segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O TURFE COMO ATIVIDADE ECONÔMICA (1ª PARTE)

As corridas de cavalos constituem-se em importante atividade econômica, além de ser uma atividade de lazer intimamente ligada às tradições do Rio Grande. Os cavalos de esporte requerem um atendimento personalizado, quase individual, mesmo antes de nascerem. Não são criados em manadas e, sim, como indivíduos. E quanto mais rica e organizada estiver a arte de criá-los, mais gente haverá no processo. E por razões óbvias, a recíproca é verdadeira: quanto mais a atividade perde substância, menos gente nela será empregada. Além do cavalariço que acompanha o potro em seu dia a dia, desde seu nascimento; daquele que cuida da égua-mãe; do gerente do estabelecimento (capataz); do veterinário residente no haras, muitos outros profissionais atuam no setor, quando o cavalo ainda está sendo criado, no haras em que nasceu. Agrônomos, zootecnistas, ferreiros, fornecedores de rações, de medicamentos, domadores e auxiliares em todas as atividades, todos vivem do cavalo de corridas. E quando esse cavalo vai para o hipódromo, que é seu destino, novo grupo de profissionais entra em ação: o escovador, o 2º gerente, o treinador, o veterinário, o jóquei, o vareador, o fornecedor de rações, o que fornece a cama do cavalo (serrageiro), a farmácia, o ferreiro, o fornecedor (fabricante de ferraduras, os vendedores dos laboratórios, os funcionários do hipódromo, etc...
Enfim, é um mundo de gente que depende do cavalo de esporte e que precisa ser considerado.
O turfe não é um jogo como os outros que pululam no Brasil. O jogo, no turfe, financia a atividade, paga os prêmios aos proprietários, as remunerações dos jóqueis, dos treinadores dos cavalariços e mesmo a comissão dos criadores.
Perdoem se estamos sendo cansativos ao enumerar essas coisas. Mas é importante ser didático nessa hora em que o turfe sofre a ameaça real de entrar em processo de extinção. Nenhum governo, nenhum político pode desdenhar do turfe.
Se o fazem (e o fazem) é porque desconhecem o que ele significa. Não sabem que as corridas de cavalo são uma verdadeira indústria, uma atividade sócio-econômica que pode ser muito importante, como é na Argentina, no Uruguai, na Irlanda, na Austrália, na Nova Zelândia, França, Inglaterra. Lá o turfe é protegido. Aqui, não. Está na hora de mudar esse enfoque na cabeça dos brasileiros. (continua no próximo sábado)

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