segunda-feira, 24 de setembro de 2007

LULA, O JOGO E O TURFE


Por Júlio César Westphalen –
Veterinário de equinos
Quando a imprensa levantou a possível participação de Vavá, irmão do Presidente Lula, como lobista dos bingos, o Presidente foi questionado sobre o que fazer com o jogo no Brasil. A resposta foi categórica: ou se regulamenta de vez a atividade, ou ela será proibida definitivamente. Perguntamos: qual o significado dessa suposta proibição? Acabará com os jogos explorados pelo próprio governo, através da Caixa Federal? E os jogos que estão nas televisões, os Baús da Felicidade, os sorteios do Faustão, etc? E o jogo pela internet? Ali temos poker virtual, joga-se até na cobrança de penalties, as partidas de futebol são cotadas pelos "bookies" e você aposta à vontade. Como acabar com isso? E os bingos com suas maquininhas que, num eterno abre-fecha, atuam sem nenhum controle. Vivem à base de liminares, conseguidas ninguém sabe como. São fechados num dia e reabrem no outro, até mesmo em outro local. E os jogos nos clubes sociais, onde o carteado corre solto, e os cassinos ambulantes que vão de cidade em cidade, os clandestinos e o jogo do bicho? Duvidamos que se possa acabar com tudo. O brasileiro gosta de jogar e isso já se tornou um costume social em nosso país. Então, o óbvio seria regulamentar a atividade, torná-la oficial, instituindo controles rigorosos e cobrando impostos compatíveis com o movimento de apostas produzido. Assim, a clandestinidade tenderá a desaparecer, os crimes a ela ligados também aos poucos sairão de cena e as famosas propinas pagas aos que lhe dão proteção serão carreadas para o Estado. Os empresários do jogo, portanto, não perderão nada e o país sairá ganhando. O jogo terá regras claras que favorecerão o apostador que, hoje, é literalmente depenado nas casas de apostas mais ou menos clandestinas. Os Jockeys Clubs deverão participar do negócio conservando e mesmo ampliando os milhares de empregos que a atividade turfística propicia. O turfe receberá recursos para o fomento da indústria do cavalo de corrida e tudo irá se resolver. Daremos adeus à crise que hoje infelicita a nós turfistas e a atividade voltará a respirar. Cessará a rapinagem a que o turfe está sendo submetido, sendo obrigado a se desfazer de seu patrimônio para pagar dívidas e continuar sobrevivendo, numa autofagia terrível. Os problemas estruturais, que geram estas dívidas, subsistem cada vez mais e o patrimônio das entidades está chegando ao fim. Não havendo uma ação imediata, o turfe vai acabar.

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