ameaçar até o último dos 1.800m da competição. No início, foi seguido por Querubin GG, que precedia ao favorito da prova, Charrúa Boy, Relento e os demais. O potro de Ulisses Carneiro, criado no Haras Bagé do Sul para Luis Fernando Cirne Lima, manteve um ritmo parelho até o final. Nem mesmo o avanço na reta final de Charrúa Boy, chegou a causar preocupação a seu jóquei que apenas "espanava" seu pilotado. Chegou dois corpos à frente do favorito. Pasolini foi terceiro, seguido de Querubin GG e Relento. Com essa vitória, Alcorano se colocou no nível superior da geração. Segundo seu treinador, Ivo "Coco" Pereira, se Alcorano seguir na forma em que se encontra, deverá subir para os 2200m do GP Jockey Club, a disputar-se em outubro. "Não creio que a distância possa atrapalhá-lo. É um animal parelho e temos muitas esperanças em suas patas." A vitória de Alcorano no Criadores Nacionales pode ser definida como uma vitória do RS. Afinal, ele nasceu e foi criado em Bagé; seu criador, seu proprietário, seu jóquei e seu treinador, todos são gaúchos. A propósito: Alcorano só correu uma vez no Brasil e foi na Penca de Bagé, que venceu empatado com Piquetera, de Luis Fernando Cirne Lima. Logo após a penca, ambos foram enviados ao Uruguai e lá, como se vê, se deram muito bem.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

BIG CHENDO, NOVA FESTA BRASILEIRA NO URUGUAI

O potro gaúcho Big Chendo era a força no GP Turfe Gaúcho, mas decepcionou, perdendo a eliminatória da qual fez parte. Depois, correu e ganhou uma bela carreira no Cristal. Seus proprietários, então, resolveram levá-lo a correr em Maroñas. Mesmo com apenas 40 dias no Uruguai, não sentiu e, por isso, foi inscrito para estreiar no GP Criterium de Potrillos por seu treinador, o também gaúcho e igualmente recém chegado a Maroñas, José Duarte. Big Chendo que é de propriedade do presidente do Jockey Club do RS, Deoclides Gudolle, em sociedade com Newton Kalil, mostrou que é um animal de muito futuro. O filho de Crimson Tide e Hortagena venceu com muita autoridade, chegando ao disco com 1 corpo e ¼ à frente do também brasileiro Gomek (Public Purse). Assumiu com essa vitória, a liderança da idade no vizinho país do Prata. Assim, o Rio Grande do Sul deu os dois líderes entre os potros do Uruguai já que Bright Halo venceu o Criterium das fêmeas.

ZARDANA VAI EMBORA. E NÓS?

A potranca gaúcha chamada Zardana, uma filha do irlandês Crimson Tide, na argentina Dear Filly, esta uma descendente do americano Southern Halo, correu três vezes na Gávea e ganhou todas, com muita facilidade, demonstrando ser pelo menos um projeto de craque. Com isso, a crioula do Haras Campestre (Itaqui) que vestia as sedas do Haras Arroio Butiá, despertou a cobiça do turfe norte-americano. E os dólares chegaram em profusão. Não deu para resistir e Zardana estará sendo embarcada para os States, aos cuidados do vitorioso treinador Ron McAnally. Seu novo proprietário chama-se Arnold Zetcher, um milionário da Califórnia. Como se vê, apesar de tudo, a criação nacional é um sucesso no exterior. Contudo, só a exportação é rentável no turfe brasileiro. E não pode ser assim. A atividade no país precisa reagir, voltar a crescer, melhorar substancialmente as premiações para, pelo menos, dar mais esperança aos abnegados que nele labutam, principalmente os proprietários, as vítimas maiores da crise que se abate sobre nós. A solução passa pelo Congresso. Se aprovaram o Timemania, para ajudar o futebol, por que discriminar o turfe que até gera mais empregos do que o futebol? Sabemos que esse apoio só acontecerá se houver um esforço conjunto para motivar Brasília. Não vamos parar de bater nesta tecla: Mexam-se senhores dirigentes!

FESTA PAULISTA

Hoje é dia do G.P. São Paulo, a prova máxima do turfe paulista. Se fosse há uns 15 anos, estaríamos dizendo "a maior prova do turfe brasileiro". Mas a crise se abateu sobre a entidade paulista, que foi perdendo terreno, ano após ano e por isso hoje o bastão de entidade maior do Brasil está na posse do Jockey Club Brasileiro, no Rio. Isso, contudo, não empana o brilho do evento de hoje. Pelo contrário, espera-se uma grande presença de público, mercê da intensa campanha feita pela Rede Bandeirantes, a grande homenageada da reunião. Na parte técnica, há muita expectativa em torno da apresentação do cavalo L’amico Steve (Spend a Buck), provável favorito do Grande Prêmio São Paulo. L’amico Steve tem uma história curiosa que faz lembrar Seabiscuit, aquele que foi imortalizado por um grande filme que inclusive concorreu ao Oscar de melhor película. Seabiscuit corria pouco e era inscrito seguidamente no início de sua vasta campanha. Aí, foi vendido e não parou mais de ganhar, tendo, inclusive, sido eleito "Cavalo do Ano", tornou-se um mito na história do turfe americano. Pois, L’amico Steve tem uma história semelhante. Depois de várias apresentações sem êxito, ainda perdedor, foi leiloado em novembro do ano passado. Adquiriu-o o feliz proprietário gaúcho, Hélio Meira Gonçalves, titular do Stud Star Gold, que o transferiu para o treinador Valter Lopes, também gaúcho. Então, o filho de Spend a Buck se transformou. Custou apenas R$ 7.000,00 em 10 parcelas sem juros e hoje deve valer no mínimo R$ 2.000.000,00 no mercado internacional (leia-se EUA e sheiks árabes). Vem de sete vitórias a fio, todas em 2.400m na grama, ou seja, na distância e raia em que disputará o São Paulo, logo mais. Mas não pensem que sua tarefa será fácil. O potro de 3 anos terá pela frente 17 adversários de respeito, entre os quais se destacam as parelhas Quick Road/Top Hat, do Stud JCM e Naperon/Fuco, do Stud Raça, além de Happy Boy, Cold Caiçado e os "cariocas" Fatal Polino, Pantaleon, Desejado Máximo, Eco Chalenger e Dear Est. O páreo está marcado para as 17 horas. Nossa torcida será para a gauchada de L’amico Steve(nascido em Bagé, no Haras Old Friends). Que vença o melhor!

A COROA AMERICANA

As atenções do turfe mundial, estão voltadas para a cidade de Baltimore, onde, hoje, será corrida a segunda prova da Tríplice Coroa norte-americana, um evento anual de grande repercussão nas mídias do mundo, com a triste exceção do Brasil. Como se recorda, há 3 semanas, até a rainha da Inglaterra assistiu à vitória de Street Sense (Street Cry) na primeira prova da Tríplice, o Kentucky Derby. Agora a festa mudou-se para o estado de Maryland, cuja maior cidade é a sede do hipódromo de Pimlico, onde hoje acontecerá o Preakness Stakes, em 1.900m . Ali, teremos a revanche que Street Sense concederá a seus escudeiros de Churchill Downs, Hard Spun (Danzig) e Curlin (Smart Strike). Embora não tenha passado de um modesto sexto lugar no Derby, Circular Quay (Thunder Gulch) mostrou muitos progressos nos treinos e seus responsáveis afirmam que agora a escrita será outra, esperam até ganhar.
Essas são as forças do Preakness, mas se o favorito, Street Sense confirmar, ficará apto para ser tríplice coroado, caso vença também os difíceis 2.400m do Belmont Stakes, no início de junho, em Nova Iorque. Receberá então um polpudo bônus de 4 milhões de dólares, além do prêmio do Belmont. Entretanto, convém lembrar: faz muitos anos que ninguém realiza a façanha.
PENCA DE JÚLIO DE CASTILHOS
Voltando à nossa realidade, neste fim de semana vai acontecer a 24ª edição do G.P. Henrique Wairich, com dotação de R$30.000,00 ao vencedor, na cancha reta do Jockey Club Castilhense. Há muita movimentação na cidade e em função disso, dizem que o sucesso é favas contadas. Tomara!
ELEIÇÕES

Na próxima quarta-feira, a Associação dos Criadores do Cavalo de Corridas do RGS elegerá sua nova diretoria para o próximo biênio. Apenas uma chapa foi registrada, o que significa que o atual presidente, Clândio Petrucci será reeleito por aclamação, agora tendo como vice-presidente o criador Fábio Wairich, ficando a Segunda vice-presidência com Ricardo Matas, titular do Haras Salamandra.

ZARDANA VAI EMBORA. E NÓS?


A potranca gaúcha chamada Zardana, uma filha do irlandês Crimson Tide, na argentina Dear Filly, esta uma descendente do americano Southern Halo, correu três vezes na Gávea e ganhou todas, com muita facilidade, demonstrando ser pelo menos um projeto de craque. Com isso, a crioula do Haras Campestre (Itaqui) que vestia as sedas do Haras Arroio Butiá, despertou a cobiça do turfe norte-americano. E os dólares chegaram em profusão. Não deu para resistir e Zardana estará sendo embarcada para os States, aos cuidados do vitorioso treinador Ron McAnally. Seu novo proprietário chama-se Arnold Zetcher, um milionário da Califórnia. Como se vê, apesar de tudo, a criação nacional é um sucesso no exterior. Contudo, só a exportação é rentável no turfe brasileiro. E não pode ser assim. A atividade no país precisa reagir, voltar a crescer, melhorar substancialmente as premiações para, pelo menos, dar mais esperança aos abnegados que nele labutam, principalmente os proprietários, as vítimas maiores da crise que se abate sobre nós. A solução passa pelo Congresso. Se aprovaram o Timemania, para ajudar o futebol, por que discriminar o turfe que até gera mais empregos do que o futebol? Sabemos que esse apoio só acontecerá se houver um esforço conjunto para motivar Brasília. Não vamos parar de bater nesta tecla: Mexam-se senhores dirigentes!
ÊXITO BRASILEIRO NA ÁFRICA DO SUL

Para ratificar o que falamos a respeito da excelência do cavalo brasileiro, nos chega a informação de que a potranca de dois anos, Rat Burana, filha do norte-americano Dodge e Carmina Burana (Southern Halo) criada no Paraná, pelo Haras Anderson, assumiu a liderança da geração na África do Sul. A potranca que foi vendida ainda inédita num leilão realizado em São Paulo, ano passado, para o Wilgerbosdrift Stud, levantou agora, dia 27, o importante Allan Robertson Fillies Championship, prova de grupo I, aos cuidados do mais destacado treinador local, Mike De Cock. Rat Burana mantém-se invicta e essa vitória deu-se às expensas da sul africana Kiss for Kate que ficou-lhe a um corpo e meio, no disco final, para o espetacular registro de 67s 67/100 empregado pela brasileira para cobrir os 1.200 metros da competição. Segundo seu treinador, ela agora vai gozar de merecido descanso para retornar às pistas somente na primavera.